Serviço de táxi-lotação pode deixar de existir na Av. do Contorno
Um novo trajeto, que atende o aglomerado de Serra e imediações, está em fase de teste até dezembro
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O serviço de táxi-lotação na Avenida do Contorno, em Belo Horizonte, pode estar com os dias contados. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) o itinerário não tem tanta adesão quanto o da Avenida Afonso Pena e estaria insustentável.
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Um novo trajeto, que atende o aglomerado de Serra e imediações, está em fase de teste até dezembro e, caso tenha a adesão esperada, substituirá a rota da Contorno. “Esta medida é parte de um projeto de otimização operacional do serviço, que busca concentrar a oferta onde há maior demanda e viabilidade para a categoria”, afirmou a PBH.
João Paulo Castro, presidente do Sindicato dos taxistas de Minas Gerais (Sincavir/MG), também explica que, no geral, os usuários preferem utilizar os ônibus das linhas circulares por ter um valor mais atrativo (R$5,50) do que o táxi-lotação (R$6,05). A reportagem do Estado de Minas visitou pontos da avenida e, ao serem questionados sobre a intenção de tomar um táxi, disseram desconhecer o serviço.
Uma opção para a população
O táxi-lotação foi criado em 2001 e, diferente da modalidade tradicional, percorre um trajeto pré-definido pela PBH, com a proposta de aumentar a utilização da frota de táxi e oferecer à população mais uma opção de transporte. Os 130 veículos da frota exibem adesivos de identificação e podem trafegar em faixas diferenciadas.
Atualmente o serviço é oferecido em duas importantes avenidas da capital mineira: a Afonso Pena e a do Contorno (veja itinerários abaixo). Um terceiro trajeto está sendo estudado pela PBH para atender a população do bairro Serra e entorno. A medida, de caráter experimental, teve início em 13 de setembro e será válida por 90 dias. Durante o período de teste na Serra, equipes da Superintendência de Mobilidade (Sumob) vão acompanhar a operação.
Em entrevista ao Estado de Minas em setembro, a diretora de Planejamento e Controle de Mobilidade da SUMOB, Gabriela Pereira, contou que a demanda da extensão até o Serra veio dos próprios taxistas. "Confirmamos que havia esse interesse de uma rota de táxi compartilhado também atendendo a região da Serra", disse. "Temos três caminhos possíveis. Se não der certo, cancelamos completamente; caso apenas um trecho tenha problema, podemos alterar e fazer ajustes; e se der tudo certo adotamos a rota definitiva", conclui.
Teste em andamento
Por outro lado, Cláudio Silva, presidente da Associação dos Motoristas de Táxis-Lotação de Belo Horizonte (AMTL-BH), afirma que a intenção dos taxistas era expandir a rota até a Serra, mantendo a da Av. Contorno, e não substituí-la.
“A condição que a BHTrans impôs para aprovar essa extensão é acabar com a rota da Contorno e passar os carros para a Afonso Pena para ajudar no atendimento da Serra. Não partiu da gente. Por nós, ficaria a Contorno, a Afonso Pena e a extensão para Serra”, diz Silva.
Ele ainda afirma que há obstáculos para que o teste da extensão seja aproveitado ao máximo. Um exemplo é o ponto na Av. Afonso Pena na altura do número 550, o principal ponto de ônibus para o bairro Serra. Segundo o presidente, o táxi-lotação não pode parar no local por não estar sinalizado.
“A BHTrans simplesmente não deixa a gente parar no ponto que vai para a Serra. Se a gente para lá, receberemos multa. E já falamos isso para a BHTrans”, diz. “Se eu vou até o bairro, como não posso parar no ponto que vai para o bairro?”, conclui.
Cláudio também acredita que a criação do serviço em outras avenidas importantes da cidade - como Raja Gabaglia, Cristiano Machado, Antônio Carlos e Amazonas - seria benéfico para todos: “o importante seria o passageiro ter opção”.
Questionada, a PBH informou que o ponto de embarque e desembarque localizado na Avenida Afonso Pena, 550, não é parada de táxi-lotação e que os motoristas podem utilizar o ponto localizado no número 354 para atender aos clientes. A Prefeitura não respondeu sobre a possibilidade de expansão do serviço para outras vias.
Evolução das tarifas
Obrigatoriamente, o preço do táxi-lotação deve ficar 10% acima da tarifa do ônibus. Em 2001, a tarifa do trajeto da Afonso Pena custava R$1,50 e da Contorno, R$1,10, o que representava 0,8% do salário mínimo da época (R$180,00). Apesar do aumento gradual da tarifa, o valor é significativamente menor em relação ao salário mínimo: hoje as tarifas são R$ R$6,35 e R$ R$6,05, respectivamente e equivalem acerca de 0,4% do salário mínimo atual (R$ 1.518).
Cláudio espera que em 2028, quando o contrato com as empresas de ônibus que atuam em Belo Horizonte será revisto, seja possível incluir o cartão BHBus como método de pagamento no táxi-lotação. Atualmente é possível pagar pelo serviço por meio de cartão de crédito e débito, Pix e dinheiro.
Rotas
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Itinerário Av. do Contorno
Av.do Contorno, R. Monte Alegre, R. Professor Estêvão Pinto, Av. do Contorno, Av. Álvares Cabral, R. Matias Cardoso, Av. do Contorno, R. Timbiras, R. Uberaba, R. dos Guajajaras.
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Itinerário Av. Afonso Pena
Av. Afonso Pena, 328 (ponto inicial), Praça da Bandeira, Av. Agulhas Negras, Praça do Papa, Rua Salomão de Vasconcelos(rotatória/portaria Instituto Orizonti), Av. José do Patrocínio Pontes, Rua Salomão de Vasconcelos, Praça do Papa, Av. Agulhas Negras, Av. Afonso Pena (B/C), Rua Curitiba, Rua Vinte e Um de Abril, Av. do Contorno, Estação Lagoinha (metrô), Rua Paulo de Frontin, Rua dos Guaranis, Rua dos Caetés.
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Nova extensão (caráter experimental, de acordo com PORTARIA SUMOB Nº066/2025)
Av. Bandeirantes, Rua Trifana, Rua Serranos, Rua Angustura, Rua Capivari, Rua Dr. Alípio Goulart, Rua da Passagem, Av. do Cardoso (Praça do Cardoso), Rua Des. Mário Matos, Rua Corinto, Rua Henrique Passini.
*Estagiária sob a supervisão do subeditor Humberto Santos