QUALIDADE DE VIDA

Cerca de 40% das pessoas com dor crônica têm depressão ou ansiedade

Segundo nova pesquisa, a prevalência é maior entre jovens e mulheres com doenças como fibromialgia. Tratamento multidisciplinar pode ajudar

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Cerca de 40% das pessoas com quadros de dor crônica sofrem de ansiedade ou depressão, mostra uma nova revisão de estudos feita pela Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, e publicada no início de março no periódico Jama.

A dor é considerada crônica quando persiste por mais de três meses. Ela pode ser causada por diversas doenças, como osteoartrite, osteoartrose, fibromialgia, câncer, entre outras. Altamente incapacitante, estima-se que afete cerca de 21% dos adultos no mundo.

Os autores identificaram 376 pesquisas envolvendo 347.468 pessoas com dor crônica em 50 países. Os resultados mostram uma prevalência de 39,3% para depressão e 40,2% para ansiedade entre os indivíduos analisados. Esses índices foram maiores em jovens e mulheres, justamente o grupo mais afetado por esses transtornos mentais.

“Sabe-se que pacientes com dor crônica têm alta incidência de transtornos mentais porque são quadros prolongados que acabam afetando significativamente a qualidade de vida, trazendo impactos negativos e prejuízos à vida dessas pessoas”, explica o psiquiatra Elton Kanomata, do Hospital Israelita Albert Einstein.

O estudo constatou também que os maiores índices foram observados nos casos em que não havia lesões evidentes nos tecidos, como fibromialgia: cerca de 54% tinham depressão e 55,5%, sintomas de ansiedade.

Sem tratamento, os quadros de saúde mental podem agravar a dor crônica. “A depressão ou a ansiedade não tratada afeta a qualidade de vida, diminui a adesão ao tratamento, pode levar ao uso irregular das medicações e até ao abandono do acompanhamento médico”, diz Elton. “Tratar esses quadros é essencial para aumentar a taxa de sucesso do tratamento contra a dor crônica.”

O especialista ressalta a importância de um trabalho envolvendo profissionais de diversas especialidades, incluindo o psiquiatra. “Atualmente, os profissionais estão mais atentos a esse risco [da presença de depressão ou ansiedade]. Médicos que atendem pacientes com dor crônica costumam avaliar também esses sintomas e, na existência deles, já podem considerar medicações que ajudem a tratar esses casos.”

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