Treino de força ajuda a reduzir depressão em jovens, aponta estudo
Pesquisa publicada pelo Psychiatric Research analisa eficácia da modalidade na saúde mental
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Treinar pode diminuir sintomas da depressão em jovens adultos. Esse é o resultado de um estudo publicado no Journal of Psychiatric Research que analisou o efeito da modalidade na saúde mental desses jovens durante oito semanas. A descoberta ganha relevância especial no Brasil, país mais ansioso do mundo segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Além disso, no campo das condições associadas à mente, o país figura entre as cinco nações com mais pessoas depressivas. Entre 2014 e 2024, o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) para ansiedade entre jovens de 15 a 19 anos aumentou 3.300%. Para o educador físico Pedro Barros, o cenário é desafiador, mas ele afirma que a atividade física pode ajudar efetivamente no tratamento dessas condições.
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"O que vemos hoje é quase uma epidemia dos tempos modernos. Tantas pessoas passando por questões como ansiedade e depressão nos mostram que precisamos investir cada vez mais em tratamentos que consigam ajudá-las e o estímulo à prática de atividade física passa por isso", pontua.
E os efeitos da atividade física são comprovados. "Treinar é sinônimo de regulação hormonal. O exercício atua controlando o cortisol, que, quando em níveis elevados, pode causar estresse crônico, além de estimular os neurotransmissores do bem-estar e prazer, como a endorfina, serotonina e dopamina. E isso tem tudo a ver com o tratamento dessas questões", complementa o proprietário da Academia Strong Blocks.
Na prática, a atividade física ajuda a desacelerar a mente, baixar o nível de estresse e melhorar o sono. Além disso, pode estimular energia, motivação e prazer pelas pequenas coisas. É como potencializar os outros tratamentos, fazendo-os funcionar melhor e mais rápido.
"Ainda existe quem ache que exercício é só para quem quer mudar o corpo, o que não é verdade. No tratamento de condições relacionadas à saúde mental, pequenas doses de movimento, feitas com constância, já provocam mudanças reais na mente e no corpo", afirma.
Políticas públicas também são necessárias
Com o crescimento de pessoas com esse tipo de condição no Brasil, o especialista defende que o acesso ao exercício não é luxo, mas cuidado básico. "A implementação de programas públicos de atividade física pode representar um avanço no apoio completo à saúde mental, já que nem todos têm acesso aos espaços privados. É preciso entender que a atividade física também é uma ferramenta no enfrentamento da crise de saúde mental brasileira", reforça.
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