Surto de mão-pé-boca: conheça os sintomas da doença
Escolas infantis de Contagem e Raposos tiveram suas aulas suspensas após um surto da doença
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Siga noA síndrome mão-pé-boca (SMPB) tem gerado preocupação em Minas Gerais. Após mais de 20 crianças da educação infantil e três monitores testarem positivo em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), quatro escolas de educação infantil em Raposos decidiram suspender as aulas até a próxima segunda-feira (10). Durante o período de fechamento, os espaços passarão por desinfecção para evitar a propagação da doença. Já as unidades afetadas em Contagem retomaram as atividades nesta quinta-feira (6).
A SMPB é uma infecção viral altamente contagiosa, causada pelo vírus coxsackie, da família dos enterovírus. O nome deriva das lesões características que surgem nas mãos, nos pés e na boca. Embora possa afetar adultos, a doença é mais comum em crianças de até cinco anos. Os sintomas costumam regredir espontaneamente em até 15 dias, mas é fundamental tratar o desconforto, pois, em alguns casos, complicações podem ocorrer.
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Transmissão e cuidados
O risco de contágio é maior na primeira semana da doença. Por isso, segundo a odontopediatra Ilana Marques, da Clínica IGM, é essencial que crianças infectadas fiquem em casa até a remissão dos sintomas, o que geralmente ocorre em até 10 dias. "É muito importante que os pais fiquem atentos a sinais de mal-estar nos filhos. Se houver suspeita da síndrome, é necessário evitar o contato com outras crianças e ambientes coletivos, como escolas, creches, parquinhos e clubes", alerta a especialista.
Ilana também destaca que a doença pode ser confundida com aftas comuns na cavidade oral, tornando essencial a avaliação médica para um diagnóstico preciso e início do tratamento adequado.
A transmissão ocorre pelo contato direto com secreções respiratórias, saliva, fezes ou fluidos das lesões, além do compartilhamento de objetos e brinquedos – fator que facilita a disseminação em creches e escolas. "A doença começa com febre inespecífica e, depois, surgem manchas na mucosa bucal que evoluem para bolhas (vesículas). Essas bolhas se rompem, formando pequenas úlceras que causam dor intensa e salivação excessiva (hipersialorreia)", explica Martim Elviro de Medeiros Junior, médico de família e professor do curso de medicina da Faculdade Santa Marcelina.
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Tratamento e prevenção
O tratamento da SMPB é sintomático, com foco em alívio do desconforto. A alimentação deve ser adaptada para opções frias e pastosas, e a hidratação precisa ser reforçada. "A melhora ocorre gradualmente, mas a criança deve permanecer afastada das atividades escolares por pelo menos sete dias para reduzir o risco de contágio. Em casos de crianças imunodeprimidas, sem melhora nesse período ou com piora do estado geral, é necessário buscar atendimento médico, pois, apesar de ser uma doença benigna, podem surgir complicações", orienta Martim.
A melhor forma de prevenção é a higiene rigorosa. Lavar as mãos com água e sabão, especialmente após a troca de fraldas ou o uso do banheiro, reduz significativamente o risco de contaminação.
De acordo com o MSD Manual, áreas de troca de fraldas devem ser desinfetadas com uma solução de água sanitária (¼ de xícara de água sanitária para cada galão de água). Além disso, superfícies e objetos de uso frequente, como brinquedos, precisam ser higienizados regularmente.
Evitar contato próximo com pessoas infectadas, incluindo beijos, abraços e o compartilhamento de copos e talheres, também ajuda a conter a disseminação da doença.
Com o aumento de casos na Grande BH, especialistas reforçam a importância de medidas preventivas e do isolamento dos infectados para evitar novos surtos.