Policiais do Departamento de Operações Especiais (DEOESP) deram início, na manhã desta terça-feira (18/11), à Operação Caniço, que cumpre mandados judiciais, entre eles de prisão, busca e apreensão e sequestro de bens, no Bairro Palmital, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No local, segundo as investigações, existe uma estrutura de crime organizado voltada ao tráfico de drogas.
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Além do Deoesp, participam da operação policiais do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). As investigações são conduzidas pela 2ª Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco/Deoesp), que revelaram uma complexa estrutura do crime organizado no bairro Palmital.
Imagens amplamente divulgadas nas redes sociais mostram homens exibindo armas de fogo durante o evento “Arraial do Campo”, o que chamou a atenção da polícia.
As cenas são um ato de afirmação de poder e propaganda criminosa, utilizado para recrutar novos integrantes, intimidar populações locais e demonstrar rivalidade entre facções, segundo os investigadores.
A ostentação armada é uma réplica de práticas que comumente são vistas no Rio de Janeiro. Para a Polícia Civil, as imagens buscam transformar a violência em instrumento de marketing e influência cultural no meio criminoso.
As investigações tiveram início em agosto de 2024, quando houve a identificação dos envolvidos, sendo que são homens integrantes do tráfico de drogas e lideranças de organizações criminosas com atuação na região.
A Operação Caniço possibilitou um diagnóstico preciso da hierarquia criminosa na localidade, fortalecendo a presença do Estado em áreas historicamente vulneráveis ao crime organizado.
Foi feita uma abordagem estratégica e com técnicas investigativas de alta complexidade. Com isso foi possível comprovar a participação de cada investigado e reunir elementos de autoria e materialidade relativos a tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, organização criminosa e outros delitos correlatos.
O resultado das investigações resultou na expedição de 80 ordens judiciais: houve prisão de 13 pessoas, cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão e sequestro de diversos bens — veículos, imóveis, embarcações, entre outros.
A investigação aponta, também, um sofisticado esquema de lavagem de capitais operados por pessoas e empresas ligadas ao grupo criminoso. Os recursos eram derivados do tráfico internacional de cocaína, transportada em contêineres e ocultada no seachest — compartimento submerso do casco de navios — durante operações portuárias, demonstrando o alto grau de complexidade logística utilizado pela organização.
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