
As baixas temperaturas favorecem quadros de hipotermia, especialmente entre os mais expostos, como as pessoas em situação de rua.
Em entrevista ao Estado de Minas, o clínico geral Luciano Lourenço explica o que é hipotermia, sintomas e formas de evitar. “Nós somos seres humanos, temos que manter a temperatura estável. Essa temperatura varia, normalmente, de 36 a 37 graus”, explica. Para a medicina, a partir de 35,9º já é possível encontrar alguns sinais de hipotermia, abaixo de 33ºC já é necessário um suporte médico.
“Quando perdemos calor em qualquer ambiente, este calor deve ser substituído. Para isso o corpo tem mecanismos para que essa perda de calor não aconteça de forma intensa”, pontua. Além do mecanismo natural do corpo, o uso de proteção - roupas de frio - colaboram significativamente para a manutenção do calor.
Após longas exposições sem a proteção adequada, os mecanismos começam a falhar e o corpo passa a entrar, gradativamente, em estado de hipotermia, explica o médico. “É possível observar naquele paciente arrepios, tremores involuntários, extremidades frias e com menos coloração”, complementa. Além destes sintomas, nota-se que a pessoa fica mais lenta.
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“A intenção dos tremores é gerar calor, junto a isso a pele fica fria e mais esbranquiçada, porque o que o corpo tenta tirar os sangue da periferia, que está muito gelada, para transportá-lo para uma parte mais quente e central do corpo”, observa.
Como evitar a hipotermia?
Em caso de pessoas em situação de rua - o grupo mais exposto ao frio - tornam-se necessárias políticas públicas direcionadas. Para aqueles que podem procurar abrigo, a recomendação é que se mantenham aquecidos e em locais fechados, com pouca circulação de vento.
“Se a temperatura estiver abaixo de 33º já é um quadro que precisa de ambiente intra hospitalar para reverter, mas antes disso é considerada leve a moderada. A recomendação é buscar abrigo e sair do vento”, reitera o médico. No vento, o fluxo do ar gelado impacta a sensação térmica.
“Vale ressaltar que o álcool é contraindicado, porque o organismo precisa estar em pleno funcionamento nesses casos e a bebida alcóolica pode afetar os mecanismos internos”, enfatiza. O ideal, segundo Luciano, é beber bebidas quentes como chás e sopas.
* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.