Belo Horizonte enfrentou mais um dia de calor intenso nesta segunda-feira (29), com termômetros passando dos 34 °C em diferentes pontos da capital. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a máxima registrada foi de 34,3 °C na estação da Pampulha, entre o meio-dia e 13h. A chuva rápida que atingiu a cidade à tarde trouxe alívio momentâneo, mas o calor voltou a predominar poucas horas depois.
Segundo a meteorologista do Inmet, Anete Fernandes, a combinação entre altas temperaturas e pancadas de chuva eleva a umidade do ar e intensifica a sensação de abafamento. “Quando temos temperaturas elevadas, a chuva aumenta a umidade e surge a sensação de mormaço. Essa chuva é passageira”, explica.
Após o registro da máxima, a chuva fez a temperatura cair gradativamente. Na Pampulha, os termômetros marcaram 27,1 °C por volta das 15h. No entanto, o alívio durou pouco. “À noite, já deve estar calor de novo”, afirmou a meteorologista. O volume de chuva acumulado na capital nesta segunda foi de 12,4 milímetros.
Bloqueio atmosférico
De acordo com Anete Fernandes, o calor dos últimos dias está associado a um bloqueio atmosférico que reduziu a formação de nuvens e favoreceu a incidência direta da radiação solar. “No verão, a quantidade de nuvens controla muito a temperatura. Quando temos poucas nuvens por vários dias seguidos, isso favorece a elevação dos termômetros”, explica.
As nuvens, quando presentes, ajudam a amenizar o calor. A meteorologista ressalta que a fase mais ativa do bloqueio começou a perder força e deve se encerrar definitivamente nesta terça-feira (30).
Com isso, a expectativa é de queda gradual nas temperaturas ao longo da semana. “O refresco mesmo vem a partir de quinta-feira, pois haverá mais temporais. A tendência é a volta das típicas pancadas de verão, principalmente à tarde”, afirma.
Calor intenso, mas sem recorde
Apesar do desconforto, o calor registrado nos últimos dias não bateu recordes históricos em Belo Horizonte. A maior temperatura do ano na capital foi de 35°C, registrada no dia 7 de outubro, também na estação da Pampulha. Outros picos recentes incluem 34,9°C em 22 de setembro e 34°C no dia 6 de novembro.
A maior temperatura já registrada pelo Inmet em Belo Horizonte ocorreu em 25 de setembro de 2023, quando os termômetros marcaram 38,6°C na Pampulha, durante a atuação do fenômeno El Niño.
Segundo Anete, embora o calor atual seja considerado atípico, ele ainda está dentro da variabilidade climática da capital. “Não é o normal, mas está dentro da variabilidade interanual do clima. Já tivemos bloqueios maiores e temperaturas mais elevadas”, explica. Por isso, não é possível associar diretamente o episódio às mudanças climáticas.
Previsão para o réveillon
A possibilidade de chuva em Belo Horizonte na noite desta segunda-feira é pequena, segundo o Inmet. Para a virada do ano, a previsão também indica baixa probabilidade de chuva na capital mineira.
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Já em outras regiões do estado, o cenário é diferente. “As regiões da Zona da Mata, Sul de Minas e Triângulo têm perspectiva de chuva para o réveillon”, afirma Anete. Quem pretende viajar também deve ficar atento: no litoral do Espírito Santo, a virada deve ser sem chuva, enquanto os litorais de São Paulo e do Rio de Janeiro têm previsão de réveillon chuvoso.
