(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas LIMPEZA

'Terminei a quarentena, como limpar a casa?' Confira o guia de higienização

Água sanitária, desinfetantes e álcool 70% são indispensáveis para 'virar a página' e deixar a casa limpa


01/06/2021 06:00 - atualizado 31/05/2021 19:30

Cuidados com a limpeza da casa são muito importantes após o fim da quarentena de um doente(foto: Reprodução/ Pixabay)
Cuidados com a limpeza da casa são muito importantes após o fim da quarentena de um doente (foto: Reprodução/ Pixabay)
A COVID-19 já infectou mais de 15 milhões de brasileiros e a maioria se recuperou totalmente ou ainda está no processo. O isolamento domiciliar é adotado nos casos mais leves da infecção, entretanto a limpeza da casa após o período de quarentena também é essencial para ‘virar a página’. 
 
A médica alergista e imunologista Lorena de Castro Diniz é coordenadora do Departamento de Imunizações da Associação Brasileira de Alergia Imunologia (ASBAI) e deu algumas instruções ao Estado de Minas, para as famílias que enfrentaram a COVID-19 dentro das próprias casas possam higienizar todo o local corretamente e voltar à rotina.
 

Como higienizar o quarto do infectado, após os 14 dias?


É recomendando o uso do álcool 70% nas superfícies com pano úmido. No chão pode jogar um desinfetante ou água sanitária. Dependendo do tipo de piso ela pode ser pura ou com diluição de 50ml para cada um litro de água ou, um copo americano para um litro de água.
 
Mas, a recomendação que dou é a seguinte: o paciente com COVID-19 está isolado no quarto, então ele mesmo pode limpar no dia a dia, com pano úmido.

A poeira do ambiente pode ser prejudicial, é preciso manter o quarto limpo e arejado. Limpar o lugar é importante até mesmo para se exercitar um pouco, levantar da cama e ajudar na recuperação.
 

Quais produtos devem ser usados?


Água sanitária, álcool 70% e desinfetantes.

Quais as medidas para a soluções de cada produto?

 
Cada produto tem sua recomendação, é preciso respeitar a indicação do rótulo.

É indicado usar vasilhame descartável para servir a comida da pessoa isolada e jogar fora depois do consumo?


Sim, de preferência. Mas, se não for possível, é essencial separar talher, copo, prato e vasilhame em geral que a pessoa está usando.

Para limpar, é preciso lavar tudo separado, com a bucha diferente do restante da casa. E, se tiver possibilidade de jogar água quente, pode também.
 

Como limpar o colchão depois que a pessoa termina o isolamento?


O colchão não tem problema, só trocar a roupa de cama já basta. Inclusive enquanto a pessoa estiver isolada é preciso substitui-la a cada dois ou três dias.

E as paredes? É possível limpar com alguma solução?

 
Se for uma tintura lavável, pode passar um pano úmido com álcool 70% ou desinfetante. Se não for possível, não há necessidade de se estressar tanto, pois não encostamos nas paredes com frequência, além disso o vírus não sobrevive muito tempo nesse tipo de superfície.
 
Se ele estiver na parede, não vai ‘pular’ em você. É preciso um ‘veículo transmissor’, como colocar a mão na parede e depois levar à boca ou ao nariz. 
 

É preciso usar luvas de silicone ou cirúrgicas para limpar?

 
Se não for o próprio paciente lavando e limpando a casa, é preciso usar luvas descartáveis. Após o uso, jogar fora no lixo.
 

Depois dos 14 dias, o paciente precisa usar máscara dentro de casa?

 
Não precisa. O término do isolamento é de 10 a 14 dias. Com as novas cepas, a persistência do vírus está maior, então é importante manter os 14 dias de isolamento, por causa da evolução mais arrastada dos sintomas.
 

Como limpar as roupas que a pessoa infectada usar?

 
Roupas normais, de corpo, e as roupas de cama devem ser lavadas separadas do restante da casa. Se for uma lavagem na máquina, colocar apenas os pertences do paciente e bater.
 
Quando acabar, jogar um desinfetante na máquina, sem roupas, e colocar no ciclo rápido para limpá-la e deixar pronta para uso de outras peças. 

Em casas que possuem apenas um banheiro, como deve ser a desinfecção?

 
O banheiro precisa ser lavado diariamente após o uso do infectado, com água, sabão, água sanitária, desinfetante e álcool 70%. O próprio doente pode lavar ou outra pessoa, mas ambos com luvas e máscara. 
 

O que fazer com as escovas de dente?

 
As escovas de dente de todos da casa precisam ser trocadas no momento em que alguém testar positivo e após a quarentena também, pois nela há uma grande concentração do vírus.

Geralmente, as famílias as deixam guardadas em potinhos no banheiro, por isso é importante fazer a substituição. 
 
E claro, deixar a escova da pessoa infectada separada das demais durante o período de isolamento.
 

Como limpar os outros cômodos da casa, em que o infectado não transitou?

 
Limpar normalmente, usando os produtos de costume, mas com maior atenção aos ambientes que são compartilhados. 
 
Também é importante deixar álcool líquido 70% em borrifadores, para o doente borrifar nas maçanetas sempre que for pegar comida na porta do quarto ou ir ao banheiro.

Só borrifar e deixar uns minutos agindo já basta, não precisa ficar esfregando.
 

É recomendado fazer a sanitização ou dedetização de ambientes, após o fim da quarentena?

 
A sanitização pode ser feita desde que não passe uma falsa sensação de segurança. Tem que ser uma empresa séria e autorizada, já que inalar produtos irritantes pode até prejudicar o paciente pós-COVID. 
 
É preciso pesquisar a empresa, saber se está regular com a Vigilância Sanitária e se usa produtos regulados pela Anvisa ou agências regulatórias. 
 
Mas lembrando que a sanitização vai durar 24h ou 48h de proteção, no máximo. Se outra pessoa contaminada entrar no ambiente, o local está infectado de novo.

É necessário seguir as medidas de prevenção e higiene, com o uso de máscara ao sair de casa, passar álcool nas mãos, manter o distanciamento e todas as normas que já conhecemos como eficazes.

 

O que é a sanitização de ambientes?

A sanitização é uma limpeza e eliminação de microrganismos causadores de certas doenças, como vírus, bactérias, fungos, ácaros e moléculas alergênicas do ambiente.

Ela pode ser feita com diversos tipos de produtos e princípios ativos, e atualmente a técnica está sendo usada para desinfetar locais que tiveram ou têm a presença do vírus SARS-COV-2, causador da COVID-19, como empresas que não estão em trabalho remoto e casas com moradores que acabaram a quarentena. 
 
Em Belo Horizonte, o serviço é oferecido pela DDTIZA, empresa tradicional no ramo de dedetização. Segundo o biólogo responsável-técnico da empresa, Bianco Vizioli, a sanitização já era realizada um ano antes do início da pandemia
 
“Quase um ano antes da pandemia, já tínhamos sido apresentados ao produto, a forma de aplicação e metodologia, mas a demanda era muito pequena. E a partir de março de 2020, a procura explodiu. Ao longo desse um ano, a demanda deu uma variada na mesma medida que a população se preocupa e relaxa", disse.
 
Existem diversos produtos usados para realizar o procedimento, um dos mais comuns e menos tóxico é o quaternário de amônio com aplicação pulverizada. Neste caso, a desinfecção não deixa resíduos no ambiente.

“Todos precisam sair da casa na hora da aplicação, mas diferentemente da dedetização, os produtos de sanitização não têm residual. O quaternário de amônio funciona nos primeiros 30 minutos da aplicação e o período de reentrada (retorno para a casa) varia de duas a três horas, para não ter risco de inalação”, explica Bianco.
 
Equipe faz aplicação do produto com equipamentos de proteção (foto: Arquivo/ DDTIZA)
Equipe faz aplicação do produto com equipamentos de proteção (foto: Arquivo/ DDTIZA)


Para aplicação do produto, há uma técnica exclusiva que exige equipamentos e materiais diferentes. O foco são superfícies de muito contato, como maçanetas, puxadores de janelas e armários, portas e gavetas.
 
Ao realizar o procedimento, todo o ambiente pode e deve ficar arejado, logo, há recomendação que janelas da casa fiquem abertas enquanto a equipe faz o trabalho e em alguns cômodos é preciso tomar cuidados específicos. 
 
“Se durante a aplicação tiverem coisas expostas na cozinha, é recomendado lavar antes de utilizar, mas sempre orientamos a guardar frutas e alimentos em geral nos armários e geladeira. Além disso, em locais que tem muito papel, como escritórios, também recomendamos colocar algo pesado em cima, para evitar que todos se espalhem no ambiente”, disse o biólogo.
 
A sanitização com quaternário de amônio pulverizado, geralmente, não deixa cheiros. Segundo Bianco, sentir algum odor depende da sensibilidade de cada pessoa, entretanto, se for um ambiente mais confinado, pode ser que os moradores sintam algum cheiro, apesar de não ser o mais comum. 
 
“Escolhemos fazer a sanitização com o quaternário de amônio por causa da baixa toxicidade, a aplicação diferente e o baixo odor. Esses fatores se tornaram mais viáveis para uso comercial”, comenta o biólogo.
 
Pessoas alérgicas ao componente precisam ter atenção, mas segundo Bianco ainda não há relato de reações adversas após aplicação. “A partir do momento que fazemos a aplicação e o produto seca, como ele não tem efeito residual, não fica no ambiente. Não tivemos relatos de alergia, mas, se a pessoa entrar antes do período recomendado, pode ser que tenha alguma reação”, pontua Bianco.
 
“Para quem já tem problemas respiratórios, é preciso aumentar o período de reentrada para 6 a 24 horas. Cada caso é avaliado separadamente com moradores e a equipe, mas o nível de sensibilidade varia muito. O produto por si só, não tem irritação”, finaliza.
 

 
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina






receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)