Montagem: Pitty x Lagum

Pitty e Lagum estarão no Pop Up Festival, em Juiz de Fora

Divulgação
A música transcende barreiras geográficas e “descentralizar” o pop das grandes capitais é a proposta do grupo Un Music. Por isso, a primeira edição do Pop Up Festival acontece no Terrazzo Centro de Eventos, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, nesta sexta-feira (12/5) e sábado (13/5).
 
Nomes como Pitty, Fresno, Lagum, Vitor Kley, Vitão e vários outros destaques nacionais se juntarão a novos artistas para levar a diversidade musical ao público mineiro.
 

O primeiro dia de evento, nesta sexta-feira (12/5), começa às 18h30. O line-up desta rodada conta com Lagum, Fresno, Vitor Kley e Lamparina. Já no sábado (13/5), passarão pelo palco do evento: Pitty, Priscilla Alcantara e Vitão. Além de novos artistas, como Clara x Sofia, Big Up, Nobat, ETC e Dora Sanches.

Oportunidades

O realizador do evento, Barral Lima, de 56 anos, conversou com o Estado de Minas e explicou que a ideia do Pop Up é dar oportunidades para novos artistas se unirem aos músicos já consolidados no mercado. 

“Nós temos um grupo que se chama Un Music, que reúnem algumas empresas de negócios na música. Um deles é realizar festivais, temos de rock, inovação, hip hop, jazz, música infantil e não tínhamos de música pop. Como este gênero cresceu muito nos últimos anos, a gente sentiu falta de ter um evento que apresentasse não apenas os artistas famosos, mas os novos artistas porque a ideia que nós trazemos para estes eventos é o público conhecer estes músicos e abrir o espaço”, explica. 

“O Pop Up surgiu neste formato de apresentar novos artistas e, claro, juntamente com aqueles que já são conhecidos porque a gente precisa de público. Então uma coisa leva a outra”, completa ele.
 

Barral detalha como chegou nestes nomes para a primeira edição do evento: “Artistas pop atualmente são os mais caros porque eles levam mais público, têm mais ouvintes e seguidores, o que significa valor agregado. Isso é um dos desafios porque, principalmente pós-pandemia, os cachês quadruplicaram. Quando nos deparamos com isso, preferimos fazer um festival mais alternativo da música pop do que colocar grandes nomes do cenário hoje.”

Segundo ele, foi estabelecido um limite de cachê para buscar os artistas, com alguns critérios. “Avaliamos aqueles artistas que não estiveram na cidade em algum evento recente, ou seja, buscamos aqueles nomes que as pessoas querem assistir um show que não puderam nos últimos 12 meses. Por fim, os artistas que estavam interessados em tocar no festival também por se tratar de um evento novo e que está abrindo portas”, ressalta.

Juntando os artistas maiores no evento, ele também reforça que é importante levar cantores que buscam espaço para apresentarem seu trabalho. “É muito importante que o artista tenha o palco. Por mais que hoje as plataformas tenham facilitado o trabalho de produzir uma canção e ser ouvido, tem muitos músicos que lançam um projeto na internet e não tem acesso ao público. Então se os festivais não abrem este espaço, é muito difícil. Tem muita gente boa que precisa mostrar seu trabalho. Só lançar música e não poder ter um contato com o público fica muito difícil de desenvolver sua carreira artística”, afirma.
 

“Interiorizar” eventos culturais

Barral conta que a cidade de Juiz de Fora foi escolhida como uma forma de descentralizar os eventos culturais da capital mineira. “Belo Horizonte já tem muitos festivais grandes praticamente todo mês. Desde quando começamos, a nossa ideia sempre foi ‘interiorizar’, levar os eventos para o interior de Minas Gerais. Temos apenas um festival em BH, que é o Palco Ultra, mas o resto fazemos em Ouro Preto, Itabirito, Barbacena, Lagoa Santa”, diz.

“Nós preferimos trabalhar com cidades do interior porque esses lugares têm a falta de eventos com grandes artistas e a receptividade é muito boa tanto do público quanto dos órgãos públicos. É muito mais fácil fazer um evento no interior do que na cidade grande”, acrescenta.

Ele explica o motivo: “BH chegou uma hora, em 2019, que as praças não eram mais públicas, você precisava alugar o espaço para fazer um evento. As associações dos bairros cobravam R$ 50 mil para fazer um show no lugar, por exemplo. O show, às vezes, era de graça.”

O empresário compara as duas cidades. “Belo Horizonte já é uma cidade complexa para fazer eventos, se não for no Mineirão sobram poucos lugares. Enquanto Juiz de Fora é uma cidade com 600 mil habitantes, tem muitos eventos, mas o público participa. Então a gente queria fazer um festival pop para um público maior e um espaço de eventos maior também. Conseguimos o Terrazzo que é um espaço para 6 a 8 mil pessoas toda estruturada para show, coisa que não tem em BH”, aponta. “Estamos na Zona da Mata mineira com dezenas de cidades próximas em volta e que o povo gosta e participa”, completa.
 

Lei de Incentivo à Cultura

De acordo com o realizador do evento, a ideia é também democratizar o acesso a eventos culturais como este. Por isso, eles contam com a ajuda da Lei de Incentivo à Cultura, para baratear os preços dos ingressos, que chegam a R$ 50. 

“O pessoal fica falando bobagem sobre Lei Rouanet, quem fala isso não tem conhecimento nenhum sobre lei. O que proporciona um ingresso barato, o acesso para todo mundo é um projeto que você tem com a Lei de Incentivo. A gente está realizando com o apoio da Lei de Incentivo à Cultura”, afirma. 

Segundo ele, há ainda o que melhorar na norma, mas já é uma ajuda para realizar os eventos. “A lei estadual precisa atualizar, os preços estão muito baixos e os valores da infraestrutura estão muito altos, os cachês dos artistas quadruplicaram, e a lei de incentivo ficou lá embaixo. Só que existe um teto”, conta.

“Nós sempre fizemos festivais de graça, mas agora não tem como fazer porque nem o dinheiro da Lei de Incentivo consegue cobrir. O dinheiro não é do governo, é uma verba mista que a empresa paga através da isenção do ICMS, ela pega uma pequena parte da verba que iria pagar o imposto, 3%, repassa para o projeto e com este dinheiro a gente consegue pagar parte da produção e com os ingressos a gente paga outra parte”, conclui.

POP UP Festival

Data: 12 e 13/05 (sexta e sábado)
Local: Terrazzo Centro de Eventos - Av. Deusdeth Salgado, 5050 - Salvaterra (Juiz de Fora/MG)
Horário: Dia 12 a partir das 18h30 | Dia 13 a partir das 15h
Ingressos: https://www.uniticket.com.br/eventos/pop-up-festival-12-e-13-de-maio
Ponto de vendas: Zine Cultural - Praça Menelick de Carvalho, 150