Lula e Blinken tiveram uma reunião nesta quarta-feira (21/2) -  (crédito: Ricardo Stuckert / PR)

Lula e Blinken tiveram uma reunião nesta quarta-feira (21/2)

crédito: Ricardo Stuckert / PR

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, não exigiu uma retratação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a comparação feita entre as operações militares de Israel em Gaza com o Holocausto sobre os judeus da Alemanha Nazista. O americano, que é braço direito do presidente Joe Biden, se reuniu com Lula nesta quarta-feira (21/2), em Brasília.

Segundo fontes do Planalto informaram ao Estado de Minas, o secretário afirmou a Lula que respeita a posição soberana do Brasil no conflito diplomático com Israel. A comparação do presidente brasileiro, no domingo (18/2), gerou uma crise diplomática com Tel Aviv, fazendo com que o embaixador do Brasil em Israel fosse repreendido pelo governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando Hitler resolveu matar os judeus", disse Lula durante entrevista em Adis Abeba, na Etiópia, onde participava como convidado da reunião da cúpula da União Africana.

A comparação foi rechaçada por Netanyahu, que afirmou que Lula ultrapassou uma "linha vermelha". "Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é ultrapassar uma linha vermelha. Israel luta por sua defesa e garantia do seu futuro até a vitória completa", disse o primeiro-ministro.

Lula também foi declarado “persona non grata” por Tel Aviv, ao mesmo tempo em que uma delegação de diplomatas brasileiros denunciou a operação em Gaza no Tribunal Internacional de Haia.

A guerra de Israel com o Hamas, desencadeada no dia 7 de outubro, já vitimou quase 30 mil palestinos, sendo a maioria civis, mulheres e crianças. As Forças de Defesa de Israel (FDI) estimam que 233 soldados morreram desde o início da guerra.

 

Impeachment

Opositores do presidente Lula recolhem assinaturas para um pedido de impeachment, argumentando que as declarações do petista colocam em risco a neutralidade do país em um conflito armado internacional. Cerca de 130 deputados assinaram o documento.