PM inicia uso de drones no policiamento de áreas da Região Centro-Sul de BH
A iniciativa será usada para auxiliar os militares no patrulhamento preventivo e ostensivo de avenidas com grande fluxo de pessoas e veículos
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A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) anunciou o reforço de uma ferramenta tecnológica para apoiar o patrulhamento preventivo e ostensivo da Região Centro-Sul de Belo Horizonte, nesta sexta-feira (28/11). Drones estão sendo usados para auxiliar militares no monitoramento de avenidas de grande circulação de pessoas e fluxos de veículos, além de ajudar na verificação de foragidos, suspeitos em fuga, aumentando a área de abrangência a ser monitorada.
O major Campos, subcomandante do 22° Batalhão de Polícia Militar da capital, explica que a Operação Guardião Aéreo, iniciada em novembro, é um projeto-piloto do Comando de Policiamento da Capital, de iniciativa do próprio 22° Batalhão.
Ele ressalta que o uso dos drones tem o objetivo de potencializar o contato comunitário, a prevenção e aumentar a sensação de segurança da comunidade. Inicialmente, estão sendo usados dois drones operados por policiais militares habilitados com curso para operar os equipamentos, que são certificados pela Anac, conforme estabelecem as normas de aviação.
Após a avaliação do projeto, o major diz que a intenção da corporação é aumentar o número de equipamentos usados e a área de abrangência a ser monitorada. “Estamos em fase de testes, vamos buscar avaliar os resultados e a tendência é ampliar.”
Atualmente, os drones são usados em vias com maior trânsito de pessoas e fluxo de veículos, regiões comerciais ou que, pela estatística criminal, exige uma demanda maior de prevenção e de contato. Mas podem ser usados também para monitorar o trânsito. “Saber o motivo (do engarrafamento), se houve acidente, além de verificar veículos e placas, suspeitos em fuga. O militar que faria o patrulhamento ou está em viaturas de atendimento comunitário usa o equipamento para permitir monitorar áreas de maior abrangência, com alcance entre 1,5 km e 2 km”, destaca o militar.
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Com isso, segundo ele, é possível levar segurança, ostensividade e prevenção a uma área maior. “O objetivo é aumentar a capacidade de monitoramento para além das câmeras do Olho Vivo.”
Ajuda complementar
O major ressalta que o uso dos equipamentos não é um tipo de policiamento e não substitui o uso das aeronaves da PM. “É uma tecnologia empregada para potencializar nosso serviço. Os drones são equipados com giroflex, sirene, além da possibilidade de emitir sons. Podemos usar para dar dicas de segurança, um alerta para a comunidade, ou para socorrer pessoas”, elenca.
Além disso, os drones conseguem captar sons e imagens em 4K. O major diz que o equipamento já ajudou na captura de um suspeito em fuga na Raja Gabaglia, desde que começou a operação. “Com a ajuda do drone o indivíduo foi preso e uma arma apreendida. Portanto, ele também pode auxiliar as equipes que estão em campo.”
Antes da operação, os equipamentos já eram utilizados em eventos pontuais, como o carnaval de BH, fazendo imagens e servindo de apoio. Porém, agora, a intenção é levá-lo para mais perto da comunidade, no dia a dia. "O cidadão vê o objeto e sabe que tem um militar próximo trazendo segurança para ele. Com o patrulhamento do drone, queremos trazer o olhar do policial para mais próximo do cidadão, mesmo que esteja a distância."
Os equipamentos também conseguem fazer reconhecimento facial. "Se ele identificar um cidadão que, pelas imagens, possui um mandado de prisão, vamos nos certificar, realizar a abordagem e fazer a prisão."
Drones no carnaval
Os drones utilizados no carnaval de BH entre os dias 1º e 4 de março colaboraram na prisão de 72 pessoas, de acordo com divulgação do Governo de Minas à época. As imagens registradas pelos equipamentos foram transmitidas para uma central de videomonitoramento onde eram comparadas com o banco de dados da PMMG. Quando um indivíduo com mandado de prisão em aberto era reconhecido, equipes eram enviadas para abordagem, confirmação da identificação e prisão do foragido.
“Com esse equipamento nós conseguimos, inclusive, fazer a prisão de pessoas realizando tráfico de drogas em meio a blocos. Então os drones auxiliaram muito no combate ao crime. A ideia é que a gente utilize novamente no próximo carnaval”, declarou o comandante-geral da PMMG, coronel Frederico Otoni, à época.
Avaliação de especialista
Jorge Tassi, criminólogo e advogado, acredita que o uso de drones por agentes de segurança pública vale a pena em cidades com mais de 300 mil habitantes, como a capital mineira, Juiz de Fora, na Zona da Mata, e Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Para ele, os equipamentos devem operar em locais com aglomeração de pessoas.
O criminólogo acredita que, para maior eficiência, é fundamental que o uso dos drones esteja associado aos sistemas de informações das polícias Militar, Civil e Federal de maneira integrada.
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Tassi destaca o uso desses equipamentos para ações preventivas, como complemento do monitoramento feito pelas câmeras de segurança, especialmente nos pontos cegos, ou seja, aqueles fora do campo de visão. Ele ressalta ainda que os drones funcionam bem quando acompanham o policiamento à pé. “Principalmente quando nós falamos de centros urbanos, nós temos dificuldades às vezes da viatura se deslocar e do policial que está dentro da viatura conseguir abordar quem está fora”, afirma o especialista.