
Certidão de óbito de Rubens Paiva é corrigida: 'Causada pelo Estado'
Serão retificados documentos dos 202 mortos durante a ditadura; outros 232 ganharão uma certidão
compartilhe
Siga noA certidão de óbito do ex-deputado federal Rubens Paiva foi corrigida nessa quinta-feira (24/1). A versão anterior do documento dizia que ele era considerado desaparecido desde 1971. Agora, foi acrescentada a informação da morte violenta de Paiva, "causada pelo Estado brasileiro".
"Procedo a retificação para constar como causa da morte de RUBENS BEYRODT PAIVA, o seguinte: não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política do regime ditatorial instaurado em 1964 e para constar como atestante do óbito: Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP)", afirma um novo trecho do documento, de acordo com o portal g1.
- Oscar 2025: Saiba por que 'Ainda estou aqui' fez história, mesmo sem ganhar
- Fernanda Torres sobre Oscar: 'Eunice Paiva está movendo esse filme'
- Lula parabeniza Fernanda Torres e ‘Ainda estou aqui’: 'Podem pedir música"
A história do assassinato de Rubens Paiva e a transformação de sua esposa, Eunice, em uma ativista dos direitos humanos é narrada no filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Sales. O longa foi indicado a três categorias no Oscar: melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz.
-
24/01/2025 - 07:53 Hugo Motta votou com o PT em 9 de cada 10 votações na Câmara -
24/01/2025 - 07:37 Perfil de Bolsonaro no X é invadido, diz Carlos -
24/01/2025 - 08:50 Justiça condena oito pessoas por plano de sequestro de Sergio Moro
Em entrevista concedida nesta quinta à Globonews, o ator Selton Mello, que interpreta Paiva, homenageou o ex-deputado. "O filme é o corpo do Rubens, que nunca foi encontrado. [...] Agora, com o filme feito, existem imagens e movimento do Rubens Paiva através do meu corpo. É a beleza do nosso ofício”, afirmou.
A retificação das certidões dos 202 mortos durante a ditadura ocorre por conta de uma resolução aprovada pelo Conselho Nacional de Justiça em 13 de dezembro do ano passado. Os 232 desaparecidos, por sua vez, terão direito também a uma certidão de óbito, que deverá informar que foram vítimas da violência cometida pelo Estado.
A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMPD) do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania providenciará a entrega dos documentos em solenidade com pedidos de desculpas e homenagens.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia
Segundo dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, os estados com mais vítimas da ditadura são São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Pernambuco e Tocantins (que na época não existia).