É seguro voar de balão no Brasil? O que saber antes de embarcar
Saiba um pouco mais sobre os riscos, cuidados e regras para passeios de balão, que ganham popularidade no turismo nacional
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Siga noVoar de balão é, para muitos turistas, uma experiência mágica. A vista panorâmica, o silêncio em meio às alturas e a sensação de liberdade são alguns dos atrativos que tornam o momento um sonho para viajantes em busca de aventura e contemplação. Mas o que parece idílico pode esconder riscos importantes, especialmente quando o passeio é feito sem os cuidados necessários.
A recente tragédia envolvendo um grupo de turistas mineiros, que resultou na morte de uma mulher grávida, após a queda de um balão no interior de São Paulo, reacendeu os alertas sobre a segurança dessa prática no Brasil. O episódio, lamentável, levanta uma pergunta essencial: voar de balão é realmente seguro? E, se for, quais são os cuidados que o turista deve tomar antes de embarcar? Saiba mais sobre o assunto a seguir.
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O voo de balão é regulamentado no Brasil?
Sim. Os passeios de balão são regulamentados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que exige que pilotos tenham habilitação específica, conhecida como Licença de Piloto de Balão Livre (PBL). Além disso, o equipamento precisa ter certificação de aeronavegabilidade, e a empresa responsável deve possuir um registro formal como operadora de serviços aéreos especializados.
Por isso, antes de contratar um passeio, é essencial verificar se a empresa está devidamente registrada junto à Anac. Essa informação pode ser consultada diretamente no site do órgão, utilizando o nome da empresa ou do piloto.
Quais são os riscos reais de um voo de balão?
Apesar de o balonismo ser considerado uma das formas mais seguras de aviação, por não envolver motores e por depender inteiramente das condições climáticas, os riscos existem e não devem ser subestimados.
Os principais perigos envolvem rajadas de vento repentinas, mudanças bruscas no clima, falhas no envelope do balão (aquela parte inflável) e imprudência operacional. Acidentes fatais são raros, mas geralmente estão ligados a condições meteorológicas adversas ou falhas humanas, como decolagens em horários inadequados, negligência na manutenção ou ausência de licenciamento.
O que todo turista deve verificar antes do passeio
Para garantir a segurança, o turista deve ficar atento a uma série de fatores antes de embarcar. Veja um checklist básico de verificação:
- Empresa homologada pela Anac: confirme se a empresa consta no Registro Aeronáutico Brasileiro;
- Piloto com licença válida: a habilitação de piloto de balão deve estar atualizada;
- Número de passageiros por voo: cada balão tem um limite específico de ocupação. Não aceite embarcar se houver superlotação;
- Seguro para passageiros: a legislação exige que empresas tenham seguro aeronáutico para voos comerciais. Questione sobre isso;
- Condições meteorológicas do dia: passeios devem ser feitos somente ao amanhecer ou ao entardecer, quando os ventos são mais previsíveis. Se a empresa sugerir voar fora desses horários, desconfie;
- Instruções de segurança antes do voo: um briefing com orientações básicas é obrigatório. Caso não ocorra, é um sinal de alerta.

Como é a experiência durante o voo?
A subida é feita de forma gradual e, no ar, o balão é guiado pela direção do vento, com controle apenas de altura (mais ou menos ar quente no interior do envelope). Por isso, o trajeto não é fixo: cada voo segue uma rota diferente, de acordo com as condições climáticas daquele dia.
O pouso geralmente acontece em uma área rural e pode ter leves impactos no solo, exigindo a colaboração dos passageiros com as instruções do piloto. Por essa razão, o uso de roupas confortáveis e calçados fechados é sempre recomendado.
Quem não deve voar de balão?
Embora a experiência seja acessível para a maioria das pessoas, há algumas restrições. Gestantes, pessoas com mobilidade reduzida, problemas cardíacos ou medo extremo de altura devem evitar o passeio. Crianças são aceitas a partir de uma idade mínima (geralmente entre 5 e 7 anos), dependendo da empresa.
Alguns balões não têm portas nem assentos, exigindo que o passageiro entre na cesta por escalada e permaneça em pé durante todo o voo. Isso pode dificultar o embarque para pessoas com limitações físicas.
O que fazer em caso de emergência?
Apesar de raro, é possível que o piloto precise interromper o voo antes do previsto ou realizar pousos alternativos em áreas não planejadas. Nesse caso, manter a calma e seguir exatamente as instruções dadas é essencial.
É recomendado que o passageiro:
- fique abaixado com os joelhos flexionados no momento do pouso;
- segure-se nas alças da cesta;
- evite tirar fotos ou filmar durante a descida;
- não saia do balão sem autorização.
Onde o balonismo é mais comum no Brasil?
Apesar de ainda ser uma atividade de nicho, o balonismo tem ganhado espaço no turismo de experiência. Algumas das regiões mais conhecidas por oferecer voos regulares são:
- Boituva (SP): conhecida como a “capital do balonismo” no país, é o principal polo da atividade no Brasil;
- Pirenópolis (GO): atrai turistas com voos ao amanhecer em meio à natureza;
- Chapada dos Veadeiros (GO) e Serra da Canastra (MG): regiões com forte apelo ecológico e vistas deslumbrantes;
- Torres (RS): palco do tradicional Festival Internacional de Balonismo.
- Vale dos Vinhedos (RS): onde os passeios de balão costumam incluir experiências ligadas ao enoturismo.
Com o crescimento das redes sociais e do turismo de aventura, a procura por voos de balão tem aumentado, e novas rotas vêm surgindo em cidades do interior que veem na prática uma forma de diversificar suas atrações turísticas.
Quanto custa voar de balão?
Os preços variam conforme a localização e a duração do voo. Em média, um passeio tradicional com cerca de 1h de duração custa entre R$ 500 e R$ 800 por pessoa. Alguns pacotes incluem café da manhã, brindes e certificado simbólico de participação.
Voos privativos ou em datas comemorativas (como Dia dos Namorados e aniversários) podem custar mais de R$ 2 mil.
Embora o preço não deva ser o único fator de decisão, desconfie de valores muito abaixo do mercado, pois podem indicar improvisações ou ausência de licenciamento.