FEMINICÍDIO

Feminicídio: homem mata a companheira na frente da filha de cinco anos

Menina ficou respingada de sangue por causa dos seis tiros dados pelo homem, que estava sob condicional

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No último dia do ano, mais um crime de feminicídio deixa perplexos amigos e familiares. A manicure Cinthia Micaelli Soares Roliz, de 26 anos, foi morta pelo ex-companheiro, Alex Oliveira de Souza, com seis tiros no rosto, na frente da filha do casal, uma menina de cinco anos, que acabou sendo respingada de sangue.

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O crime ocorreu na manhã desta quarta-feira (31/12), na Rua Boturobi, 602, Bairro Jardim América, Região Oeste de Belo Horizonte. Cinthia, que tinha medida protetiva contra o ex-companheiro, que estava sob condicional - cumpria pena por tráfico de drogas - estava separada dele há três meses, relacionamento que durou cinco anos. A manicure estava morando na casa da avó, para se esconder do ex-companheiro.

No entanto, ele descobriu onde ela estava. Insistia em voltar o relacionamento e tentava, sempre, falar  com ela, que às vezes atendia o celular.

Na madrugada desta quarta-feira, por volta das 5h, ele ligou para Cinthia, mas ela não atendeu. Alex decidiu então ir atrás dela, na casa da avó, onde descobriu que ela estava morando.

Chegou ao local, um beco, e foi em direção à casa. Saltou o muro, arrombou a janela do quarto onde dormia a sobrinha de Cinthia e assim teve acesso ao quarto da vítima.

Entrou no quarto, acordou Cinthia e os dois começaram a discutir, acordando a avó. Em seguida, a avó escutou os tiros. Alex desferiu seis tiros no rosto de Cinthia. O sangue acertou o rosto da filha do casal, de cinco anos, que tinha acordado com a discussão.

Em seguida, Alex fugiu, mas foi visto passando de carro, diversas vezes, em frente ao beco de entrada da casa onde assassinou a ex-companheira.

A separação

Cinthia e Alex se conheceram há cinco anos e iniciaram o relacionamento. Logo Cinthia engravidou. Os dois passaram a viver juntos. Pouco tempo depois, Alex foi preso e condenado por tráfico de drogas.

Segundo Ângela Fernandes Soares, de 48 anos, mãe de Cinthia, sua filha ía constantemente ao presídio visitar o companheiro.

Cinthia, segundo Ângela, comprou um apartamento, para criar a filha e viver com o companheiro, depois que ele deixasse a prisão. Apartamento, aliás, que quando ela decidiu encerrar o relacionamento, deixou para trás, com Alex.

Primeiramente, ela fugiu para a casa da mãe, mas como temia que Alex fosse atrás dela, resolveu se esconder na casa da avó, no Bairro Jardim América.

Cinthia continuou a trabalhar como manicure. No serviço, era comum que Alex aparecesse por lá, e por diversas vezes, ameaçasse as colegas de trabalho de Cinthia, segundo conta Ângela.

“Ele era um vagabundo, um sangue-suga. Nunca trabalhou. Havia jurado que mataria minha filha se ela não voltasse a viver com ele”, diz Ângela, revoltada.

Desabafo

“A Lei Maria da Pena é muito bonita no papel, mas ela não existe na realidade. Não protege, de maneira alguma, a mulher que está à mercê da violência do homem. É uma lei que não protege”, comenta.

Ela está sem chão. Diz que não aceita o que aconteceu. Que Alex tirou sua filha de seus braços, e pior, deixará sequelas grandes na sua neta, que ficou manchada de sangue.

“Minha neta, quando cheguei, me disse: Vovó, meu pai bateu na minha mãe. Vovó, meu pai deu tiros na minha mãe. Vovó, cadê minha mãe?”, relata Ângela, aos prantos.

Os sinais de violência de Alex contra Cinthia eram evidentes, segundo Ângela. E várias denúncias foram feitas, mas nunca se tomou qualquer providência. Ela conta que procurou a polícia várias vezes, tanto a Civil quanto a Militar, para oferecer denúncias de ameaças de Alex contra sua filha, mas que nunca geraram uma providência por parte da polícia.

“Ele estava sob condicional. Havia uma medida protetiva contra ele. Isso, para mim, já é o suficiente para que voltassem com ele para a cadeira. Houve violação da condicional. Não. Não fizeram nada. A polícia não agiu, não defendeu uma cidadã trabalhadora”, diz Ângela, que espera por justiça e que Alex, que está foragido, seja preso e retorne à prisão.

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A PM tem a foto de Alex e montou uma operação para tentar capturá-lo. Informações dão conta de que ele era visto constantemente no Morro das Pedras, favela que fica próxima do local do crime.

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