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Estado de Minas ANNA MARINA

Quem deseja ser mãe deve estar atenta ao diabetes gestacional

A cada 10 mulheres, duas desenvolvem diabetes durante a gestação. Geralmente, o problema é transitório


18/05/2023 04:00 - atualizado 18/05/2023 02:34
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Grávida aplica injeção no dedo da mão
Grávida deve ter hemoglobina glicada baixo de 6,5 a 7% (foto: MDS/reprodução)


Um em cada 10 adultos vive com diabetes no mundo. No Brasil, são cerca de 15,7 milhões de pessoas adultas com essa condição – até 2045, estima-se que a doença alcance 23,2 milhões de brasileiros, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes.

As mulheres – com ou sem diabetes – precisam receber acompanhamento e cuidados adequados para uma gestação tranquila e sem intercorrência. Pensando nos diferentes riscos da doença, é importante saber a diferença de cada caso, afirma a médica Solange Travassos, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

“Existem três situações diferentes: a primeira, a mulher com diabetes já diagnosticado que engravida; a segunda, a mulher que tinha diabetes, desconhecia o diagnóstico e descobre no início da gestação; e o diabetes gestacional, que geralmente ocorre após a metade da gestação e pode ser transitório”, detalha.

Para as mulheres com diabetes que querem engravidar, o tratamento correto é essencial antes mesmo da gestação, conta a carioca Brenda Cartaxo, de 26 anos. Aos 14, ela começou a sentir mais sede, percebeu que a vista ficava embaçada e precisava ir muitas vezes ao banheiro. Exames mostraram a glicemia extremamente elevada. O diagnóstico era de diabetes tipo 1, que ocorre quando o pâncreas não produz insulina, hormônio que controla o açúcar no sangue, e acomete cerca de 10% das pessoas com a condição.

Depois de um ano e meio aplicando insulina manualmente, Brenda testou a tecnologia da bomba de insulina, dispositivo que administra pequenas doses do medicamento de forma contínua. O tratamento e o monitoramento adequados foram decisivos para, anos depois, ela ter uma gestação tranquila.

Brenda não planejava engravidar e ficou receosa, pois enfrentávamos o auge da pandemia da COVID-19, em 2020. Mas o gerenciamento correto da condição ajudou para que Joel nascesse saudável, dentro do período normal da gravidez.

De acordo com ela, a mulher com diabetes que deseja ser mãe deve se informar e tomar os cuidados adequados. “Se a gravidez acontecer, você estará preparada”, diz.

São necessárias adaptações no tratamento do diabetes ao longo da gestação, ressalta a médica Solange Travassos. “Os alvos de glicemia mudam e o risco de hipoglicemia também é maior. A sensibilidade à insulina também varia muito ao longo da gestação.”

A bomba se mostra aliada importante para as mulheres com diabetes tipo 1. “O tratamento com bomba de insulina apresenta excelentes resultados. Pode ficar mais fácil atingir as metas antes de engravidar e mantê-las durante a gestação”, explica.

O ideal é apresentar hemoglobina glicada dentro dos valores considerados normais, pelo menos abaixo de 6,5 a 7%, para reduzir o risco de malformações e complicações maternas e fetais.

Mesmo mulheres que não têm o diagnóstico de diabetes devem ficar atentas. No decorrer da gravidez, é normal haver mudanças do equilíbrio hormonal. A placenta é fonte fundamental de hormônios que reduzem a ação da insulina, que regula o nível de glicose. Por isso, o pâncreas produz insulina para compensar a situação, mas em algumas mulheres, durante a gravidez, o processo não ocorre da maneira adequada. Há aumento no nível de glicose no sangue e o desenvolvimento do quadro de diabetes gestacional. A cada 10 mulheres, duas desenvolvem diabetes gestacional, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS).

O diabetes gestacional pode ocorrer em qualquer mulher e nem sempre os sintomas são identificáveis. Por isso, recomenda-se que todas as gestantes pesquisem a glicose na primeira consulta do pré-natal e a partir da 24ª semana de gravidez (início do sexto mês), repitam a glicose em jejum e sejam submetidas ao teste oral de tolerância à glicose.

Após o nascimento do bebê, a glicose volta ao normal em 50% das mulheres, diz a médica. Porém, o diabetes gestacional sinaliza maior risco de a mulher desenvolver a condição nos anos seguintes, além de potencializar as chances de outras complicações para mãe e bebê.

A especialista diz que é importante planejar a gravidez e aponta fatores de risco como idade materna avançada e obesidade, que aumentam a chance de desenvolvimento do diabetes gestacional.

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