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Estado de Minas COLUNA

Não deixe a neura tomar conta de você!

'Em vez de encarar como problema, encarar onde está a solução! Essa é a grande sacada das pessoas mais otimistas'


20/03/2022 04:00 - atualizado 20/03/2022 08:34

Ilustração
(foto: EM/D.A PRESS)

 
“Doutora, não consigo para de pensar em coisas negativas.” Acho que essa é a frase que mais ouço ultimamente como médica psiquiatra. A segunda mais comum: “Doutora, me ajude, não consigo sair desta neura!”
 
Que situações nos levam a deixar nosso eu interior criar diálogos tão negativos que nós mesmos nos intoxicamos?
 
Diálogos negativos têm sido uma premissa dos últimos tempos. Um eu crítico. Um eu que cobra. Um eu medroso ou triste. Isso, vejo todos os dias em meu consultório. E mais do que simplesmente dar remédios para aliviar sintomas de tristeza, depressão, raiva, irritabilidade e insônia, preciso conversar e mostrar que podemos olhar o lado bom também.
 
O paciente traz o problema e meu papel é focar na solução e dar esta luz a ele.

Conta uma história de autor desconhecido que um velho sábio disse a um garoto que dentro da mente dele habitavam dois lobos. Um que o instigava a pensamentos negativos – o lobo do mau. E outro que o fazia pensar coisas lindas – o lobo do bem. E que ambos brigavam incessantemente dentro da cabeça dele. O garoto, então, pergunta: Mas qual lobo vence a briga, mestre?. O velho sábio responde: Aquele que eu alimentar.
 
Eu te pergunto: qual lobo você tem alimentado ultimamente?.
Precisamos nos contaminar com o lobo do bem, fomentar para que ele cresça dentro de nós. E para isso precisamos tirar os olhos do problema e focar nas soluções. A psicologia positiva nos ajuda a entender que para sairmos de uma situação problemática o melhor a fazer é se distanciar do problema – alimentar menos o lobo do mau. O foco no que funciona é saída! Olhar para onde possa ter soluções.
 
Em vez de encarar como problema, encarar onde está a solução!
Essa é a grande sacada das pessoas mais otimistas. Elas enxergam o problema, sofrem e aceitam. Quando nos permitimos sentir nossa dor, podemos sair dela. Então, o primeiro passo é a aceitação. Aceitar nosso sofrimento, nossas emoções e observar de pertinho e com autocompaixão. Deste lugar, olharmos o que podemos fazer diferente, como podemos agir para sair deste lugar. Sem pressa.
 
Aceitação do sentir a emoção dolorosa. Sentir e sair deste lugar de sofrimento com agilidade emocional. Sem correr, mas planejar estratégias que funcionem para nos tirar do aprisionamento do medo, da raiva, da tristeza ou seja lá do que for. Isso se chama autoconsciência e agilidade. Precisamos de flexibilidade para tombar e levantar. E o pensamento positivo e otimista que vamos encontrar, um caminho para a solução, nos abre o radar à procura do novo, da ajuda e das novas conquistas.
 
Deixa de ser problema ao se tornar desafio!
Muitos não conseguem tal agilidade. Encontram-se presos no problema. Muitos até congelados. Encontramos muitas pessoas neste estado de congelamento com sintomas como burnout, depressão grave, desilusão afetiva, fibromialgia, cólon irritável, inércia etc.
 
Essas pessoas que dizem eu não consigo enxergar solução precisam de ajuda terapêutica, pois sozinhas não têm o amparo devido e nem sequer a segurança. Por isso, se “emburacam” numa toca e lá ficam presas sem enxergar saída. A terapia positiva, e principalmente feita por terapeutas informados para o trauma, pode ajudar tais pacientes congelados em suas caverninhas a saírem desse lugar. Descongelar devagar, encontrar segurança e apoio no olhar de outrem que pode mostrar um caminho mais acolhedor e positivo.
 
Nem sempre é fácil falar “saia desta neura!”.

A pessoa está pedindo nossa ajuda!

Ela quer alguma saída, mas, infelizmente, está em visão de túnel, e não consegue enxergar outra coisa que não seja seu problema. Ela diz coisas como: eu não consigo ganhar dinheiro, não existe emprego, eu não consigo um bom relacionamento, só existem homens que não prestam, eu não consigo evoluir na carreira, isso é para poucos etc..
 
Isso é muito comum. Precisamos alertar quem pudermos que para tudo haverá um caminho novo e diferente. Que um novo olhar, alimentando um caminho de solução, mesmo que seja um desafio, será bem-vindo.
 
Desafios serão encarados como algo positivo, o lobo do bem. Colocados em nossas vidas para trazer esperança e nos fazer acordar que podemos, sim, sobreviver ao lobo do mau, alimentado nossa esperança e novos rumos.

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