(none) || (none)

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas CLÍNICA MÉDICA

O que você precisa saber para se candidatar ao teste da vacina CoronaVac

A fase III de qualquer estudo de vacinas ou tratamentos é o momento de recrutamento de milhares de pessoas para comprovar a eficácia e validar a segurança


04/09/2020 04:00 - atualizado 04/09/2020 07:47

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)


“Vivemos um mundo infame, eu diria. Não nos incentiva muito. Um mundo mal-nascido. Mas existe outro mundo na barriga deste. Esperando. E é um mundo diferente. Diferente e de parto complicado. Não é fácil o seu nascimento. Mas com certeza pulsa no mundo que estamos. Um outro mundo que ‘pode ser’, pulsando no mundo que ‘é’”.

Me recordo das palavras do jornalista e escritor uruguaio Eduardo Galeano para compartilhar aqui um pouco mais de um momento histórico que estamos vivendo e que tenho a honra de ser parte da equipe pesquisadora: o início da fase III do estudo que irá testar a eficácia e segurança da CoronaVac, uma das vacinas mais promissoras contra o coronavírus. 

A fase III de qualquer estudo de vacinas ou tratamentos é o momento de recrutamento de milhares de pessoas para comprovar a eficácia e validar a segurança, e sem a participação de voluntários não há como o estudo evoluir.

Ao avaliar grupos maiores conseguimos mais poder estatístico e uma maior diversidade de pessoas. Esse é o último passo até a liberação para a população geral e registro do medicamento, tratamento ou vacina.

Em diversos estudos, um grande limitante é o recrutamento. Se planejamos estudar as pessoas por um ano, mas só conseguimos recrutar todos os participantes em dois anos, o estudo terá duração de três anos! O que significa mais tempo recrutando do que acompanhando os voluntários.

Em uma tarefa hercúlea, assim como os profissionais que atendem a linha de frente da COVID-19, os pesquisadores estão trabalhando 24 horas por dia em busca de uma luz para iluminar esses tempos tão sombrios no mundo.

Desde o dia 31 de julho, começamos a vacinar os primeiros participantes do estudo que, neste caso, são profissionais da saúde com atuação na linha de frente de combate à COVID-19.

Todos os dias, recebemos no nosso centro de pesquisa dezenas de voluntários que terão algo valioso para recordar deste momento: a contribuição efetiva para o estudo de uma das vacinas mais esperadas dos últimos anos.

No Brasil, o estudo está sendo coordenado pelo Instituto Butantan e selecionará 9 mil voluntários, em cinco estados e no Distrito Federal. Em Minas Gerais, este estudo está sendo conduzido pelo Centro de Desenvolvimento de Fármacos do ICB (Instituto de Ciências Biológicas) da UFMG, coordenado pelo professor doutor Mauro Teixeira - um dos  maiores pesquisadores do país.

Para o professor, fazer pesquisa de qualidade no Brasil é desafiador e estar à frente de um dos maiores desafios dos últimos tempos é uma sensação única. 

“Qual é a melhor vacina?” Recebo essa pergunta diariamente e como pesquisador, a resposta é bem simples: a melhor vacina é a que funcionar melhor e não importa a origem, país ou grupo de pesquisa, porque todos nós estamos trabalhando em ritmo acelerado para conseguir levar mais tranquilidade para o mundo.

O conceito de globalização nunca foi tão real, intenso e vivenciado. Com certeza o coronavírus transformou o mundo e a vacina poderá reinventá-lo.

A vacina já está na sala de pré-parto pronta para nascer, mas depende somente do ato humanitário de se voluntariar para o estudo. Para chamar mais pessoas para ajudar neste nascimento, respondo abaixo as dúvidas mais comuns que recebemos diariamente no centro de pesquisas.

Quais os critérios para se inscrever como voluntário do estudo?

– Os voluntários devem ser profissionais de saúde que atuam diretamente no cuidado de pacientes infectados pelo vírus ou com risco de infecção
– Não ter sido contaminado pelo novo Coronavírus
– Não estar grávida ou amamentando

Quantas vacinas estão sendo pesquisadas?
No mundo, em torno de 180 vacinas estão sendo pesquisadas, porém em diversas fases de pesquisa.

No Brasil temos 180 vacinas?
Não. Temos em torno três estudos acontecendo no momento.

Se eu tomar esta vacina não posso tomar outras?
Sendo comprovada a eficácia da CoronaVac, não há motivos para tomar duas vacinas distintas. Os estudos têm tempos mínimos para acontecer, como a vacina do Instituto Butantan foi inscrita entre as primeiras do país, ao ser aprovada ela estará entre as primeiras disponíveis.

Todas as fases são observadas e analisadas pela ANVISA, Comitês de Pesquisas, Comitês de Ética, grandes pesquisadores, além de agências reguladoras internacionais, garantindo assim a maior transparência da pesquisa e das informações. 

Nesse momento cabe a reflexão acerca da importância das vacinas e não faz sentido nenhum o movimento anti-vacinas! Pegue o seu cartão de vacina e conte o número de vacinas e agora coloque todas essas doenças para circular -  imagine o caos!

Se você se enquadra nos critérios do teste ou conhece alguém, acesse o site https://forms.gle/ZAhgPsuKvy3xdAkt9  responda o questionário online ou envie o formulário para o e-mail profiscovbh@gmail.com  

Essa será, sem dúvidas, uma recordação e contribuição inesquecíveis do momento que estamos vivendo.

Tem alguma dúvida ou sugestão? Escreva pra mim: ericksongontijo@gmail.com 

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)