CENA DE HORROR

Inconformado com término, jovem tenta matar a ex, a irmã e a mãe dela

Vítimas foram resgatadas com vida ao hospital. Uma delas foi atingida em uma artéria e corre risco de morte. O caso aconteceu no Vale do Jequitinhonha, em Minas

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Três mulheres, de 19, 25 e 41 anos, foram vítimas de tentativa de homicídio em Almenara (MG), no Vale do Jequitinhonha, na madrugada de segunda-feira (8/12). O autor confesso é um jovem de 22 anos que não aceitou o fim do namoro com a vítima mais nova e esfaqueou a ex, a ex-sogra e a ex-cunhada. Registros no sistema da polícia indicam que, antes do ataque, a jovem de 19 anos havia denunciado o companheiro várias vezes por violência doméstica. 

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A jovem 19 anos foi encontrada com sangramentos intensos no braço esquerdo, pescoço, peito, perna esquerda, lado direito do rosto e na mandíbula esquerda. Ela estava em estado de choque, mas conseguiu descrever aos policiais que havia terminado com o ex-namorado por telefone. Inconformado, ele foi à casa dela e deu vários golpes de canivete nela, na mãe dela e na irmã, fugindo em seguida e deixando o canivete para trás, arma entregue aos policiais.

A mãe dela, de 41 anos, também estava em choque. Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), ela tinha um corte na região da cabeça e no braço direito visíveis, mas não conseguia falar e não conseguiu mostrar outros ferimentos aos militares. Ela e a filha mais nova foram estabilizadas e encaminhadas ao Hospital Deraldo Guimarães por uma equipe do Corpo de Bombeiros.

A jovem de 25 anos, irmã da mais nova, foi encontrada caída no chão da residência de um vizinho, que afirmou e provou com imagens de câmeras de segurança que ela saiu de casa e pediu socorro na rua. De acordo com o boletim de ocorrência, ela tinha um sangramento intenso na região do pescoço e estava em risco iminente de perder a vida. Perto dela, e na rua, havia extensas manchas e poças de sangue. 

Devido à gravidade da vítima, um sargento da equipe policial fez compressão e estancou a hemorragia até a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), cuja equipe constatou que ela também tinha lesões no tórax e na parte superior do braço esquerdo. Ela foi encaminhada ao mesmo hospital onde estavam as familiares. 

Mãe do agressor perdeu o contato com ele

A equipe policial conseguiu contato com a mãe do suspeito, na casa onde moravam. Ela contou que o filho e a vítima de 19 anos tinham um relacionamento conturbado, com muitas brigas e desavenças. Segundo ela, o filho teria ligado para a jovem e perguntado onde ela estava, e ela mentiu. 

O jovem descobriu a verdadeira localização com uma foto, pegou uma bicicleta e disse à mãe que iria à casa da moça. No entanto, até a conversa com a mãe, o agressor não havia voltado para casa.

Os militares voltaram a questionar a mãe do suspeito sobre o paradeiro dele e familiares tentaram impedir o contato com a mulher. No entanto, depois de muitas explicações e conversas, conforme registrado no boletim de ocorrência, ela afirmou que não estava em contato com o jovem e que ele também não havia retornado para casa. Ela também mostrou o próprio celular aos militares para provar que não escondia informações. 

Buscas pelo autor

Conforme o documento policial, as buscas seguiram madrugada adentro. Em certo momento, os militares receberam informações de que o suspeito estava escondido em uma área de invasão, dentro de um barraco. No lote, os militares foram recebidos por um homem de 29 anos, que negou saber onde estava o jovem. No entanto, o suspeito foi visto tentando fugir.

O jovem foi alcançado e, por ter resistido à abordagem, foi necessário uso de força, golpes de defesa pessoal e uma arma de choque para contê-lo. Ele foi algemado e recebeu voz de prisão. Aos militares, mesmo com o direito de ficar em silêncio, o jovem confessou que cometeu o crime por ciúmes porque acreditava que a companheira o estava traindo.

Os militares recolheram o canivete e uma faca na casa vizinha, que também possivelmente foi usada no crime. 

Três horas depois do crime, a equipe do hospital informou que a jovem de 19 anos apresentava risco moderado de vida, em razão da multiplicidade das lesões. A mãe dela estava com quadro estável e recebia atendimento médico. Já a irmã, de 25 anos, ainda estava com risco iminente de vida e precisou passar por uma cirurgia, uma vez que os golpes atingiram uma artéria. Não há informações sobre o estado de saúde atual das três.

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O suspeito passou por atendimento médico e, constatado que não tinha lesões, foi encaminhado à delegacia de Polícia Civil de Almenara. O homem que tentou acobertar a presença do agressor no terreno também foi preso em flagrante pelo crime de “favorecimento pessoal”.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que o suspeito deu entrada no Presídio de Almenara ainda na segunda-feira (8), onde permanece à disposição da Justiça. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais foi consultado sobre audiência de custódia e ainda não retornou o contato.

Violência em Almenara e Região

Conforme base de dados da Sejusp, que contabiliza casos de tentativa de/e feminicídio consumados registrados pela Polícia Civil, a Região Geográfica Imediata de Almenara soma 20 vítimas. Em Almenara, cidade onde aconteceu o crime de segunda-feira (7/12), três mulheres foram vítimas de tentativa de feminicídio e outras duas morreram pelo crime nos últimos seis anos anos. O caso das três vítimas desta semana não está incluído nas estatísticas.

No mesmo período, duas mulheres morreram, e outras duas foram vítimas de feminicídio tentado em Jacinto. Nas cidades de Jequitinhonha e Jordânia, uma mulher morreu, e outra sobreviveu em cada cidade. Em Santa Maria do Salto, uma mulher perdeu a vida; em Santo Antônio do Jacinto, uma mulher foi assassinada, e outras duas sofreram tentativas.


O que é relacionamento abusivo?

Os relacionamentos abusivos contra as mulheres ocorrem quando há discrepância no poder de um em relação ao outro. Eles não surgem do nada, e, mesmo que as violências não se apresentem de forma clara, os abusos estão ali, presentes desde o início. É preciso esclarecer que a relação abusiva não começa com violências explícitas, como ameaças e agressões físicas.

A violência doméstica é um problema social e de saúde pública, e, quando se fala de comportamento, a raiz do problema está na socialização.


Como denunciar violência contra mulheres?

  • Ligue 180 para ajudar vítimas de abusos.
  • Em casos de emergência, ligue 190.

Onde procurar ajuda

A mulher em situação de violência de qualquer cidade de Minas Gerais pode procurar uma delegacia da Polícia Civil para fazer a denúncia. É possível fazer o registro da ocorrência on-line, por meio da delegacia virtual. Use o aplicativo 'MG Mulher'.

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