8 pessoas detidas por latrocínio de 2 motoristas no Triângulo Mineiro
Grupo é apontado pela polícia como responsável pelo assassinato de dois motoristas de aplicativo na região
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Oito pessoas foram detidas por suspeita de envolvimento nos latrocínios de dois motoristas de aplicativo no Triângulo Mineiro. De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar (PM), cinco adultos foram presos e três adolescentes, apreendidos.
Segundo as investigações, o grupo participou nas mortes de Ideraldo Ortigossa e de Vercely Mateus de Faria, ambos de 61 anos. O primeiro foi encontrado morto em 24 de novembro passado, em uma estrada conhecida como Furnas, em Araporã (MG). Cinco dias depois, foi localizado o corpo da segunda vítima, dessa vez nas proximidades da MGC-452, numa área conhecida como Mineirinho, zona rural do mesmo município.
Os motoristas estavam operando por meio da plataforma Trips Itumbiara. Ainda segundo a ocorrência, Ideraldo aceitou uma corrida à 0h56 de 23 de novembro solicitada pelo perfil de um homem, cujo telefone cadastrado tinha o DDD 011 (São Paulo), com embarque no Bairro Madri, na cidade mineira. De lá, o falso passageiro seguiria para um tabacaria no município de Itumbiara (GO).
A corrida foi cancelada cinco minutos depois, mas o boletim não detalha o que teria acontecido e se o tal cliente teria sido atendido. O BO informa, ainda, que o perfil que pediu a corrida foi criado no último dia 19, às 13h33, com “foto suspeita pela Central Trips”. “Ou seja, pode se tratar de um perfil falso”, destacou o BO. Em investigações no endereço onde a corrida foi solicitada, os militares descobriram que ninguém conhecia a pessoa cadastrada no aplicativo.
No local onde o corpo do motorista foi encontrado também estava o celular da vítima. O carro, um BYD Dolphin, porém, não foi visto. O veículo só foi localizado pela manhã, por volta de 11h40, perto de uma área de mata na divisa de Minas Gerais com Goiás. A polícia do estado vizinho, inclusive, ajudou em diligências para tentar identificar os envolvidos no crime. Imagens de câmeras de monitoramento foram analisadas e mostraram o carro entrando na área onde estava Ideraldo.
Já Vercely Mateus foi encontrado sem vida caído ao chão, ao lado do carro dele, no último sábado. De acordo com a ocorrência, ele levou um tiro na cabeça. Foram levados dinheiro, cartões e documentos dele. A carteira, no entanto, foi localizada a cem metros do local do crime.
Nas investigações iniciais, foi descoberto que o motorista aceitou uma corrida do Bairro Primavera, em Araporã, com destino a uma igreja também em Itumbiara, às 22h36 de 28 de novembro. O perfil que solicitou a corrida foi criado, de acordo com o boletim de ocorrência, apenas três minutos antes do pedido, em nome de uma mulher. No WhatsApp, o número, com DDD de Goiás, estava cadastrado com uma foto de caveira e a palavra “meia-noite”. A mesma imagem, inclusive, estava em outro número de WhatsApp cadastrado duas horas antes na mesma plataforma, mas com outro número e DDD de Minas Gerais, além do nome diferente de mulher. Esse perfil, porém, foi banido pelo serviço por considerá-lo suspeito.
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Foi graças ao e-mail cadastrado no perfil que solicitou a corrida que os militares chegaram a um dos suspeitos, de 17 anos, já conhecido no meio policial. Ele também foi flagrado por câmeras de monitoramento com um comparsa no mesmo dia em que Ideraldo foi assassinado. Os militares, então, seguiram para o endereço onde o adolescente mora. No caminho, o jovem foi flagrado em uma moto com um outro suposto envolvido nos latrocínios. A dupla fugiu, mas o menor de idade desceu em uma rua e entrou em uma casa. Lá, ele foi abordado e ficou, de acordo com a polícia, “abalado emocionalmente”, o que levantou suspeitas. Em seguida, confessou a participação nos dois latrocínios, mas afirmou que os tiros foram disparados pelo colega de 19 anos que fugiu na moto.
Mais tarde, o segundo envolvido foi localizado e admitiu ser o autor do disparo que matou Vercely. Já Ideraldo teria sido baleado por outro suspeito, de 25 anos. Os demais comparsas foram sendo apontados pelo adolescente, e detidos em casas em Araporã.
Drogas e bebidas
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O dinheiro roubado das vítimas teria sido usado para comprar bebidas e drogas. Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, um dos presos, de 25 anos, também conhecido no meio policial, teria afirmado fazer parte de uma facção criminosa, o Primeiro Comando da Capital (PCC), e recrutaria adolescentes e mulheres com a promessa de festas, bebidas alcoólicas e drogas para seus associados. Ao ser questionado pela polícia, alegou que só falaria na presença de um advogado.
As investigações prosseguem a cargo da Polícia Civil. Procurada, a instituição ainda não se manifestou.