
A veterinária Isabela Rios recomenda que sejam levados tapetes ou algum outro item de apoio para que o animal possa se deitar nele. Evita-se, assim, o contato direto do pet com a areia quente, o que, segundo a profissional, pode causar desde desconforto até queimaduras. É importante, ainda, sempre carregar água para que ele possa se hidratar. Atualmente, diversos pet shops comercializam bebedouros pensados para trazer praticidade aos passeios, mas o básico pote e uma garrafa de água gelada para abastecê-lo funciona bem.
Desde o nascimento, Otto, hoje com 4 anos, vive em Santa Catarina, com a tutora, Eduarda Aguiar. Por causa da proximidade com a praia, ela o levou diversas vezes para passear e brincar no local. E conta que Otto, por ser um cachorro com muita energia, gostava de correr bastante, além de interagir com outros cães e pessoas. No entanto, o cuidado nunca ficou esquecido em detrimento da diversão. Eduarda sempre esteve atenta se a vermifugação e o remédio antipulgas estavam em dia. Além disso, ficou de olho no animal durante os passeios, para ele não se afastar nem, eventualmente, comer algo que estivesse jogado na areia.
Vacinas e prevenção
Além da vermifugação, imprescindível para todos os animais, a vacina antirrábica precisa ser reforçada anualmente. A veterinária Tatiana Walcácer explica que a vacina deve ser aplicada antes da viagem, com pelo menos 30 dias de antecedência. Os remédios antipulgas também são eficazes contra os parasitas, mas é importante que o tutor coloque coleiras repelentes também, principalmente para prevenção contra doenças transmitidas por mosquitos. Como se trata de um ambiente litorâneo, é essencial que a coleira seja à prova d'água, para garantir que continuará tendo o efeito desejado.
A dirofilariose, também conhecida como verme do coração, é uma doença cujo vetor é um mosquito e se caracteriza pelo alojamento de um verme, na forma adulta, no coração do cão. Essa patologia é endêmica nas regiões litorâneas, apesar de não ser exclusiva delas. O tratamento é muito complicado, por isso, a recomendação veterinária é sempre tentar prevenir ao máximo a transmissão pelo mosquito. Hoje, há diversos meios de precaução contra a enfermidade, e uma consulta com um veterinário de confiança é essencial para recomendar o que é mais efetivo para o animal em questão.
Proteção solar
O sol forte pode causar uma série de problemas nos animais, mesmo naqueles que têm pelos por todo o corpo. Por isso, os filtros de radiação ultravioleta (UV) não são exclusividade dos humanos. Existem protetores disponíveis em lojas especializadas para cachorros, que podem ser aplicados de acordo com a necessidade, mas, principalmente, devem ser utilizados nas regiões mais expostas ao sol, como o nariz, a ponta da orelha e a região da barriga. O produto precisa ser aplicado em todo o corpo em alguns casos, sobretudo se o animal tiver pelo curto e pelagem mais clara.
A médica veterinária Tatiana Walcácer afirma que é preciso caprichar no protetor solar, assim como fazemos conosco. E, além do cuidado preventivo para evitar os problemas de pele, é importante evitar os horários entre 10h e 16h, quando a radiação solar tem mais potencial de gerar queimaduras e outros problemas no animal. Também é o período em que a areia e a calçada estão mais aquecidas, o que pode causar ressecamento nos coxins - as "almofadinhas" das patas. Nesse caso, Tatiana recomenda o uso de hidratantes específicos ao final do dia, mantendo o animal saudável.
Boa convivência
Os cuidados gerais na praia também são essenciais, como retirar os possíveis dejetos dos pets da areia, a fim de evitar contaminação dos outros frequentadores. Deve-se sempre ficar alerta para que o animal não consuma lixo ou restos de alimentos deixados no chão e, claro, manter o cão na coleira caso o movimento esteja intenso para evitar possíveis desentendimentos entre os cachorros e não incomodar aqueles que não se sentem confortáveis com a presença deles.
A lavagem e a secagem adequadas dos pelos é importante para retirar o sal e evitar possíveis dermatites e outros problemas de pele. É essencial checar se o local permite a presença dos caninos, pois em alguns estados brasileiros é proibida a entrada e pode render multas aos tutores. Cidades como Natal (RN) e Rio de Janeiro (RJ) aceitam a presença dos animais. Santos, no litoral de São Paulo, também permitirá a partir de 2022, como um projeto-piloto na cidade, com área delimitada de permanência e observação, para garantir a segurança de toda a população.
* Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte