A ex-ministra da Agricultura e atual senadora Tereza Cristina (PP-MS) avaliou como positivo o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o líder norte-americano Donald Trump, realizado em Kuala Lumpur, na Malásia. Em publicação no X (antigo Twitter), nessa segunda-feira (27/10), a parlamentar afirmou que há um “clima de otimismo” após a reunião, ainda que com “cautela, sem euforia”.

“Com a reunião Trump-Lula, o Brasil finalmente se aproximou dos EUA — movimento que deveria ter ocorrido desde janeiro. Na prática, a primeira rodada ainda não trouxe mudanças concretas: continuamos sob o exorbitante tarifaço de 50%. Vamos, do @SenadoFederal, acompanhar as negociações e buscar exceções para nossos produtos. O clima geral, inclusive no setor produtivo, é de otimismo, mas com cautela, sem euforia”, escreveu.

Lula e Trump se reuniram fora da agenda oficial da Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) para discutir as tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Foi o primeiro encontro entre os dois chefes de Estado desde que Washington elevou as taxas para até 50% e anunciou sanções a autoridades do país.

O diálogo entre os líderes vinha sendo costurado desde setembro, quando se cumprimentaram brevemente durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Na ocasião, Trump disse à imprensa ter sentido “uma química excelente” com o presidente brasileiro e demonstrou disposição para um encontro mais amplo.

A reunião de domingo (26/10) durou cerca de 45 minutos. Segundo fontes diplomáticas, o tom foi amistoso: Trump teria se mostrado “desarmado”, interessado em ouvir e discutir propostas, enquanto Lula manteve postura segura ao tratar do chamado tarifaço de 50% sobre exportações brasileiras. Também foram abordadas as sanções aplicadas com base na Lei Magnitsky, que prevê punições a pessoas acusadas de corrupção ou violação de direitos humanos.

Apesar de não haver anúncios concretos, diplomatas brasileiros classificaram a conversa como “um passo firme rumo ao fim das tarifas”. Ainda assim, avaliam que o processo será lento e dependerá da velocidade que a nova administração norte-americana pretende impor às negociações comerciais.

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O nome de Jair Bolsonaro (PL) foi mencionado de forma lateral, sem gerar atritos. Segundo relatos, Trump afirmou ter “respeito pessoal” pelo ex-presidente, enquanto Lula destacou a importância de “virar a página” e manter o diálogo institucional entre os dois países.

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