Uma operação da Polícia Civil de Minas Gerais apreendeu cerca de 1,3 tonelada de maconha ao interceptar um caminhão na MG-050, em Itaúna, no Centro-Oeste mineiro, nessa quinta-feira (11/12). Dois homens foram presos – entre eles, um dos líderes do esquema. A ação ocorreu após um ano e meio de monitoramento contra o tráfico internacional de drogas no estado. 

A apreensão faz parte da segunda fase de uma investigação voltada ao desmantelamento de facções interestaduais conduzida pela 1ª Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). A primeira etapa, realizada em agosto, na mesma região, já havia resultado na prisão de um suspeito – que não teve a identidade revelada – e na apreensão de 900kg de maconha.

Segundo o delegado Davi Batista Gomes, responsável pela investigação, a droga entrou no país pela fronteira do Mato Grosso, passou por São Paulo e chegou ao estado com destino a Belo Horizonte e região metropolitana. 

O caminhão apreendido estava adulterado, com placa trocada e o baú plotado com a marca de uma rede atacadista conhecida no estado, numa tentativa de driblar fiscalização rodoviária. De acordo com os investigadores, o motorista de 39 anos não apenas sabia da carga ilícita como era integrante da organização criminosa. 

A escolta era feita pelo líder da organização, que seguia alguns quilômetros à frente em uma caminhonete Toyota Hilux para detectar bloqueios policiais. Segundo a PC, o homem de 38 anos têm histórico criminal, com muitas passagens, incluindo tráfico de drogas. Durante a abordagem ambos permaneceram calados. 

O delegado destacou que o foco da apreensão no município  foi a estrutura logística da facção. A estratégia era impedir que a maconha do tipo gourmet, de alta qualidade, chegasse aos centros urbanos, onde seria fracionada em uma quantidade até cinco vezes maior, misturada e distribuída a pequenas bocas de fumo. 

Veículos adulterados 

"O melhor momento da apreensão era em Itaúna. Eles fazem essa distribuição, muitas vezes com consórcio entre algumas facções próximas e, quando a droga chega a Belo Horizonte, isso acaba dificultando a localização dela. Por isso que a escolha da equipe, nesse caso especificamente, foi fazer essa apreensão em Itaúna", afirma. 

Como pagamento das drogas, a organização vinha usando veículos roubados ou adulterados que eram enviados a países vizinhos, onde a regularização é facilitada. "Por exemplo, eles roubam e adulteram aqui no Brasil e levam esses veículos para alguns países, como a Bolívia ou Paraguai, onde têm essa facilidade de legalizar", explica o delegado.  

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Além dos presos e da droga, foram apreendidos o caminhão e a caminhonete utilizados no transporte. O delegado afirma que novas fases da operação devem ocorrer para alcançar outras frentes da organização. 

*Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro

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