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Rotina do CV tem tortura com banheira de gelo, treino com fuzil e ostentação

Investigação do Ministério Público denunciou 69 acusados de integrar o crime organizado

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RIO DE JANEIRO, RJ, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A rotina dos integrantes do Comando Vermelho (CV), facção criminosa que domina o tráfico de drogas no Rio de Janeiro, é dominada por atos de violência como prática de tortura, treinamentos de fuzil e trocas de fotos e vídeos de homens armados, maços de dinheiro e drogas.

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O detalhamento consta em denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro que deflagrou a Operação Contenção para prender suspeitos nos complexos da Penha e do Alemão, conjuntos de favelas na zona norte da capital fluminense. A ação deixou ao menos 121 mortos e superou o massacre do Carandiru como a mais letal do país.

O documento denuncia 69 pessoas acusadas de integrar a facção sob o comando de Edgar Alves de Andrade, o Doca, e de Pedro Paulo Guedes, o Pedro Bala. A hierarquia da organização é dividida entre lideranças, gerentes e soldados.

Segundo os promotores, os homens de confiança dos dois são Carlos da Costa Neves, o Gardenal, e Washington Cesar Braga da Silva, o Grandão. A dupla é responsáveis por repassar as ordens dos líderes para o restante da hierarquia.

Os gerentes cumprem as funções de orientar a compra de armas, munições e drones de vigilância, além de ordenar a morte de soldados de menor importância dentro da facção (os soldados). Ainda atuam na receptação de veículos roubados.

Homens armados com fuzis fazem segurança na casa de Doca, líder do CV
Homens armados com fuzis fazem segurança na casa de Doca, líder do CV Reprodução/MPRJ

Em trocas de mensagens interceptadas pelas investigações, Gardenal ordena o assassinato de um soldado como punição por ter perdido armamentos. "É, o vapor [termo para identificar um soldado] mais derramado, o gerente nóis vai matar agora na frente de geral [sic]", diz trecho anexado à denúncia.

Gardenal também era responsável por organizar a escala da escolta de Doca. "Rapaziada, pegar a visão aqui portão do pai ninguém entra armado aqui dentro da casa e ninguém entra sem autorização", diz trecho de mensagem.

Outro gerente, Juan Pedro Malta Ramos Rodrigues, o BMW, foi apontado pelos promotores como responsável por comandar os treinamentos de fuzis com os soldados, controlar as câmeras de monitoramento do crime no complexo da Penha e coordenar ações de tortura.

Uma das imagens obtidas pelos investigadores no arquivo de celular dele mostra uma mulher imersa em uma banheira de gelo com a legenda "Pra brigona que gosta de arrumar confusão no baile paizão não quer bater em morador aí a melhor forma será essa [sic]".

Em outra sequência, um homem aparece amarrado e amordaçado sendo arrastado por um carro por confessar delação a um grupo rival, de acordo com o Ministério Público.

Na denúncia contra Grandão, os promotores anexaram fotos de uma barricada no mato encontrada em seu telefone celular, além de registros de contabilidade do tráfico de drogas e armas.

Há também gerentes escalados para supervisionar os soldados nos postos de vigilância das favelas, organizar as escalas de plantão e também orientar sobre o porte e cuidado dos fuzis.

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A gestão do governador Cláudio Castro (PL) não confirmou a prisão de líderes da facção, mas apontou a prisão de um operador financeiro da quadrilha.

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