Dois homens de 31 e 62 anos, investigados como mandante e executor de dois atentados contra um vereador de Novo Cruzeiro (MG), no Vale do Jequitinhonha, foram presos. A informação foi divulgada pela Polícia Civil nesta terça-feira (9/12). Os ataques ocorreram em 15 de outubro e 11 de novembro deste ano.

As apurações indicaram motivação política: o mandante é suplente imediato do vereador na Câmara Municipal e teria interesse direto na vacância do cargo, que ocorreria em caso de morte do parlamentar. A vítima vinha sendo monitorada e seguida em diferentes datas, especialmente nos dias de sessões legislativas, quando retornava à residência dela, na zona rural. Nenhum nome foi divulgado pela Polícia Civil. 

“A investigação demonstrou que havia um plano estruturado para eliminar um representante eleito e alterar, pela violência, o curso normal da atividade legislativa. A Polícia Civil atuou de forma técnica, rápida e firme para impedir que esse propósito se concretizasse”, disse o delegado responsável pelo caso, Richard Gutemberg Silva, via assessoria. 

Ataques

No primeiro atentado, o executor disparou contra a vítima, que conseguiu fugir e se esconder em uma área de mata. No segundo ataque, a residência do vereador foi novamente alvo – o veículo do caseiro foi incendiado e estojos deflagrados foram deixados no local como forma de intimidação à família.

Diante das evidências, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva dos investigados, medida que foi deferida pela Justiça. Após os procedimentos de Polícia Judiciária, a dupla foi encaminhada ao sistema prisional.

Durante a operação, também foi cumprido mandado de busca e apreensão, com a apreensão de uma arma de fogo, munições, objetos relacionados à prática criminosa e aparelhos celulares, que passarão por perícia. 

Ex-parlamentar 

Além do caso divulgado nesta terça-feira pela Polícia Civil, outro atentado ocorreu em 15 de setembro contra um ex-vereador de Novo Cruzeiro. Valdeci Passos Soares, de 48 anos, foi executado durante a madrugada logo após sair de uma festa no município de Poté, no Vale do Mucuri.

Foragido da Justiça por tráfico de drogas, ele foi preso nos EUA em maio de 2024 e condenado em novembro do mesmo ano. Em Novo Cruzeiro, onde acabou eleito, era um dos líderes do narcotráfico. Durante sua rápida passagem pelo Legislativo da cidade, usou carros oficiais para o transporte de drogas. 

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