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Estado de Minas DIA DAS MÃES

Coronavírus: aproximação pelo paladar materno

Por conta do isolamento social, professor de gastronomia da UNA propõe a seus alunos a preparação de um prato que relembre as origens maternas no Dia das Mães


postado em 08/05/2020 11:00 / atualizado em 08/05/2020 12:50

Vatapá preparado pelo chef Sinval Espírito Santo em homenagem à mãe, Rosana Espírito Santo, de 69 anos(foto: Arquivo pessoal)
Vatapá preparado pelo chef Sinval Espírito Santo em homenagem à mãe, Rosana Espírito Santo, de 69 anos (foto: Arquivo pessoal)

Por meio de suas redes sociais, o professor de gastronomia da UNA e chef Sinval Espírito Santo convidou seus alunos para que, neste Dia das Mães, se dediquem à preparação de um prato que os façam se lembrar das origens maternas. Isso porque, devido ao isolamento social, muitos filhos comemorarão a data longe de suas progenitoras. 

O chef conta que a iniciativa partiu da própria experiência, já que há 50 dias não vê a mãe, que se encontra em isolamento social. Neste período, o professor de gastronomia destaca que o contato mais próximo que tem com a mãe é quando precisa entregar as compras. No entanto, mesmo assim, os produtos são deixados na porta de casa para que a mãe possa pegar posteriormente. 

“Por causa da saudade que todos estamos sentindo, ela, os filhos e os netos, surgiu a ideia de um vídeo. E, como sempre pensei a comida como forma de mostrar amor, decidi fazer um prato especial que me lembre ela. Sinto que a gastronomia tem esse poder. A maior inspiração é a comida e o que ela sempre representou na minha família. Como professor, tento sempre passar essa paixão para os meus alunos. Por isso, sugeri a todos que fizessem o mesmo.” 

Em vídeo, o convite é feito. “Se inspirem a criar e mostrar o prato que fazem vocês se lembrarem da pessoa que, neste Dia das Mães, vocês queiram homenagear. Convido vocês a fazerem pratos que mostrem, nesse momento, o quanto a gastronomia pode nos conectar. Vamos, mesmo de casa, criar essa corrente de amor por meio da comida, afinal de contas, preparamos a comida para mostrar o quanto isso é amor.” 


Refeição e afeto 

 
O professor de gastronomia explica que a conexão feita entre paladar e lembrança materna se dá, principalmente, pelo fato de a primeira ligação do ser humano com o mundo ser tida por meio da mãe os alimentando. “É do seio das mães que as crianças conhecem as primeiras sensações de tato, olfato e paladar. Isso é muito forte. E, o que se constrói em família, ao redor da mesa e do fogão, são histórias e culturas, isso fica marcado para sempre.” 

Santo ressalta, também, que cozinhar, naturalmente, aproxima pessoas e que, em meio à pandemia, isso tende a se intensificar, fortalecendo laços e criando memórias. “Mais que nunca, hábitos simples, que estavam esquecidos com a correria do dia a dia, têm se tornado unificadores. Famílias voltaram a cozinhar e se alimentarem juntas, como faziam no passado. Grandes chefs têm cozinhado comidas cotidianas, e isso mostra o quanto o alimento e o comer junto é uma potência.” 
 

"Como pelo prazer e também para dizer quem sou e no que acredito. Coloco uma parte de mim quando cozinho. As escolhas que faço social e politicamente aparecem em meus pratos. Por isso, quando entrego uma comida é como se tivesse contando uma história, e a que quis contar com o vatapá feito por mim, nesta corrente, é uma história de gratidão por ser filho da Dona Rosana."

Sinval Espírito Santo, professor de gastronomia na UNA e chef

 
 
O chef, que carrega em suas lembranças e paladar, a paixão pelo vatapá feito pela mãe Rosana Espírito Santo, mineira, de 69 anos, acredita que, para além do Dia das Mães, a comida pode ser capaz de demonstrar carinho em qualquer ocasião. “Comer e demonstrar afeto com um prato feito no capricho, é e sempre será um afago na alma.” 

Sinval Espírito Santo ressalta, ainda, o amor pela cozinha e pela mãe. “Como pelo prazer e também para dizer quem sou e no que acredito. Coloco uma parte de mim quando cozinho. As escolhas que faço social e politicamente aparecem em meus pratos. Por isso, quando entrego uma comida é como se tivesse contando uma história, e a que quis contar com o vatapá feito por mim, nesta corrente, é uma história de gratidão por ser filho da Dona Rosana.” 

* Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram 


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