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Estado de Minas COVID-19

Como evitar danos à memória e à cognição

Treinos cognitivos e estímulo cerebral podem ser grandes aliados na recuperação do bom funcionamento do cérebro após a pessoa se infectar pelo novo coronavírus


23/05/2021 09:52 - atualizado 23/05/2021 10:05

(foto: Gordon Johnson/Pixabay)
(foto: Gordon Johnson/Pixabay)
Que o novo coronavírus afeta vários órgãos do corpo, comprometendo a saúde e a qualidade de vida de milhares de pessoas, todo mundo sabe. Afinal, a cada dia uma descoberta é feita. Porém, pouco se relacionam sintomas e sequelas do vírus à memória e cognição. E, em alguns casos, além de ausência de olfato e paladar e dificuldade para respirar mesmo após a cura, indícios relacionados à cognição – lentidão no raciocínio, dificuldade com a memória e para assimilar novas informações –, são relatados por alguns pacientes que passaram pela angústia da infecção por COVID-19.
 
Foi o que sentiu na pele, ou melhor, na mente, a pedagoga aposentada Mariângela Vieira Rossignolli, de 57 anos. Ela, que teve COVID-19 em novembro do ano passado, conta que quando os sintomas mais comuns passaram, percebeu que nem tudo estava bem. “Quando o gosto metálico na boca, o cansaço, a fadiga e o mal-estar foram embora, comecei a observar uma mudança no meu dia a dia. Tarefas que antes eram muito simples, comecei a fazer e parar no meio do ‘caminho’. De repente, eu percebi que estava esquecendo o que tinha começado a fazer”, diz.
 
“Eu pegava algum objeto e logo depois já não sabia mais onde o tinha colocado, não que isso não acontecesse antes, mas não na mesma proporção. Comecei, então, a ficar preocupada com isso, e comecei a ler e me informar sobre o assunto. Na época, minha endocrinologista comentou que uma das sequelas do COVID-19 era a parte da atenção e da memória.”
 
(foto: Arquivo pessoal)
(foto: Arquivo pessoal)

"Tarefas que antes eram muito simples, comecei a fazer e parar no meio do 'caminho'. De repente, eu percebi que estava esquecendo o que tinha começado a fazer"

Mariângela Vieira Rossignolli, de 57 anos, pedagoga aposentada


 
Sem estudos conclusivos a respeito, as avaliações são feitas com base na percepção de pacientes , que passaram e viveram o problema. “O vírus tem potencial de levar à alteração direta ou indireta do cérebro. Pode levar a uma diminuição do processamento neuronal, seja pela diminuição da oxigenação ou até mesmo por lesão direta dos neurônios. Essa lesão acaba diminuindo as conexões entre os neurônios e as sinapses – região localizada entre neurônios no qual agem os neurotransmissores, transmitindo impulsos nervosos de um neurônio para outro.”
 
"Com isso, o processamento cerebral fica alterado e lentificado, o que leva à diminuição do processamento de memória e a alterações cognitivas”, explica o neurointensivista Marco Paulo Nanci. O que mais tem chamado a atenção até agora, segundo ele, é que se tem tornado cada vez mais frequente a manifestação de sintomas neurológicos como delírios, rebaixamento do nível de consciência, confusão e alteração comportamental, dificuldade para interagir e ausência de processamento cerebral.
 
A pedagoga aposentada Mariângela Rossignolli procurou por ajuda especializada. “Quando tomei conhecimento do meu problema, procurei a estimulação cognitiva. Comecei a estimulação com um protocolo específico para essa situação. Percebi que esses sintomas da falta de memória, atenção, distração e apagões que às vezes eu tinha diminuíram de forma drástica. Tudo isso foi bem rápido. Os exercícios me deixam com ‘cabeça quente’, sai até ‘fumaça’ de tanto esforço no treino cognitivo, o que foi fundamental na minha recuperação.”

COM ATRASO

 
A empresária Poliane Calazans Rodrigues Mariz, de 36, só percebeu os danos na memória e cognição bem depois que teve COVID-19(foto: Arquivo pessoal)
A empresária Poliane Calazans Rodrigues Mariz, de 36, só percebeu os danos na memória e cognição bem depois que teve COVID-19 (foto: Arquivo pessoal)
A empresária Poliane Calazans Rodrigues Mariz, de 36, só percebeu os danos na memória e cognição bem depois. Ela testou positivo para COVID-19 em dezembro de 2020 e apresentou um quadro leve, com perda de olfato e paladar, fraqueza e falta de ar em razão do cansaço. “Após os 15 dias, continuei sentido fraqueza e sem o paladar e o olfato, e até hoje não voltou ao normal. Em janeiro, voltei para minhas aulas de estimulação cognitiva e foi aí que percebi que meu cérebro havia sido afetado”, conta.
 
“Na primeira aula, me senti muito mal, porque normalmente fazemos uma ou duas folhas de ábaco e eu não consegui fazer uma fileira. Fui embora arrasada, porque não conseguia me concentrar, mas não cheguei a associar que era devido à COVID-19. Na semana seguinte, a mesma dificuldade. Percebi, então, que poderia ser em razão da infecção pelo vírus.”

Estimule seu cérebro em casa!

» Ande pela casa de trás pra frente;
 
» Vista-se de olhos fechados;

» Tome banho no escuro;

» Veja fotos de cabeça para baixo e tente observar cada detalhe;

» Veja as horas num espelho; use o relógio de pulso no braço direito (ou no braço esquerdo, se for canhoto);

» Decore uma palavra nova de outro idioma por dia;

» Monte um quebra-cabeça e tente encaixar as peças corretas o mais rapidamente que conseguir, cronometrando o tempo;

» Experimente memorizar aquilo que precisa comprar no supermercado em vez de elaborar uma lista;

» Ouça as notícias na rádio ou na televisão quando acordar. Durante o dia, escreva os pontos principais de que se lembrar;

» Ao ler uma palavra, pense em outras cinco que começam com a mesma letra;

» Escove os dentes ou escreva em uma folha de papel com a mão contrária à de costume;

Fonte: Método Supera, escola de ginástica para o cérebro 


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