RECURSOS

Ministro anuncia R$ 96 milhões para ampliar cirurgias cardíacas em Contagem

Município hoje depende de Belo Horizonte para atender pacientes com problemas cardíacos graves

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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou neste sábado (12/7) a destinação de R$ 96 milhões por ano, além de uma parcela única de R$ 24 milhões, para ampliar a realização de cirurgias cardíacas e procedimentos de alta complexidade em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O objetivo é reduzir a fila de espera de pacientes que hoje dependem de Belo Horizonte para conseguir atendimento especializado.

De acordo com o ministro, os recursos permitirão a realização de cerca de 1 mil cirurgias cardíacas por ano, 500 procedimentos de cateterismo e mais de 1mil exames especializados em cardiologia. As intervenções serão feitas em parceria com o Hospital Santa Rita.

 



O anúncio ocorreu durante visita ao Complexo Hospitalar de Contagem, acompanhado da prefeita Marília Campos (PT). Segundo Padilha, os recursos devem reduzir a demanda reprimida em outras cidades da Grande BH, já que hoje os pacientes de Contagem dependem de Belo Horizonte para procedimentos cardíacos de alta complexidade.

“O recurso passa a ser incorporado de forma permanente ao orçamento do município. Isso é muito bom para Contagem, para que as pessoas não fiquem esperando nas filas, mas muito bom também para quem mora na Região Metropolitana, porque se vão fazer mil cirurgias em Contagem, libera mil cirurgias para a Região Metropolitana, assim como cateterismos, procedimentos. Isso vai ajudar não só Contagem, mas toda a Região Metropolitana”, disse Padilha. 

Atualmente, o município não conta com centro de hemodinâmica nem realiza esse tipo de cirurgia. Segundo a Prefeitura, a demanda é crescente: em 2024 foram mais de mil pacientes entrando na fila de cirurgias, 458 para casos de cateterismos e mais de 1.100 internações por causas cardiológicas.

Na prática, pacientes que chegam às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) são cadastrados no SUSFacil, que busca vaga em hospitais de Belo Horizonte. Já os casos eletivos passam por avaliação no Centro de Especialidades e são encaminhados para a Central de Regulação, entrando na fila de pactuação com a capital. O tempo médio de espera varia de três a nove meses.

“Hoje quando a imprensa divulga que tem paciente esperando há um mês por vaga por uma questão cardíaca ou de alta complexidade é porque em Contagem nós não fazemos esse tipo de intervenção. Isso tem trazido muitos transtornos, comprometido muitas vidas. Não tem sentido uma cidade com 660 mil habitantes não ter  atendimento de alta complexidade”, disse a prefeita Marília Campos.

Como vai funcionar?

À imprensa, a prefeita Marília Campos comemorou os investimentos do governo federal e explicou como será o funcionamento. “É o marco da saúde em Contagem”. Segundo a prefeitura, a parceria com o Hospital Santa Rita depende agora da habilitação do hospital pelo Estado.

“O doutor Lauro, que está à frente do Hospital Santa Rita, está trabalhando para apresentar toda a documentação. As planilhas já foram previamente negociadas com o hospital, mas agora elas precisam ser enviadas ao Estado para que eles possam habilitar. Isso sendo feito, rapidamente, no prazo de um mês, dois, acredito que será possível começar os atendimentos. O Hospital Santa Rita já oferece outras especialidades, mas vamos concentrar toda a linha de hemodinâmica lá,” explicou Marília.

Questionada sobre o fluxo de atendimento, a prefeita explicou que os pacientes serão encaminhados a partir do Hospital Municipal de Contagem. “Nós que vamos fazer o convênio, todo o processo de habilitação, e daqui será encaminhado para o Hospital Santa Rita”, explicou. O pagamento pelos atendimentos será feito pelo município, com recursos federais e estaduais complementando o financiamento do processo.

O superintendente comercial do Hospital Santa Rita Dr. Lauro Pinheiro de Araújo informou que a unidade hospitalar disponibilizará dez leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), além de toda a infraestrutura necessária, incluindo o bloco cirúrgico e enfermarias. "Tudo que é necessário para um serviço de alta complexidade, que é algo que a gente já está habituado a fazer", disse.

Segundo Padilha, os recursos devem reduzir a demanda reprimida em outras cidades da Grande BH
Segundo Padilha, os recursos devem reduzir a demanda reprimida em outras cidades da Grande BH Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Além dos novos recursos para cardiologia, Padilha disse que a parcela única de R$ 24 milhões tem o intuito de apoiar as ações que o município já vem implementando, citando como exemplo, o enfrentamento às síndromes respiratórias. O ministro ainda reforçou a importância de se vacinar. 

“Por exemplo, o município abriu leitos de terapia intensiva para as crianças, eu visitei esses leitos. Estamos no inverno, e é muito importante que as pessoas não se esqueçam de se vacinar. A Região Metropolitana de Belo Horizonte passou por uma situação difícil, com aumento de casos de doenças respiratórias. Então, é muito importante que aqueles que não se vacinaram ainda, vacinem”, disse.

O ministro afirmou ainda que os recursos serão liberados de forma imediata. Ele destacou que a grande demanda por atendimentos é reflexo dos impactos prolongados da pandemia da COVID-19, que, segundo ele, se estendeu além do previsto e resultou no atraso de exames, consultas e cirurgias essenciais. O ministro ainda afirmou que o Brasil enfrenta um grande represamento no setor de saúde, com uma série de procedimentos médicos acumulados, principalmente nas áreas cardíaca e oncológica.

“O Brasil vive uma situação de represamento de atendimentos, como cirurgias cardíacas e oncológicas. Durante a pandemia, tudo ficou paralisado. A COVID-19 durou mais do que o esperado no Brasil. Isso gerou uma represa de casos de pessoas que não podiam fazer cirurgia, exame, cardiograma, nem mesmo a consulta. Isso fez com que as pessoas agravassem o seu quadro” afirmou Padilha.

Na agenda, o ministro também reforçou o programa ‘Agora Tem Especialistas’, que tem como objetivo destinar recursos para parcerias com hospitais privados e filantrópicos. A iniciativa visa ampliar a oferta de infraestrutura e especialistas para a realização de cirurgias essenciais, ajudando a reduzir a fila de espera.

Segundo o ministro, a iniciativa permite que instituições com dívidas históricas possam trocá-las por mais cirurgias, exames e consultas especializadas, diminuindo a demanda da população. “Os hospitais privados e filantrópicos podem aderir ao programa do Ministério da Saúde, que troca a dívida desses hospitais por mais cirurgias, mais exames (...).Vários hospitais têm dívidas históricas, que não são pagas, eles podem trocar essas dívidas com mais cirurgias, mais exames e mais consultas especializadas”, informou.

Deputados do PT e autoridades locais também acompanharam a agenda.

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Em BH

Ainda neste sábado, o ministro se reúne com o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil). Na sexta-feira (11/7), Padilha esteve em Nova Lima, também na Grande BH, onde visitou a fábrica da Biomm e acompanhou a entrega de 207 mil doses de insulina humana ao Sistema Único de Saúde (SUS).


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