A população envelhece. A expectativa de vida no país subiu para 76,6 anos, 2, 5 meses maior que a contabilizada em 2023, mostra pesquisa do IBGE. É preciso cuidar da saúde, dos problemas vasculares que afetam, de acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, 70% dos acima de 70 anos.

“Quando a pessoa trata as doenças venosas é uma prevenção de complicações futuras. Estamos vivendo 90, 100 anos e, se houver problemas nas veias, a chance é muito grande de não só complicar com trombose, flebite, mas de outras doenças que, na velhice, podem levar a internações. É uma questão de saúde pública”, afirma a médica cirurgiã vascular Maria Luiza Cavalieri, CEO e fundadora da Clínica Cavalieri.



Ela vê necessidade de os idosos incluírem check-up vascular, de se submeterem a tratamentos de varizes, atualmente, bem menos invasivos.  “Levar o paciente, hoje, para o bloco cirúrgico, com anestesia e operar, é coisa do passado. Se as pessoas se cuidarem, elas podem ter qualidade de vida na velhice, naquela hora em que estão aposentadas, com tempo para viajar, descansar, curtirem, sem as doenças venosas que irão comprometer seu bem-estar com perna inchada, dor, flebite, medo de as veias furarem.”

Quais os tratamentos mais indicados?

A médica explica que há procedimentos a laser, com anestesia local; espuma densa; escleroterapia; endolaser de veias de safena e microcirurgia. Segundo ela, o tratamento pode ser feito em várias etapas, escalonado, conforme a situação das veias. “A gente começa tratando de dentro para fora e, por isso, o diagnóstico tem que ser muito preciso.  São necessários duplex venoso e exame clínico.” Ela acrescenta que o edema pode ser melhorado com fisioterapia.

Há tratamentos que podem ser realizados em um dia. “Com laser, 80% são no mesmo dia. Se o laser não for adequado para o paciente, existe a opção da espuma”, informa Maria Luiza Cavalieri. Este procedimento é feito em sessões. Ela aponta que uma das vantagens é tratar veias profundas, internas, com uso de ultrassom. “Exige habilidade, técnica, conhecimento, mas hoje é extremamente usado, versátil.”

O tratamento ideal varia de acordo com cada pessoa e os tipos de varizes. “Há muitas tecnologias disponíveis, que ajudam a mesclar, avaliar o que é melhor também do ponto de vista financeiro”, diz. Ela lembra que os tratamentos evoluíram e tornaram-se mais acessíveis nos últimos 20 anos.

“O procedimento a laser de safena é padrão ouro há muito tempo na Europa e nos Estados Unidos e isso já fez com que o cuidado da doença venosa sofresse uma desospitalização. Hoje, é um tratamento feito em nível ambulatorial, sem o paciente ter que parar nenhum dia da vida dele. Ele vai lá faz e volta para casa andando.”

Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia

Maria Luiza Cavalieri afirma que não há idade para se submeter aos procedimentos. A maior parte das contraindicações, segundo ela, era risco cirúrgico, que não há mais com a anestesia local. “Se o paciente está bem de saúde, se ele passou pelo cardiologista e anestesista, no caso de ter que fazer sedação, se controla o diabetes, a pressão, não existe risco.”

A maioria das queixas das pessoas atendidas pela cirurgiã vascular é funcional. “O tratamento da doença venosa nunca é estético porque as varizes vão evoluir se não forem cuidadas. Ele é curativo, vai melhorar aquela situação que o paciente está, que é doença crônica. A estética é uma consequência, vem como brinde”, diz.

compartilhe