
Enquanto para a maioria das pessoas a rotina começa no horário comercial, a partir das 8h, o verdureiro e produtor agrícola Altino Ferreira Amaral, de 59 anos, já está de pé às 3h30 da manhã. Ele vende verduras e frutas em uma barraca na Avenida Afonso Pena, esquina com a Rua Alagoas. "Não tem muito o que fazer para escapar do frio, principalmente aqui, que venta bastante", disse.

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Acostumado a acordar cedo, ele diz que o frio já faz parte da rotina. "De manhã é sempre mais gelado, mas, realmente, nos últimos dias tem feito muito mais frio. É difícil, mas a gente acostuma", comenta. Morador de Mário Campos, ele colhe as verduras fresquinhas na tarde anterior e já deixa tudo preparado para sair. "Já estou aqui há quatro anos. Chego sempre por volta das 6h", conta.
Casaco grosso, luvas, meias longas e gorro. Assim é a vestimenta da gari Angélica das Graças Coelho, de 34 anos que, nas outras estações, costuma usar roupas leves e frescas. "Já saio de casa toda empacotada de casa", conta. Apesar do trabalho intenso, ela diz que não tem sido possível fugir do frio. "Mesmo a gente que passa o dia todo andando tem sido difícil. O vento passa cortando", afirma.
A também gari Laurina Pereira dos Santos, de 43 anos, concorda e ainda complementa: "a mão até endurece, tive que colocar duas luvas para aguentar o serviço hoje", comenta. Para ela, esse ano o frio tem sido mais intenso. " Outro grande aliado para driblar o frio é a parada para tomar um cafezinho.
A caminho do trabalho, a doméstica Noêmia Henriques Moreira, de 51 anos, passou em uma pastelaria no Centro de BH para comprar uma bebida. "Já desço do ônibus e pego meu cafezinho para tomar no trajeto. Ajuda a esquentar o corpo e as mãos", disse. O jeito, segundo ela, é se agasalhar bastante e recorrer às bebidas quentes. "Sai com mais de um casaco, luva e gorro. Estou tomando bastante chá, chocolate quente, café, tudo que tiver para ajudar a esquentar", conta.
