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Estado de Minas SAÚDE

Obesidade infantil vem aumentando nos últimos anos e preocupa especialistas

Segundo a SBEM, durante a pandemia se observou, também, uma piora na alimentação de crianças e adolescentes


03/06/2021 10:00 - atualizado 02/06/2021 17:37

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Nesta quinta-feira (3/6) é comemorado o Dia de Conscientização contra a Obesidade Infantil e, por isso, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) chama atenção para os índices preocupantes de sobrepeso na infância no Brasil. Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, uma a cada três crianças e adolescentes se encontram acima do peso. 

Além disso, de acordo com o último levantamento feito pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) no país, em 2019, 16,33% das crianças brasileiras entre cinco e 10 anos estão com sobrepeso; 9,38% com obesidade e 5,22% com obesidade grave. Em relação aos adolescentes, 18% apresentam sobrepeso; 9,53% são obesos e 3,98% têm obesidade grave.  

O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Minas Gerais (SBEM-MG) Rodrigo Lamounier explica que a obesidade infantil é definida como o peso corporal acima da média para a idade. Porém, não é tão simples como em adultos.

“Neste caso, a obesidade infantil é medida pelo desvio padrão do índice de massa corporal para a idade. Isso ocorre porque quando a criança vai crescendo, o seu peso também tem que aumentar. Então, essa relação entre peso e altura, quando está excessiva, caracteriza o quadro de obesidade.”  
 

Dados recentes mostram uma diminuição na prática de atividades físicas e um aumento de peso corporal em crianças e adultos, haja vista a diminuição da sociabilização e do uso de espaços públicos e academias para prática de atividades físicas. Essa é uma preocupação, e tem que ser contrabalanceado esse risco com o relacionado a pandemia.

Rodrigo Lamounier, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia %u2013 Regional Minas Gerais (SBEM-MG)

 

“E isso está muito relacionado com o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados na dieta moderna, especialmente a partir do fim do século passado para cá. E há, também, uma pré-disposição sociogenética no ambiente familiar. Então, normalmente há uma influência familiar importante, tanto do ponto de vista genético, quanto social. As causas mais comuns para a obesidade são a associação da predisposição com uma dieta hipercalórica. Raramente, há casos de obesidade genética, uma situação menos comum e eventualmente mais grave.” 

Além disso, Rodrigo Lamounier pontua que o isolamento social, imposto pela pandemia de COVID-19 como medida protetiva, tem influenciado, e muito no aumento de casos de sobrepeso, para além da tendência já observada nos últimos anos.

“Dados recentes mostram uma diminuição na prática de atividades físicas e um aumento de peso corporal em crianças e adultos, haja vista a diminuição da sociabilização e do uso de espaços públicos e academias para prática de atividades físicas. Essa é uma preocupação, e tem que ser contrabalanceado esse risco com o relacionado a pandemia”, pontua. 

RISCOS  


O risco de obesidade no futuro é a consequência mais temida da obesidade infantil, já que, com ela, normalmente, tem-se demais comorbidades, como diabetes, hipertensão, entre outras. De acordo com o Ministério da Saúde, crianças acima do peso têm 75% mais chance de serem adolescentes obesos e 89% dos adolescentes obesos podem se tornar adultos obesos. “Há também outros diversos impactos que a obesidade traz para criança.” 

“Entre elas, alterações metabólicas, na glicose e no colesterol, mas fundamentalmente também há impacto social na vida da criança em relação aos estigmas relacionados à obesidade e os desafios que a criança enfrenta na infância, como a resistência em se inserir em um ambiente de práticas de atividades físicas, o que também tem impacto na vida da criança no sentindo mais amplo da saúde”, afirma Rodrigo Lamounier. 

Além disso, a obesidade infantil pode causas problemas ortopédicos e emocionais, haja vista os casos de bullying e baixa autoestima. 

CUIDADOS 


Para evitar danos graves a saúde da criança ou adolescente, o presidente da SBEM-MG destaca a importância do acompanhamento médico desde cedo, uma vez que é por meio da análise da curva de crescimento que o diagnóstico de obesidade pode ser feito, bem como o melhor tratamento adotado. 

“Essa análise da curva é feita para saber se ela acompanha o crescimento esperado para a população com relação à altura pela idade, o peso pela idade e o índice de massa corporal pela idade. Essa é a melhor maneira de saber se o crescimento daquela criança está adequado, tanto do ponto de vista de crescimento quanto ganho de peso. É aí que a obesidade será observada. Esse acompanhamento é fundamental para se ter uma referência de crescimento saudável da criança.” 

Quanto ao possível tratamento, Rodrigo Lamounier afirma que ele é feito com base na insistência do que é fundamental para a saúde, como a criação de hábitos saudáveis de vida, com a inserção de atividades físicas, restrição de consumo de alimentos ultraprocessados, aumento do consumo de frutas, verduras e legumes, diminuição do número de horas de exposição às telas – celulares, computadores, entre outros – e incentivo a prática de atividades físicas e lúdicas que empenhem gasto de energia.  

Em meio ao isolamento social, o especialista destaca a importância de se manter os mesmos hábitos saudáveis a fim de evitar o aparecimento da obesidade infantil.

“Em casa, é muito importante a criatividade da família, no sentindo de construir um ambiente positivo e favorável para que não se caia na armadilha da obesidade e de hábitos não saudáveis. O preparo coletivo da comida, a alimentação em conjunto e longe das telas, o preparo de comidas usando frutas, legumes e verduras e a busca pela prática de atividades físicas e lúdicas são ótimos aliados da prevenção.” 

*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram 


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