'Caminhos do Rosário' vai mapear festas de reinado e congadas em Minas
O projeto vai mapear as celebrações dedicadas à Nossa Senhora do Rosário no estado. Governo indica que já foram identificadas 701 celebrações
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O governo de Minas lançou nesta quarta-feira (18/6) o ‘Caminhos do Rosário’ - projeto de mapeamento inédito das celebrações e festas dedicadas à Nossa Senhora do Rosário no estado. O lançamento celebra o reconhecimento dos Saberes e Práticas do Reinado e das Congadas como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, definido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) nessa terça-feira (17/6).
Minas Gerais é o maior território festivo de Congadas e festas do Rosário no país. Segundo a Secretaria Estadual de Cultura e Turismo (Secult-MG), são 701 festas mapeadas em 332 municípios do estado, além de 1.100 celebrações realizadas a cada ano, por 1.170 grupos. Todas essas atividades movimentam, segundo o governo de Minas, mais de R$5 bilhões por ano.
As Congadas de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, já receberam mais de 50 mil pessoas por edição. No Sul de Minas, a cidade de São Sebastião do Paraíso mantém a tradição há 150 anos, com 10 mil participantes. O 'Caminhos do Rosário' reconhece festas em territórios do Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha, da Mantiqueira e do Campo das Vertentes.
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Com uma plataforma já disponível no Portal Minas Gerais, o projeto disponibiliza um calendário oficial das festas do Rosário em Minas, mapeamento das comunidades e territórios, roteiros de turismo da fé e conteúdo educativo sobre história e cultura afrodescendente.
Saberes do Rosário: Reinados, Congados e Congadas
Com mais de 300 anos de tradição, a cultura de Nossa Senhora do Rosário e das Congadas, com seus rituais e saberes, passa a ser reconhecida como patrimônio cultural brasileiro. As comunidades tradicionais das Congadas são quem mantém a festa há gerações, transmitindo os saberes, organizando os festejos e mantendo viva a oralidade e espiritualidade das festas do Rosário.
Rainha Conga da Guarda de São Jorge, de Nossa Senhora do Rosário, Kelly Simone é a quinta geração da irmandade, que surgiu em 1871. Ela destaca a relevância de iniciativas que colocam em destaque tradições de matriz africana. “É muito importante o reconhecimento do governo e o tratamento político humanizado adequado, respeitando a especificidade de cada tradição, de cada área da cultura.”
“Esse reconhecimento vem coroar de êxito todo o trabalho dos nossos anciãos que vieram antes e não tiveram essas tratativas, esses diálogos com o governo em nenhuma instância”, conta.
Turismo da fé em Minas Gerais
No último ano, o estado manteve um crescimento acima da média nacional no setor de turismo, registrando o fluxo de 31 milhões de turistas, segundo o IBGE. Neste cenário, o turismo da fé se destaca, movimentando mais de R$5 bilhões por ano, de acordo com o governo de Minas.
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Com o ‘Caminhos do Rosário’, o estado amplia um roteiro turístico da fé, que já inclui a Semana Santa, o Jubileu de Congonhas, a Romaria de Bom Jesus da Lapa, as Romarias da Serra da Piedade, além das inúmeras festas locais.
*Estagiária sob a supervisão do subeditor Humberto Santos