SINAIS DE ALERTA

Perigo invisível: como ocorre a intoxicação por monóxido de carbono?

Gás incolor e sem cheiro pode ser fatal em minutos; caso da modelo e da filha no Rio acende alerta para o uso incorreto de aquecedores e instalações de gás

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A confirmação da causa da morte da modelo e empresária Lidiane Aline Lourenço, de 33 anos, e de sua filha Miana Sophya Santos, de 15, reacendeu um alerta para um perigo silencioso: a intoxicação por monóxido de carbono (CO).

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Os corpos das duas foram encontrados no último dia 9 de outubro, no apartamento onde viviam, na Barra da Tijuca, Zona Sudoeste do Rio de Janeiro. Nesta sexta-feira (24/10), a Polícia Civil confirmou que a morte foi provocada pela inalação do gás tóxico.

Relembre o caso

De acordo com o Instituto Médico-Legal (IML), exames apontaram que Lidiane e Miana morreram após inalarem monóxido de carbono. A perícia técnica identificou irregularidades nas instalações de gás do imóvel, o que indica um possível vazamento.

Segundo o advogado da família, José Orlando Senna, Lidiane tinha trombofilia, uma condição que aumenta o risco de formação de coágulos, e Miana sofria de hemofilia, doença que afeta a coagulação sanguínea.

Mãe e filha moravam em um apartamento de frente para a praia. Vizinhos estranharam um forte cheiro vindo do 11º andar e acionaram o Corpo de Bombeiros. Quando a porta foi arrombada, as duas já estavam sem vida - a jovem na sala e a mãe em um quarto.

Não havia sinais de violência ou arrombamento, mas os técnicos confirmaram falhas no sistema de gás. As duas haviam sido vistas com vida pela última vez no dia 5 de outubro.

Um risco silencioso

Casos como o de Lidiane e Miana, embora sob investigação, revelam um perigo presente em quase todos os lares. O monóxido de carbono é produzido pela queima incompleta de combustíveis como gás, carvão, madeira e óleo.

Em ambientes fechados e mal ventilados, ele se acumula rapidamente, e bastam poucos minutos de exposição para causar desmaio e morte.

De acordo com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, entre 1996 e 2021, ao menos 756 pessoas morreram no Brasil devido à intoxicação acidental por gases - incluindo o CO.

“É um gás traiçoeiro”

A pneumologista Michelle Andreata, da clínica Saúde no Lar, alerta que o monóxido de carbono se liga de forma intensa à hemoglobina, proteína do sangue responsável pelo transporte de oxigênio.

 “O CO tem uma afinidade muito maior com a molécula de hemoglobina do que o oxigênio. Ele ocupa o lugar do oxigênio no sangue e causa hipóxia - falta de oxigênio nos tecidos. Quando essa ligação ocorre em larga escala, o corpo deixa de funcionar, e a pessoa pode morrer em poucos minutos”, explica a especialista. 

Os primeiros sintomas costumam ser sutis e facilmente confundidos com mal-estar comum:

  • Dor de cabeça
  • Tontura
  • Náuseas
  • Fraqueza
  • Confusão mental
  • Sonolência
  • Perda de consciência

“À medida que a inalação aumenta, a pessoa perde a consciência. Se alguém começar a passar mal em um ambiente fechado, a primeira atitude é abrir portas e janelas, sair imediatamente do local e buscar atendimento médico de urgência”, reforça Michelle.

Frio e descuido

Durante o frio, é comum o uso de lareiras, aquecedores e chuveiros a gás, que, se mal instalados ou sem ventilação adequada, podem liberar monóxido de carbono.

 “As pessoas tendem a fechar tudo para se proteger do frio, mas isso aumenta o risco. Lareiras a gás, caldeiras, fogões e até motores de carros ligados em garagens fechadas liberam o gás”, explica a pneumologista.

Como se proteger?

A prevenção é a principal arma contra o monóxido de carbono. Confira as recomendações da especialista:

1. Instale detectores de CO:

Esses aparelhos identificam níveis perigosos do gás e emitem um alarme sonoro. São indispensáveis em casas com aquecedores, lareiras ou gás encanado.

2. Faça manutenção periódica:

Fogões, aquecedores, chaminés e sistemas de exaustão devem passar por inspeção regular. Vazamentos ou falhas de ventilação podem liberar gás sem que os moradores percebam.

3. Atenção aos sintomas:

Se mais de uma pessoa na casa apresentar tontura, náusea ou sonolência súbita, saia do ambiente imediatamente e procure ajuda médica.

4. Ventile o ambiente:

Mesmo no inverno, mantenha uma fresta aberta. O ar em circulação reduz o risco de concentração do gás.

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