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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Equilíbrio para viver bem: saúde e educação financeira fazem parte

Refletir e cuidar da saúde financeira deveriam ser compromissos de todos, porque em crise ela provoca desajustes e adoecimento físico, mental e emocional


31/01/2021 04:00 - atualizado 30/01/2021 20:10

(foto: Nattanan Kanchanaprat/Pixabay )
(foto: Nattanan Kanchanaprat/Pixabay )


Nada hipnotiza e inebria mais do que o dinheiro. Tanto tê-lo quanto a falta. Ele é fundamental na existência humana. O problema é quando se desconhece como lidar com ele ou perde-se o controle. Daí a urgência da educação financeira para que a saúde, não só do bolso, mas física, mental e emocional, esteja presente em todas as esferas da vida.

O importante é não se tornar refém da moeda para não cair na armadilha do que disse o filósofo grego Aristóteles: “As pessoas se dividem entre aquelas que poupam como se vivessem para sempre e aquelas que gastam como se fossem morrer amanhã”.

O equilíbrio é o caminho mais sensato e lucrativo para viver bem, sem desperdício e sobressaltos. Sabemos que da escolha da profissão à forma de poupar, do valor do tempo até as escolhas amorosas, quase todos os aspectos da vida são sedimentados no poder financeiro.

A saúde financeira é essencial para que ninguém caia no poço, sem fundo, que a falta de controle pode acarretar. E que pode se tornar uma areia movediça de problemas de toda ordem. Diante de uma pandemia, então, é praticamente impossível não sentir algum impacto financeiro. Por isso, a importância de, ao longo da vida, ter o hábito de fazer uma reserva para emergências ou para se proteger de possíveis riscos. Claro, para quem tem essa saída.

Consultor financeiro, mentor de investimento e palestrante, a expertise de Erasmo Vieira o faz um dos especialistas mais solicitados da área. Além do caráter profissional, a preocupação em ajudar as pessoas a ter saúde financeira é sua missão de vida. Na dissertação do seu mestrado, que teve o tema “Qualidade de vida e endividamento”, ele detectou os impactos das dívidas na vida do indivíduo e nos negócios.

“Na saúde física, insônia, dores de cabeça e de estômago. Saúde mental com desencadeamento de depressão, ansiedade e pensamentos acelerados. Saúde emocional com problemas de relacionamento dentro de casa e também no trabalho. Um juiz da vara de família me disse que a questão financeira é a principal causa de separação de casais. E ainda a saúde profissional com a presença do absenteísmo, afastamento e principalmente queda na produtividade, além de acidentes de trabalho.”

APRENDIZADO 

A administradora Rachel Metzker revela que hoje sabe dar valor ao seu dinheiro, mas nem sempre foi assim. Mais jovem, gastava tudo antes mesmo de receber. Depois de um tempo, percebeu que tinha que mudar essa relação.

Demorou um pouco. No meu trabalho, auxiliava minha mãe com o atendimento aos clientes. Ela prestava serviço de consultoria em finanças pessoais para pessoas de alta renda. Nessa época, pensava que essa 'educação' só cabia a quem ganhava muito dinheiro, mas aos poucos fui encaixando suas sugestões para mim também.”

Rachel Metzker enfatiza que, na verdade, não sabia o valor do dinheiro. “Pensava assim: aquele celular que quero são só 10 parcelas de R$ 200, dá para pagar. Então, comprava e assim comprava mais e mais. Com esse pensamento, acabei por me endividar diversas vezes e cheguei a ficar com o nome sujo. De certa forma, foi muito bom porque parei de comprar.”

Os tropeços e obstáculos a ensinaram. Agora, Rachel Metzker destaca que a vida financeira é totalmente equilibrada. “Sempre que quero comprar alguma coisa, me pergunto primeiro se realmente preciso. Outra coisa que me faz pensar é fazer o calculo das minhas horas trabalhadas e ver se vale a pena a troca. Essas minhas atitudes já são uma forma de poupar, não? Menos consumo, mais dinheiro sobrando.”

(foto: Arquivo Pessoal)
(foto: Arquivo Pessoal)


Sempre que quero comprar alguma coisa, me pergunto primeiro se realmente preciso. Outra coisa que me faz pensar é fazer o calculo das minhas horas trabalhadas e ver se vale a pena a troca. Essas minhas atitudes já são uma forma de poupar, não? Menos consumo, mais dinheiro sobrando

Rachel Metzker, administradora



Rachel Metzker lembra que até aprendeu a poupar e ter uma reserva financeira: “Por um tempo, acostumei a juntar dinheiro para uma realização pessoal, como viajar, por exemplo. Guardava na poupança. Hoje, nem pensar. Poupança é uma forma de perder dinheiro, como deixar na conta-corrente, só favorece ao banco. Hoje, ainda não tenho muito para investir, mas tudo que sobra aplico nos meus planos de previdência privada. Optei pelo tipo VGBL, que é a aplicação mais confortável, uma vez que não preciso de fazer a gestão do meu dinheiro. No caso, é a seguradora que aplica no mercado, sem contar que, de tempos em tempos, comparo meus fundos com outros e acabo por conseguir bons resultados.”

Por fim, Rachel Metzker recomenda que todos façam a mudança e saibam lidar com as finanças: “Com disciplina, alcancei. Já não vivo de sonhos e, sim, de planejamentos. Fiz procedimentos estéticos que tinha vontade e meu projeto futuro é morar na Austrália por um tempo. Para isso, estou ciente de que deverei fazer trocas e não sacrifícios.

FAZER RENDER 

A pandemia, certamente, fez muitas pessoas refletirem sobre a saúde financeira. Há quem teve perdas, quem economizou e até quem ganhou mais. Para passar por este caos, administrar o que ganha e gasta é condição sine qua non. Economizar deveria ser um compromisso cotidiano, abrir mão de supérfluos, consumir conscientemente e construir um futuro estável do ponto de vista financeiro teria de ser a meta de cada um, mesmo para quem não tem uma reserva ou consiga fazer.

Só de pensar em economizar ou guardar qualquer valor já faz a diferença. É a melhor atitude a tomar para não se tornar dependente ou refém do que Karl Marx discutiu em sua obra-prima O capital, de 1867, quando introduziu o conceito do “fetiche da mercadoria”, fenômeno social e psicológico em que as mercadorias aparentam ter vontade independente de seus produtores. O produto perde a relação com o produtor e parece ganhar vida própria.
 
Sem querer revelar o nome, uma massoterapeuta e depiladora de 51 anos conta que há quatro anos vivia completamente descontrolada com o dinheiro: “Não sabia o que entrava, e o que ganhava, gastava. Autônoma, não separava meus gastos do trabalho e pessoais. Mas há um ano, depois de acompanhar o Erasmo Vieira, consigo encarar a pandemia, mesmo sem trabalhar nos primeiros meses de 2020, com tranquilidade, sem passar necessidade. Tinha uma reserva e minha vida mudou. Só compro à vista, cancelei cartões e agora tenho preocupação em poupar. Se não mudasse, não teria nada. Poupar era um sonho. Cheguei a me endividar, era uma fuga psicológica, mas agora mudei de vida. Tenho minha reserva e não deixo de fazer nada, basta administrar. Faço o salário render. Não parei de viajar, de cuidar da beleza, de praticar minha aula de dança, de fazer meus cursos de qualificação. Tudo controlado e com a garantia de que estou financeiramente tranquila”.








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