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Estado de Minas SAÚDE

Alerta para a importância do diagnóstico precoce de hidradenite supurativa

SBD tem conscientizado a população sobre o tema nas redes sociais e pretende capacitar médicos da rede pública sobre o encaminhamento especializado


16/06/2021 13:14 - atualizado 16/06/2021 13:54

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Neste mês de junho, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), por meio de suas redes sociais, conscientiza a população sobre a hidradenite supurativa, doença dermatológica caracterizada por lesões e nódulos. A ação visa alertar sobre a importância do diagnóstico precoce do quadro, haja vista o grande desconhecimento da patologia.

Seguindo a mesma linha, a entidade nacional planeja capacitar todos os profissionais da rede pública para atendimentos primários da enfermidade. 

Segundo o vice-presidente da SBD, o dermatologista Heitor de Sá Gonçalves, a hidradenite supurativa acomete cerca de 1% de pessoas no Brasil – aproximadamente 2 milhões de pacientes – e tem como característica a semelhança com outras patologias, como furúnculo, acne grave e demais infecções.

Também conhecida como espinha invertida, essa doença, em alguns casos, é tratada como outro tipo de manifestação. "Não à toa, há um retardo de cerca de 12 anos no diagnóstico da hidradenite supurativa”, diz. 

Ou seja, uma pessoa demora, em média, esse tempo todo para saber o que de fato tem, o que culmina no atraso do tratamento e consequentemente em sequelas, como cicatrizes pelo corpo e problemas de autoestima.

"Esses retardos são importantes em termos de redução da qualidade de vida. Há estudos que mostram que a hidradenite, junto com a hanseníase, a psoríase grave e a dermatite antrópica, é a doença que mais impacta na qualidade de vida dos pacientes. Está aí a importância de se tratar a hidradenite como interesse prioritário.” 

E é justamente por isso que o vice-presidente reitera a importância de capacitar médicos da rede pública para o atendimento primário, de forma que eles estejam cientes e aptos a realizar o encaminhamento do enfermo para o tratamento adequado.

“É importante conscientizar a população sobre a doença, alertar as autoridades públicas, o que de certa forma já vem sendo feito pela SBD, e também fazer um programa de capacitação, principalmente da atenção básica de saúde para que esses médicos possam suspeitar da doença com mais facilidade.” 
 

Fique atento a lesões, caroços ou nódulos que doam, algumas vezes de forma intensa, e que podem evoluir com abertura e drenagem de pus. Nesse quadro, essas lesões tendem a sumir e aparecer novamente de forma contínua e no mesmo local. Em caso de perceber a presença desses sintomas, procure um especialista para que o diagnóstico seja feito o quanto antes, a fim de dar início ao tratamento.

Heitor de Sá Gonçalves, vice-presidente da SBD

 

“E, mais que isso, que eles possam encaminhar esses pacientes aos serviços credenciados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) para que eles possam ser diagnosticados precocemente e tratados corretamente”, afirma Heitor de Sá Gonçalves. 

A implementação do programa de capacitação de médicos da atenção primária, que atuam na Estratégia da Saúde Família (ESF), para identificar casos de hidradenite supurativa de forma precoce deve ser feita até o fim de 2022.

Além disso, a SBD pretende estimular os serviços de programas de residências credenciados à entidade a abrirem suas agendas para o atendimento dos pacientes com suspeita desse diagnóstico. 


SOBRE A HIDRADENITE SUPURATIVA 


A hidradenite supurativa, conforme a SBD, é uma doença de pele crônica inflamatória, mais frequente em mulheres, e após a puberdade, que acomete preferencialmente axilas, região das mamas, virilha, região genital e região glútea. “A pele destas áreas é mais rica em um tipo de glândula, a sudorípara apócrina. Julgava-se que a hidradenite supurativa representava uma inflamação, ou infecção, destas glândulas.” 

“Porém, hoje, se acredita que ela surge da inflamação dos folículos pilosos dessas regiões. As causas da hidradenite supurativa ainda não estão bem estabelecidas, mas ela pode ser considerada uma doença autoinflamatória, quando ocorre uma resposta inflamatória exagerada que agride e danifica a pele e as estruturas associadas. Parece haver uma tendência familiar para sua ocorrência, assim como associação com outras alterações de saúde e alguns hábitos como o tabagismo”, informa o site oficial da entidade. 

Nesse cenário, haja vista a importância do diagnóstico precoce, Heitor de Sá Gonçalves destaca os sinais a serem observados: “Fique atento a lesões, caroços ou nódulos que doam, algumas vezes de forma intensa, e que podem evoluir com abertura e drenagem de pus. Nesse quadro, essas lesões tendem a sumir e aparecer novamente de forma contínua e no mesmo local. Em caso de perceber a presença desses sintomas, procure um especialista para que o diagnóstico seja feito o quanto antes, a fim de dar início ao tratamento.”  

A terapia para tratar a hidradenite varia de acordo com a gravidade do quadro. Geralmente, segundo a SBD, inclui higiene adequada das áreas afetadas, evitar roupas apertadas, perda de peso, no caso de obesos, e abandonar o fumo. Antibióticos em cremes, ou mesmo via oral, também são utilizados no tratamento.

Em algumas mulheres, o uso de anticoncepcionais hormonais pode ajudar. Lesões crônicas com cicatrizes precisam ser tratadas cirurgicamente e, em casos mais graves, podem ser utilizados medicamentos imunossupressores. 

“Há, também, os imunobiológicos, que são de alto custo, mas que, com muito trabalho da SBD, o Ministério da Saúde colocou esse remédio no SUS e no rol de medicamentos da saúde suplementar dos planos de saúde”, completa o vice-presidente da entidade. 


PREVINA-SE! 


As causas da hidradenite supurativa ainda não estão estabelecidas, mas especialistas acusam que histórico familiar, associação com alterações de saúde e hábitos – tabagismo, obesidade e alimentação rica em carboidratos, açúcares e gordura animal, entre outros – influenciam no surgimento do quadro. Por isso, manter o peso adequado e não fumar são formas importantes de prevenção à doença.  

Além disto, segundo a SBD, as pessoas devem evitar o uso de roupas apertadas e o suor excessivo. No dia a dia, os pacientes com queixas de problemas de pele devem estar atentos a formas de manifestação da hidradenite supurativa.  

*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram 


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