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Estado de Minas DESCOBERTA

Pessoas que tiveram COVID leve podem produzir anticorpos por 'toda a vida'

Estudo analisou amostras de sangue e medula óssea de pacientes com sintomas leves e detectou células produzindo imunoglobulinas 11 meses após a infecção


27/05/2021 19:59 - atualizado 27/05/2021 21:25

Amostras de sangue e medula de pacientes que tiveram COVID-19 leve foram coletadas para o estudo (foto: Pixabay/Reprodução )
Amostras de sangue e medula de pacientes que tiveram COVID-19 leve foram coletadas para o estudo (foto: Pixabay/Reprodução )
Um estudo analisou amostras de sangue e medula óssea de pacientes que tiveram casos leves de COVID-19. Segundo os pesquisadores da Universidade de Washington em St. Louis, nos Estados Unidos, há indícios de que essas pessoas podem continuar produzindo anticorpos contra a doença ao longo da vida.

 

A descoberta foi publicada na revista Nature, nessa segunda-feira (24/5), e os pesquisadores acreditam que surtos repetidos da doença provavelmente são incomuns, já que 11 meses após a infecção com sintomas leves os pacientes apresentavam células imunológicas capazes de fabricar anticorpos.


Pesquisas feitas em 2020 indicavam que a quantidade de imunoglobulinas (células imunológicas) caía rapidamente após os voluntários serem infectados pelo coronavírus.

Porém, segundo Ali Ellebedy, coautor do estudo, o problema está na interpretação desses resultados.

“É normal que os níveis de anticorpos diminuam após a infecção aguda, mas não chegam a zero; eles se estabilizam. Encontramos células produtoras de anticorpos em indivíduos 11 meses após os primeiros sintomas. Essas células viverão e produzirão anticorpos pelo resto da vida das pessoas", afirma, em comunicado.

Resultado das amostras


O estudo contou com amostras de sangue de 77 voluntários, coletadas em intervalos de três meses a partir de um mês após a infecção pelo Sars-CoV-2.

A maioria dos pacientes teve casos leves da doença, mas seis deles precisaram ser hospitalizados.

Os pesquisadores coletaram também amostras de medula óssea de 18 pessoas do grupo, entre sete e oito meses após a infecção. Depois de quatro meses, cinco participantes passaram por novas coletas.

Os cientistas recolheram ainda amostras desse mesmo tecido em 11 pessoas que nunca tiveram a doença.

Os resultados mostraram, como era esperado, que os níveis de anticorpos no sangue dos voluntários com a doença caíram nos primeiros meses e se estabilizaram depois.

A novidade, porém, foi que havia células produtoras dessas substâncias em 15 das amostras de medula óssea de pessoas que tiveram a forma leve da infecção.

Essas células responsáveis pela fabricação de anticorpos apareceram inclusive após quatro meses nas cinco pessoas que forneceram a segunda amostra de medula.

No entanto, dos 11 voluntários que nunca tiveram COVID-19, nenhum apresentou essas células.

De acordo com os cientistas, essas células funcionam da seguinte maneira: primeiro elas se multiplicam durante a infecção viral no sangue. Depois, exercem sua função até morrerem. É quando o nível de anticorpos finalmente cai. 

Mas uma pequena parcela, chamada de células plasmáticas de longa vida (LLPCs, na sigla em inglês), migra para a medula óssea. Lá, elas liberam, de maneira contínua, níveis baixos de anticorpos na corrente sanguínea.

“Essas células não estão se dividindo. Elas estão sossegadas, apenas paradas na medula óssea e secretando anticorpos. Elas têm feito isso desde que a infecção foi resolvida e continuarão fazendo isso indefinidamente”, explica Ellebedy.
 
*Estagiária sob supervisão  da subeditora Kelen Cristina



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