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Estado de Minas OPINIÃO SEM MEDO

Enchentes: uma encruzilhada à espera de Romeu Zema e Jair Bolsonaro; leia

Governador mineiro, infelizmente, mantém uma proximidade perigosa com o Presidente da República


30/12/2021 00:08 - atualizado 30/12/2021 00:22

Montagem com fotos de Romeu Zema e Jair Bolsonaro
Governador mineiro, Romeu Zema, e presidente da República, Jair Bolsonaro (foto: Marco Evangelista/Imprensa MG e Alan Santos/PR)
Já disse e repito: gosto muito de Romeu Zema, nosso simpático e competente Chico Bento, governador de Minas Gerais. Se pudesse mudar algo em sua gestão, seria seu alinhamento político - e, às vezes, ideológico - a Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto. Não consigo aceitar qualquer tipo de bom relacionamento, ainda que meramente político, com alguém que fala e atua como o amigão do Queiroz.

Por exemplo: como se relacionar com alguém que prefere um filho morto a um filho gay? Ou que considera negros como animais de corte? Ou ainda, que deseja o extermínio de índios? Ou que boicota e sabota a vacinação, inclusive de idosos e crianças? Que se associa ao centrão? Que contrata funcionários fantasmas e pratica peculato? Que usa a conta da esposa para receber dinheiro de miliciano? 

DESPREZO PELA VIDA


Jair Bolsonaro, o devoto da cloroquina, possui um tremendo desprezo pela vida alheia. Além de não se preocupar com a dor de quem perde um ente querido, é capaz de ironizar e debochar dos enlutados. Desde o início da pandemia do novo coronavírus, foi o que mais fez, além de conspirar contra todas as medidas e boas práticas sanitárias. Agora, com o drama das enchentes na Bahia, não vem agindo diferente.

As chuvas castigam o solo baiano. São 500 mil pessoas afetadas; 80 mil desabrigados; dezenas de mortos e feridos e prejuízos incalculáveis. Onde se encontra o presidente da República neste momento? Curtindo a vida! Passeando de lancha e jet ski, custeados com nossa grana, diga-se de passagem. Está seguro, seco e quentinho, ao lado da família e apaniguados, no litoral de Santa Catarina.

PRESIDENTE DA BOLSOLÂNDIA


A Bahia faz parte da República Federativa do Brasil ou não? Os baianos são brasileiros ou não? A União suga impostos do estado ou não? Bolsonaro, o maníaco do tratamento precoce, é presidente do País ou não? Pois é. Além da obrigação funcional para com a Bahia, já que chefe de Estado brasileiro, há - ou deveria haver - obrigação moral. No mínimo, espírito humanitário; um pouco de compaixão e solidariedade.

Mas o pai do senador das rachadinhas e das mansões, literalmente, ‘caga e anda’ para tudo e todos que não lhe lambem as botas imundas. Aliás, mesmo os sabujos que lhe adulam, costumam ser abandonados tão logo não tenham mais nada a oferecer; exemplos não faltam. Este sujeito não é nem nunca foi presidente do Brasil. É e sempre será um medíocre animador de plateia, ou melhor, de manada igualmente medíocre.

MINAS GERAIS


As chuvas começam a chegar forte também em Minas. Cerca de 40 mil pessoas já sofrem com as cheias, sobretudo no norte do estado. O governador Zema já esteve na região e prepara sua equipe para dar o máximo de ajuda possível. Porém, a meteorologia prevê que o estrago será grande. Talvez quase tão ruim quanto na Bahia. E, se isso se confirmar, Minas precisará de ajuda financeira do governo federal. 

Minha dúvida é: virá na exata proporção do necessário e da relação política entre governador e presidente? Bolsonaro suspenderá suas férias eternas e virá prestar solidariedade a Zema e aos mineiros? Devolverá ao estado a justa parte do que dele retira, para custear os reparos emergenciais do estrago que se desenha? Se as respostas forem 'sim’, o que dirá a Bahia, ao nordeste e ao resto do Brasil?

ELEIÇÕES 2022


Zema, se tiver o que merece do maridão da ‘Micheque’, terá de lhe retribuir, em forma de apoio, ano que vem. Fará isso, mesmo ciente da altíssima impopularidade do bilontra? Lado oposto, o sociopata irá desnudar de vez, de forma escancarada, sua ojeriza aos baianos e nordestinos de um modo geral? Sim, por que qual seria a explicação para desprezar, com requintes de crueldade, a Bahia, e socorrer Minas?

Caberá ao Chico Bento o equilíbrio adequado e delicado desta relação. De forma simplista, se possível, seria algo como: dinheiro, sim; Bolsonaro, não. O diabo é que, ao que parece, Zema quer - e gosta! - dos dois. E colherá os ônus e bônus político-eleitorais dessa relação. Se souber dosar e tiver sorte, não deixará brechas para ataques dos adversários ano que vem. Já Bolsonaro… Bem, Bolsonaro que se dane! Quero mais é que ele se exploda. Fui.

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