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Estado de Minas JUVENTUDE REVERSA

Liderança se conquista, é uma prática e não um cargo ou profissão.

Mentoria reversa, uma metodologia de ensinamento de mão dupla: se os jovens têm o que ensinar aos mais velhos, o inverso é também de suma importância


08/09/2022 06:00 - atualizado 07/09/2022 17:16

Uma mulher mais jovem cumprimentar uma mulher mais velha, de cabelos brancos, em ambiente de trabalho
Se os jovens têm o que ensinar aos mais velhos, o inverso é também de suma importância (foto: Pexels/Cottonbro/Divulgação )
Existem diversas formas de liderança e qualquer pessoa pode assumir o papel de líder. Alguém que demonstra liderança é aquele que serve de inspiração a outros, que motiva e se destaca no meio de muitos. Liderança é algo que se conquista e se aprimora, sendo uma necessidade da vida em sociedade. 

Como a Bíblia deixa bastante evidente, o papel das lideranças é crucial para as religiões judaica, cristã e mulçumana. Em síntese, quando Deus decidiu erguer uma Nação, nomeou um líder - Abrão. Quando quis libertar o povo judeu do Egito, fez de Moisés um líder para conduzir o caminho da fuga. Coube a Josué liderar a entrada desse povo na Terra Prometida. A Jesus e a Maomé coube a criação de duas novas religiões, o cristianismo e islamismo, respectivamente. Ainda hoje, segundo acreditam muitos religiosos, os líderes são “chamados” ou “tocados por Deus” para a condução de uma missão divina. 

A liderança paternalista tem similaridades com a liderança religiosa. Líderes assumem um papel paternal, agindo de forma protetora, como se fossem pai ou mãe, sempre apoiando o indivíduo e ajudando-o a suportar suas dores ou a realizar seus intentos e sonhos. Há pesquisas que apontam esse tipo de liderança como a preferida pelos brasileiros nas corporações. A liderança paternalista, contudo, muitas vezes compromete o profissionalismo necessário para o cumprimento das atividades e dos prazos de entrega, afetando o resultado das empresas. 

Temos, por outro lado, a liderança autocrática, baseada na centralização do poder e inspirada nos comandos táticos militares. A hierarquia e a obediência são princípios básicos para os que trabalham com esse tipo de líder. A relação é totalmente verticalizada, de modo a possibilitar que a liderança imponha as suas ideias e decisões, sem exercitar o diálogo. 

Felizmente, segundo os padrões educativos contemporâneos para a formação de novos líderes, sobretudo no mundo dos negócios, busca-se um modelo de liderança mais democrático, embora firme em determinadas situações e contextos.

Já a liderança motivacional é pautada pela empatia, que preconiza o entendimento mútuo e a inspiração. Os liderados são motivados por um líder, o qual, por sua vez, acredita no liderado e valoriza o seu trabalho na rotina do dia a dia. O propósito desse modelo de liderança é criar ações positivas para que os liderados adquiram confiança   na resolução dos problemas e na superação de situações difíceis.

Outros importantes modelos de liderança contemporânea são a democrática, com foco no desenvolvimento do grupo (o oposto da autocrática), a liberal, em que o líder participa pouco, permitindo aos liderados maior poder de escolha, sem orientação direta. 

Ser líder é uma prática e não um cargo ou profissão. Uma grande oportunidade para o desenvolvimento de líderes nas empresas é a adoção da mentoria reversa, uma metodologia interativa envolvendo a troca de experiência entre profissionais jovens e velhos de determinada empresa. 

Essa via interativa de mão de dupla surgiu como conceito no fim dos anos de 1990, quando Jack Welch, ex-presidente da GE (General Eletric) promoveu o aprendizado do uso da internet pelos mais velhos por meio do ensino e apoio dos profissionais mais jovens.

Se os jovens têm o que ensinar aos mais velhos, o inverso é também de suma importância. Mesmo não sendo o “chefe”, o profissional maduro possui experiência e habilidade necessárias para contribuir com a formação do jovem, podendo obter resultados bastante eficazes na melhoria dos desempenhos profissionais.

Acredita-se que um indivíduo experiente e vivido pode facilitar mudanças positivas no ambiente corporativo, possibilitando o crescimento das carreiras, de uma maneira geral. O indivíduo mais velho tem a vivência necessária para saber estimular e reconhecer os esforços dos iniciantes, perdoar seus erros e auxiliar no desenvolvimento de novas lideranças. 

Os novos líderes, por sua vez, vão replicar o mesmo padrão quando mais velhos e experientes e assim por diante, fazendo com que o ambiente corporativo se torne mais confortável, seguro e produtivo. 

Envelhecer é apreender que tudo muda de forma continuamente. A vida precisa de mentoria e de aprendizado. Sempre!


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