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Estado de Minas GRUPO DE RISCO

COVID: especialista defende terceira dose da vacina para obesos mórbidos

Médico especialista no tratamento da obesidade defende dose adicional para esse grupo com maior risco para a doença


19/08/2021 16:25 - atualizado 19/08/2021 17:13

Especialista defende dose de reforço para pessoas com obesidade mórbida (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Especialista defende dose de reforço para pessoas com obesidade mórbida (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
O agravamento dos sintomas da COVID-19 nos obesos mórbidos mostrou mais uma vez que a capacidade de resposta do organismo dos portadores dessa doença crônica diante de infecções severas é menor do que a de indivíduos com menor percentual de gordura. 

 

 


Autoridades discutem uma terceira dose da vacina contra a COVID-19 para idosos, imunodeprimidos por câncer, transplantes e HIV, mas ainda não se fala da inclusão dos obesos com elevado índice de massa corporal.

O médico especializado em tratamentos de obesidade e cirurgia bariátrica, Cid Pitombo, vê com preocupação a situação dos obesos mórbidos. 

"Ao longo desses quase dois anos de doença diversos artigos científicos demonstraram a suscetibilidade maior do portador de obesidade de ter um quadro evolutivo mais grave do que da população dita de peso normal.”

Segundo ele, muitos precisaram de tratamento intensivo, com intubação e/ou utilização de respiradores. Além disso, vários pacientes que morreram eram obesos

“A grande discussão do momento é sobre a efetividade da vacina, o tempo de proteção e número de doses adequadas. Acho que enquanto não há estudos suficientes que demonstrem que duas doses da vacina para a COVID-19 sejam efetivas para os obesos, temos que começar a planejar a terceira dose.”

O médico ressalta que, em Israel, o aumento de anticorpos em imunodeprimidos foi de 43% com a dose de reforço. 

“Já sabemos que vacinas contra o vírus da influenza, da gripe, e hepatite, por exemplo, demonstraram resultados de menor eficiência nessa população, então porque esperar? Já tivemos mortes demais nesse país. Qualquer esforço para proteger a população mais vulnerável é urgente", destaca o especialista.

Estudo em obesos com comorbidades


Em fevereiro deste ano, um dos primeiros estudos, publicado na revista New England, avaliando quase 600 mil pessoas vacinadas, mostrou uma provável menor efetividade dos imunizantes em obesos portadores de comorbidades. 

"A Associação Europeia para Estudo da Obesidade (EASO), a Coalisão Europeia de Pessoas que vivem com Obesidade (ECPO), bem como a Sociedade Americana de Obesidade, publicaram esse ano seus posicionamentos e são unânimes em recomendar que todo obeso deve ser vacinado prioritariamente, devido a maior probabilidade de reprodução do vírus no organismo deles, com a consequente piora evolutiva da doença", afirma Pitombo.

Outro ponto importante destacado por ele é que o prazo de mutação do vírus tem sido mais rápido do que o esperado. 

"Somente isso já é um dos fatores mais preocupantes. Estariam os obesos mórbidos com a proteção imunológica adequada para as variantes, como a Delta?”

De acordo com o médico, pessoas com obesidade mórbida tem uma resposta imunológica menor no combate da doença, já que seus pulmões e diversos outros órgãos não funcionam tão bem por causa do sobrepeso. 

“Seus organismos são naturalmente inflamados, eles possuem mais células receptoras para o vírus e até mesmo o manejo dos obesos internados é mais difícil", conclui.
 
*Estagiária sob supervisão  


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