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Estado de Minas Saúde

Estudo comprova eficiência das máscaras de pano para conter COVID-19

Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos declara que o uso da proteção pode evitar lockdowns e resultar em casos mais brandos da doença


11/11/2020 16:43 - atualizado 11/11/2020 17:27

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)


Um estudo científico realizado pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC), divulgado nesta terça-feira (10), atestou o uso de máscaras de pano como equipamento de segurança eficiente no controle da propagação do novo coronavírus.

De acordo com a pesquisa, as máscaras também são fortes aliadas para que, em caso de infecção, a manifestação da doença seja branda.

“As máscaras destinam-se principalmente a reduzir a emissão de gotículas carregadas de vírus, o que é especialmente relevante para usuários infectados assintomáticos ou pré-sintomáticos que se sentem bem e podem desconhecer sua infecciosidade para outros,e que devem representar mais de 50% das transmissões", informa o estudo.

O estudo destaca ainda que as máscaras de pano também ajudam a reduzir a inalação dessas gotículas pelo usuário. "O benefício comunitário do mascaramento para o controle do SARS-CoV-2 se deve à combinação desses efeitos.”

Para o infectologista Carlos Starling, as máscaras de pano funcionam como uma espécie de vacina, dada as circunstâncias. “Ela diminui a emissão de gotículas que são expelidas pela boca e o nariz com a fala, tosse ou espirro, e essas partículas são cheias de vírus e bactérias. Então, o que acontece é que essas máscaras diminuem o volume de vírus emitido por uma pessoa infectada.” 

Com isso, a probabilidade de uma das duas pessoas estarem suscetíveis ao vírus diminui. Quando contrai, contrai de forma mais branda.

"A tendência, que tem sido observada, é que as formas são mais brandas, porque ela diminui, também, a quantidade de vírus que a pessoa expele e quem entra em contato, entra em contato com pequenas quantidades de vírus. Dessa forma, a pessoa infectada acaba apresentando quadros muito mais brandos. Funciona de forma parecida com a vacina atenuada”, completa. 

Estevão Urbano, infectologista e presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, destaca a importância do uso das máscaras de pano, haja vista que, apesar de os equipamentos de proteção facial de hospitais, por exemplo, serem mais eficazes, estes não estão disponíveis em larga escala para a população.

Neste contexto, a alternativa do uso de máscara de pano se torna mais que apenas uma opção, mas um objeto de uso indispensável para a contenção do vírus. 

“A proteção que as máscaras de pano conferem é bastante razoável e como não temos máscaras hospitalares para todos e o custo seria elevado, as máscaras de pano, que são reutilizadas e podem ser tratadas pela própria pessoa são objetivas e o custo delas, exatamente pelo fato de serem higienizadas e de caráter reutilizável, é bastante aceitável”, comenta. 

Cuidados


Para valer a eficiência, Estevão Urbano destaca a importância de que algumas medidas sejam adotadas pelo usuário, a fim de manter o aspecto de proteção da máscara intacto. Entre elas, está o material de confecção – preferível algodão –, tempo de uso e lavagem.

“A máscara, quando se chega em casa, deve ser higienizada para tirar o máximo de contaminação que ela adquire durante o dia. A higiene deve ser feita por cerca de 15 a 20 minutos na água com solução de hipoclorito – água sanitária, porque essa solução mata o vírus.” 

Segundo Estevão Urbano, pode-se usar, também, outros desinfetantes que tenham a capacidade de matar o vírus como antisséptico à base de quaternário de amônia.

Ou, ainda, pode-se simplesmente ferver a máscara, porque em altas temperaturas o vírus também morre, ou utilizar um ferro quente na hora de passá-la. Usando uma ou duas dessas estratégias, mas mesmo que seja só água e sabão, as chances de conseguir eliminar esses vírus são muito altas, explica. 

Quanto ao tempo de uso, o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia destaca que, pelo fato de a máscara de pano se umedecer com as gotículas expelidas pela boca, sua utilização acaba se perdendo.

E devido ao fato de quanto mais úmida, menos eficiente a máscara, é importante trocá-la, em média, de duas em duas horas. “Pessoas que vão ficar mais tempo fora de casa, é importante levar duas máscaras para que elas possam ser substituídas durante o dia.” 

Estevão Urbano alerta, ainda, para a necessidade de que a máscara seja adaptada a cada rosto. “Não adianta a máscara ficar caindo ou não cobrir direito o nariz e a boca, tem que ser bem justinha, para cobrir tanto a boca, quanto o nariz. Além disso, deve-se evitar tocar na máscara, porque ela pode estar contaminada. Sempre quando for manuseá-la, deve-se fazer isso pelo elástico que fica atrás da orelha”, orienta. 

*Estagiária sob supervisão da editora Teresa Caram 


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