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Estado de Minas ANDRÉ MURAD

Dieta ocidental, microbiota e risco de câncer colorretal

Estudo sugere que devemos continuar a recomendar dieta pobre em carne vermelha e açúcar refinado como prevenção, além de outras mudanças no estilo de vida


14/08/2022 04:00 - atualizado 14/08/2022 07:25

ilustração para coluna Dr. André Murad

Novas pesquisas apontam para uma forte associação entre uma dieta de estilo ocidental e um subgrupo de câncer colorretal (CCR) contendo abundante quantidade de um subproduto produzido pela bactéria intestinal Escherichia coli, denominado policetídeo sintase (pks +), o que corrobora uma potencial ligação entre dieta, microbiota intestinal e carcinogênese colorretal, segundo concluíram os pesquisadores envolvidos nesse estudo, o qual foi publicado recentemente na versão online da prestigiada revista científica Gastroenterology

Descobriu-se recentemente que a pks E coli produtora de colibactina causa mutações no DNA em células colônicas. As evidências obtidas com o novo estudo reforçam a ligação entre dietas de estilo ocidental com essa bactéria na carcinogênese do câncer colorretal.

Interação entre dieta e bactérias patogênicas

Dietas de estilo ocidental, que são ricas em carne vermelha e processada, açúcar e grãos refinados e pobres em vegetais e legumes, demonstraram induzir inflamação sistêmica e intestinal.

Considerando a possível interação entre dieta e bactérias patogênicas, é de particular interesse estudar a dieta de estilo ocidental em relação a pks E coli no tecido tumoral colorretal. Os autores  calcularam as pontuações da dieta ocidental usando dados de frequência alimentar obtidos a cada 4 anos em 134.775 adultos participantes do Estudo de Acompanhamento de Profissionais de Saúde e do Estudo de Saúde de Enfermeiros.

Entre 1175 tumores CCR, detectaram pks E coli em 111 tumores, enquanto os restantes 1064 tumores foram negativos para esta bactéria. 

Os resultados mostraram que a associação dos escores da dieta ocidental com a incidência de CCR diferiu pelos níveis de pks E coli e foi mais forte para tumores contendo níveis mais elevados de pks E coli. Essas  descobertas fornecem evidências que apoiam o papel da microbiota intestinal na mediação da ligação patogênica entre dieta e câncer colorretal. Embora sejam necessários mais estudos, os investigadores  afirmam  que os resultados têm potenciais implicações clínicas.

Pessoas com dietas de estilo ocidental estão em maior risco de câncer colorretal. Esses indivíduos de alto risco, por causa de sua dieta, provavelmente precisam de rastreamento mais precoce e frequente para CCR  do que pessoas de baixo risco. O estudo também ressalta a importância das modificações na dieta para a prevenção do câncer. 

Suporte para aconselhamento dietético atual

O estudo sugere que devemos continuar a recomendar uma dieta pobre em carne vermelha e açúcar refinado para prevenção do CCR, juntamente com outras mudanças no estilo de vida, pois os fatores dietéticos da dieta ocidental que foram apontados  nesse estudo atua no aumento  da inflamação celular, levando a danos no DNA consequentemente ao câncer colorretal.  

Há evidências substanciais de muitos outros estudos de que os padrões alimentares, incluindo carne vermelha, grãos refinados e açúcar, aumentam o risco de câncer colorretal. Além das recomendações para limitar a carne processada e comer menos grãos refinados e açúcar, problemas com o microbioma intestinal uma vez identificados podem individualizar as intervenções nutricionais mais adequadas, como  alimentos que melhoram as bactérias benéficas ao intestino. 

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