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Estado de Minas

Potencialidades únicas e distintas

Indivíduos superdotados têm um olhar diferenciado para o mundo.


08/05/2022 04:00


Respeito, compreensão, empatia, valorização e conhecimento são fundamentais para lidar com as pessoas que têm habilidades acima da média. A psicóloga Priscila Zaia, especialista em superdotação, explica que a psicologia compreende o indivíduo superdotado como alguém que tem um funcionamento avançado quando comparado aos indivíduos de sua faixa etária. “É importante entender esse termo ‘avançado’ como algum aspecto que se desenvolve ou se desenvolveu antes do aguardado ao longo da vida.” 

“Ler antes do tempo esperado, aprender de forma mais rápida que os colegas, ter habilidades motoras (agilidade, equilíbrio, força) mais desenvolvidas que os pares da mesma idade, habilidades para desenho, sensibilidade emocional mais aguçada que as pessoas ao seu redor são alguns exemplos de como a superdotação se manifesta no funcionamento global desses indivíduos. Sendo assim, é importante destacar que as potencialidades poderão se manifestar em diferentes áreas e de forma única em cada pessoa.”

Para os demais, que se desenvolvem no tempo comum, a vida dos mais inteligentes parece ser incrível. No entanto, muitos enfrentam barreiras: “Atualmente, o conhecimento sobre altas habilidades/superdotação está sendo mais difundido, o que contribui para que as pessoas conheçam melhor a condição e os preconceitos diminuam. No entanto, sim, eles ainda existem”, comenta. 

“Esses indivíduos têm um olhar diferenciado para o mundo, fazendo com que apresentem comportamentos e/ou pensamentos diferentes da maioria das pessoas. Isso pode gerar rótulos, estigmas e incompreensão, fazendo com que eles possam ser cobrados demais (precisando ser bons em tudo, por exemplo) ou não sejam aceitos nos grupos em geral por causa do seu modo de pensar e agir. A obtenção de informação a respeito do quadro, a compreensão e o respeito às características individuais são a melhor maneira de a sociedade se preparar para lidar com eles”, alerta a psicóloga.

Priscila Zaia esclarece que não há um perfil psicológico ou uma lista fixa de características para identificar um superdotado, já que é uma condição que se relaciona com o funcionamento individual, o qual se apresenta de forma avançada em diferentes áreas. “Porém, existem características que comumente podem ser observadas: raciocínio rápido, facilidade para resolver problemas de forma criativa, boa capacidade de memória, atenção e observação aguçadas, liderança, capacidade de se colocar no lugar do outro e sensibilidade emocional”, enumera. 

“Essas características podem ser percebidas em indivíduos com altas habilidades/superdotação, porém em cada um deles aparecerão de um jeito único e não seguirão o mesmo padrão. Além disso, outras características também podem aparecer e se associar ao quadro (questões sensoriais, por exemplo). O ideal é considerar a individualidade de cada um, o histórico de vida e as potencialidades de forma única para poder realizar o processo de identificação.”
 
 
Priscila Zaia
(foto: Arquivo Pessoal)


É importante destacar que as potencialidades poderão se manifestar em diferentes áreas e de forma única em cada pessoa.”
Priscila Zaia, 
psicóloga especializada em superdotação 
 
 
 
OS PREJUÍZOS DA NÃO DESCOBERTA 

A psicóloga ensina que não há regra para que a identificação aconteça. Quanto mais cedo isso ocorrer, mais possibilidades desse indivíduo se autoconhecer de forma ampla e trilhar caminhos mais direcionados ao seu potencial. No entanto, Priscila Zaia, avisa que é preciso entender que, por se tratar de uma condição de funcionamento cerebral, existe o tempo necessário para que o cérebro amadureça e as funções cognitivas se desenvolvam. 

“Isso pode ocorrer, inicialmente, até os seis anos, sendo essa uma faixa etária importante para iniciar um processo de investigação mais consolidado. No entanto, pode ser algo feito antes dessa idade, fornecendo resultados iniciais e que poderão ser confirmados mais adiante no desenvolvimento. Caso a identificação não seja na infância, pode ser em qualquer outra fase da vida. 

Priscila Zaia enfatiza que todos precisam ter em mente que o indivíduo com altas habilidades/superdotação continua sendo um ser humano. “Não é uma máquina que precisará ser perfeita em tudo. Ele tem potencialidades em determinada área do desenvolvimento humano que podem fazer com que apresente atitudes ou comportamentos diferentes da maioria. Porém, como qualquer um de nós, precisam de respeito e compreensão para que possam se desenvolver e contribuir com a sociedade, deixando aflorar seus talentos.”



pessoas mais inteligentes 
   do mundo de antigamente*

1 – Albert Einstein (1879-1955), físico alemão/judeu: avaliado em aproximadamente 160 ou 99,9 de percentil
2 – Aristóteles (384-322 a.C.), filósofo grego: avaliado em aproximadamente 180 ou 99,9 de percentil
3 – Cleópatra (68-30 a.C.), última rainha do Egito (Egito/Grécia): avaliada em aproximadamente 210 ou 99,9 de percentil
4 – Galileu Galilei (1564-1642), astrônomo italiano: avaliado em aproximadamente 210 ou 99,9 de percentil
5 – Isaac Newton (1642-1726), físico, matemático, astrônomo, teólogo e escritor da Inglaterra: avaliado em aproximadamente 193 ou 99,9 de percentil
6 – Leonardo da Vinci (1452-1519), cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico italiano: avaliado em aproximadamente 200 ou 99,9 de percentil
7 – Marie Curie (1867-1934), física e química polonesa: avaliada em aproximadamente 180 ou 99,9 de percentil
8 – Nikola Tesla (1856-1943), inventor, engenheiro eletrotécnico, engenheiro mecânico e futurista servo: avaliado em aproximadamente 195 ou 99,9 de percentil
9 – Platão (427-347 a.C.), filósofo e matemático grego: avaliado em aproximadamente 180 ou 99,9 de percentil
10 – William Shakespeare (1564-1616), poeta, dramaturgo e ator da Inglaterra: avaliado em aproximadamente 210 ou 99,9 de percentil

*Fonte: Sistema Knewin/pressmf.global


Algumas das pessoas mais 
inteligentes do mundo hoje**

1 –  Bill Gates (1955-), empresário, inventor e magnata (EUA): 160 pontos de QI (99,9 de percentil), fundou junto com Paul Allen a Microsoft, a maior e mais conhecida empresa de software do mundo em termos de valor de mercado
2 – Christopher Hirata (1982-), cosmólogo e astrofísico (EUA):  225 pontos de QI (99,9 de percentil); aos 13 anos, ganhou a medalha de ouro em 1996 na Olimpíada Internacional de Física. Recebeu seu Ph.D em 2005 da Universidade de Princeton em astrofísica (tese: “Teoria de lente gravitacional fraca e análise de dados”). Atualmente, é professor do Centro de Cosmologia e Física das AstroPartículas da OSU (CCAPP)
3 – Frank Lampard (1978-), técnico e ex-jogador de futebol (Inglaterra): 160 pontos de QI (99,9 de percentil), considerado um dos maiores futebolistas de todos os tempos
4 – Stephen Hawking (1942-2018), físico, astrônomo e matemático (Inglaterra):  160 pontos de QI (99,9 de percentil), reconhecido internacionalmente por sua contribuição à ciência, sendo um dos mais renomados cientistas do século
5 – Steve Jobs (1955-2011), empresário, inventor e magnata (EUA): 160 pontos de QI (99,9 de percentil), cofundador, presidente e diretor-executivo da Apple Inc., revolucionou seis indústrias: computadores pessoais, filmes de animação, música, telefones, tablets e publicações digitais

*Fonte: Sistema Knewin/pressmf.global


MITOS E VERDADES
Existem diversos mitos relacionados ao superdotado. A psicóloga Priscila Zaia, especialista em superdotação, aponta os principais:

Mito 1: Indivíduos superdotados são bons em tudo o que 
fazem ou só tiram as melhores notas em todas as disciplinas da escola. 

Explicação: A superdotação vai se manifestar em diferentes áreas do desenvolvimento humano e cada indivíduo vai se interessar por uma ou mais. Não existe uma regra. Se uma criança tem sua habilidade na área motora, voltada aos esportes, poderá não ser o melhor aluno da turma nas disciplinas escolares e ainda assim ser superdotado. Da mesma forma, se a habilidade se manifesta na área de exatas, nas demais áreas ele terá um desempenho dentro do esperado, assim como a maioria das pessoas.


Mito 2:  Não é preciso fazer nada para desenvolvê-la. 
Se o indivíduo é superdotado na infância, 
continuará a vida toda. 

Explicação: Altas habilidades/superdotação têm origem genética, porém o ambiente contribui e tem papel importantíssimo para seu desenvolvimento ou não. Quando não identificada ou não estimulada, a pessoa pode desenvolver diferentes questões: inibir sua capacidade superior para ser aceito nos ambientes que frequenta; desenvolver baixa autoestima e falta de confiança, acreditando que sua potencialidade não é “nada de mais”. É importante identificar o mais cedo possível, mas também estimular de maneira correta para que esse potencial seja direcionado para a área que aquele indivíduo tem interesse e contribua para seu pleno desenvolvimento cognitivo, motor e socioemocional.

» Como é feita a medição 
da inteligência no teste de QI?
Para que seja medida a inteligência a partir do teste de QI, utiliza-se a fórmula: QI = 100 X IDADE MENTAL (IM)/ IDADE CRONOLÓGICA (IC). A tabela com a escala de classificação, desvio padrão 15, é:

- Gênio: acima de 144 pontos

- Superdotado: de 130 a 144 pontos

- Acima da média: de 115 a 129 pontos

- Média alta: de 100 a 114 pontos

- Média baixa: de 85 a 99 pontos

- Abaixo da média: de 70 a 84 pontos

- Baixo: de 55 a 69 pontos

- Muito baixo: menos de 55 pontos

*Fonte: Sistema Knewin/pressmf.global


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