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Estado de Minas RELAÇÃO A DOIS

A importância da comunicação passiva no relacionamento afetivo

A partir do momento em que há argumentação e não disputa, é fundamental prestar atenção um no outro, porque no momento da disputa não existe comunicação


06/03/2023 06:00

Um casal de mãos dadas
Administrar as emoções contribui para o início de um diálogo (foto: AUZZA 38/PIXABAY)

Alguns relacionamentos afetivos chegam a um ponto em que a disputa entra em cena, e quando isso ocorre, os dois perdem para ela. É importante reforçar que em uma relação, ambos estão do mesmo lado, não são adversários. 

A partir do momento em que há argumentação e não disputa, é fundamental prestar atenção um no outro, porque no momento da disputa não existe comunicação. O que tem ali é um apontando o erro do outro. Ao invés de achar que é o certo, o perspicaz, o ideal é apontar os próprios erros e tentar ser notável pela outra pessoa e por todos à sua volta.

Em meu consultório, recebo casais que alegam não ter mais diálogo. Ao abordar um tipo de problema, um acusa o outro. O que eu sugiro é pegar uma folha em branco. Talvez a pessoa fique assustada no início, porque é habitual que todo comportamento novo assuste. Ela vai questionar, mas acredite, essa é umatécnica poderosa no relacionamento para melhorar a comunicação e reduzir a disputa.
 

Nessa folha em branco, a pessoa escreve em que a outra precisa melhorar. É importante que ambos estejam dispostos a racionalizar o problema, com mais diálogo, como dois cúmplices pelo mesmo objetivo. Além de racionalizar o problema, isso vai tirar a disputa da jogada e a inteligência emocional será usada a seu favor.

Sócrates tem uma frase que diz assim: "Conhece-te a ti mesmo, torna-te consciente de tua ignorância e serás sábio". Outra frase de Dale Carnegie que gosto muito é: "Melhorar a si mesmo é muito mais lucrativo do que tentar melhorar os outros". 

Com essas duas frases, cheguei à conclusão de que, com a comunicação passiva, você é capaz de expressar ideias que estimulam comportamentos favoráveis, gerenciando as emoções. Como tudo na vida, isso precisa de um trabalho de autoconhecimento - uma construção interna. 

A comunicação passiva é a chave para um relacionamento bem-sucedido. Sem ela, você não teria se apaixonado, porque não se gera confiança, não se cria vínculos e nem conseguimos alinhar expectativas.

Em se tratando de comunicação, a escutatória é nossa aliada. Ao deixar a pessoa concluir  sua fala e a ouvimos com atenção, damos o primeiro passo para compreender o que passa no mundo do outro. Escutar é conhecer o mundo do outro. É trocar a frase "Você não me entende" por "Se você não entendeu é porque eu não expliquei direito". 

Em uma discussão se eu primeiro olho para os meus erros, gero um comportamento favorável para o diálogo, aumentando a admiração um pelo outro, além de instigar a curiosidade - uma das emoções universais do mundo. Pelo fato de não sermos instruídos a admitir nossos erros, conseguimos captar a atenção de quem está conosco, gerando mais conexão no diálogo.

Podemos ter a solução do problema, podemos ter ideias fenomenais, mas se a outra pessoa não nos compreende, não existe a comunicação passiva. A falta de comunicação no relacionamento destrói conexões, enfraquece a intimidade, abala a confiança e perde a admiração.

Muitas das vezes, não fomos ensinados a ter uma boa comunicação e tampouco escutar, precisamos ser adaptados para um novo comportamento dia após dia: é a desconstrução do que aprendemos e a construção de um ambiente saudável.

Se uma pessoa solteira, que mora sozinha, e logo começa a namorar, vai precisar se modelar para novos comportamentos, inclusive relacionados à comunicação e escutatória. Se vão morar juntos, dividir o mesmo espaço, a exigência do esforço será maior. Mas esse esforço em aprender a comunicar, em adaptar e modelar-se para um novo estilo de vida vai contribuir para um relacionamento bem-sucedido. 

O relacionamento que utiliza as técnicas da comunicação passiva enriquece os dois, um respeita o outro, aumenta a cumplicidade, e, com isso, a admiração e a intimidade ficam fortalecidas. Consequentemente, a relação íntima do casal se torna muito mais prazerosa. 

A comunicação empática é essencial para o desenvolvimento das relações saudáveis. Afinal o que é uma comunicação empática? É olhar o mundo com a perspectiva da outra pessoa. A comunicação nos relacionamentos é tão importante como comer e dormir, é essencial para a vida. Por meio dela, geramos interações com todos à nossa volta.

De acordo com o professor John Grinder, da Califórnia (EUA), a comunicação e a emoção andam juntas. A emoção é o principal elemento que define como interagimos com o ambiente externo, e é exatamente por isso que reforço dizendo que trabalhar a inteligência emocional é primordial para um relacionamento saudável. Emoções positivas geram comportamentos positivos. As emoções nos conectam e nos aproximam.

Nossas emoções são a base do relacionamento humano. Por trás de nossas atitudes existem processos emocionais cognitivos e fisiológicos inconscientes, que interferem na tomada de decisão. Por isso, é importante racionalizar para conduzir os processos emocionais. Dessa forma, geramos harmonia e admiração em nosso relacionamento afetivo.

Administrar as emoções contribui para o início de um diálogo. O segundo passo é observar o outro sem julgamentos e sem críticas. Sabemos que observar o outro sem criticar e sem julgar é um processo de autoconhecimento, e, quando estamos dispostos a isso, estimulamos nosso cérebro para novos comportamentos. O autoconhecimento é um dos aspectos mais importantes da natureza humana.

A partir do momento que trabalhamos o autoconhecimento, conseguimos identificar nossos pontos fortes e limitações. A partir daí, podemos afirmar a importância de investir em ferramentas que desenvolvem o autoconhecimento para que possamos sempre ter mais clareza na comunicação, mantendo a harmonia, gerando vínculos e cada vez mais sermos compreendidos.

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