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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Infectologista analisa abertura das academias e como agir

Abertura das academias em BH foi uma decisão pautada pela consultoria especializada de médicos à prefeitura da capital. Espaços fechados exigem mais cuidado


04/07/2021 04:00 - atualizado 02/07/2021 15:09

Todo cuidado é pouco, porque ambientes fechados são dos mais importantes fatores de transmissão aérea, especialmente por aerossóis (foto: David Mark/Pixabay )
Todo cuidado é pouco, porque ambientes fechados são dos mais importantes fatores de transmissão aérea, especialmente por aerossóis (foto: David Mark/Pixabay )


Para muitos, a grande questão é? Foi correto ou um erro a reabertura dos espaços fechados para a prática da atividade física em Belo Horizonte? Para Marcelo Santos Silva, infectologista cooperado da Unimed-BH, “a reabertura das academias determinada pela prefeitura é uma decisão pautada pela consultoria especializada de médicos competentes, em conjunto a outros fatores, como econômicos e da saúde geral da população, considerados pelo prefeito".

"Certamente, os especialistas devem tê-lo alertado para um nível ainda muito elevado de transmissão do coronavírus em nosso meio. Ambientes fechados são dos mais importantes fatores de transmissão aérea, especialmente por aerossóis”, afirma.

É importante ressaltar que em todo Brasil a discussão sobre abordagens ineficazes para prevenção da COVID-19 tomou o lugar de um debate educativo, que inclui distanciamento, uso correto de máscaras, higiene das mãos e desinfecção de ambientes. Esse é o tamanho do risco de qualquer atividade em ambiente fechado.

Outro questionamento é se as academias são ou não um serviço essencial. Para Marcelo Santos Silva, as academias foram liberadas apesar do elevado risco de contágio ainda presente. A parcela da população vacinada é muito menor que o necessário para conferir segurança.

Os ambientes fechados, assim como as aglomerações, são fatores de risco. Então, ao retomar atividades em ambientes fechados, é preciso manter uma ventilação natural com portas e janelas abertas, aumento da circulação do ar, uso de máscaras, distanciamento correto e higiene das mãos e do ambiente. Isso é o que se pode fazer, enquanto esperamos que estejam vacinadas em torno de 70% das pessoas.
 
Marcelo Santos Silva, infectologista, diz que a recomendação é o uso das máscaras PFF2, que não apresentam a segurança prometida se úmidas, tocadas frequentemente ou amassadas(foto: Arquivo Pessoal)
Marcelo Santos Silva, infectologista, diz que a recomendação é o uso das máscaras PFF2, que não apresentam a segurança prometida se úmidas, tocadas frequentemente ou amassadas (foto: Arquivo Pessoal)
 

As academias foram liberadas apesar do elevado risco de contágio ainda presente. A parcela da população vacinada é muito menor que o necessário para conferir segurança. Os ambientes fechados, assim como as aglomerações, são fatores de risco. Então, ao retomar atividades em ambientes fechados, é preciso manter uma ventilação natural com portas e janelas abertas, aumento da circulação do ar, uso de máscaras, distanciamento correto e higiene das mãos e do ambiente

Marcelo Santos Silva, infectologista cooperado da Unimed-BH


 
O infectologista alerta sobre a prática de determinadas atividades: “Com certeza, futebol e basquete não são compatíveis com preocupações com o distanciamento, mas ainda assim máscaras seguramente utilizadas, secas e íntegras, devem ser usadas. Resta confiar na ventilação do ambiente para reduzir o risco, pelo menos das pessoas que estão ao redor, não diretamente na partida. Ioga, pilates, musculação são passíveis de ser realizados com distanciamento e uso de máscaras adequadamente. A recomendação é o uso das máscaras PFF2, que não apresentam a segurança prometida se úmidas, tocadas frequentemente ou amassadas. Fator muito importante será a ventilação abundante, para eliminar os aerossóis que alcançam longa distância de sua fonte (mais de dois metros) e permanecem por um longo tempo em suspensão.”

Marcelo Santos Silva enfatiza que, em uma população com elevada transmissão do vírus e uma cultura de segurança frágil, a ventilação e a troca do ar devem ser o maior fator protetor, considerando a realidade das pessoas e das atividades feitas nas academias.

A Associação Brasileira de Academias (Acad) divulgou um protocolo que todos devem seguir (foto: Brandon Morales/Unsplash)
A Associação Brasileira de Academias (Acad) divulgou um protocolo que todos devem seguir (foto: Brandon Morales/Unsplash)
Protocolo da Associação Brasileira de Academias (Acad)

  • Disponibilizar recipientes com álcool em gel a 70% para uso por clientes e colaboradores em todas as áreas da academia (recepção, musculação, peso livre, salas coletivas, piscina, vestiários, kids room etc.).
  • Durante o horário de funcionamento da academia, fechar cada área de 2 a 3 vezes ao dia por, pelo menos 30 minutos, para limpeza geral e desinfecção dos ambientes.
  • Posicionar kits de limpeza em pontos estratégicos das áreas de musculação e peso livre, para que os clientes higienizem os equipamentos (colchonetes, halteres e máquinas) com produto específico para esse fim.
  • Uso obrigatório de equipamentos de proteção individual (EPIs)  para funcionários, personal trainers e terceirizados. Máscaras (por recepcionistas, professores, equipe de limpeza, gerentes e terceiros).
  • Se algum colaborador apresentar febre alta e outro sintoma da COVID-19, informar imediatamente à gerência local. Assim como os alunos.
  • No caso do uso de leitor de digital para entrada na academia, deve-se disponibilizar um recipiente de álcool em gel a 70% ao lado da catraca. Além disso, o cliente deve ter a opção de acessar a academia comunicando à recepcionista seu número de matrícula ou seu CPF, para que não precise tocar no leitor digital.
  • Recomenda-se medir com termômetro do tipo eletrônico a distância a temperatura de todos os entrantes.
  • Oferecer dispositivo para limpeza para sapatos na entrada da academia.
  • Limitar a quantidade de clientes que entram na academia: ocupação simultânea de 1 cliente a cada 6,25m² (áreas de treino, piscina e vestiário).
  • Limitar com fita o espaço em que cada cliente deve se exercitar nas áreas de peso livre e nas salas de atividades coletivas. Cada cliente deve ficar a 1,5m de distância do outro.
  • Utilizar apenas 50% dos aparelhos de cárdio, ou seja, deixar o espaçamento de um equipamento sem uso para o outro. Fazer o mesmo com os armários.
  • Liberar a saída de água no bebedouro somente para uso de garrafas próprias.
  • Comunicar para os clientes trazerem as próprias toalhas para ajudar na manutenção da higiene dos equipamentos.
  • Expor aos clientes todos os manuais de orientação que possam ajudar a combater a contaminação do COVID-19. Assim como reforçar os protocolos de limpeza para conter o vírus de acordo com a operação de cada academia.


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