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CARNAVAL BH

Ativista e sem patrocínio, Bloco do Manjericão desfila em parque nesta 4ª

O tradicional bloco do Carnaval de Belo Horizonte defende a legalização da maconha e pautas ambientais

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O Bloco do Manjericão, um dos cortejos tradicionais do Carnaval de Belo Horizonte, realiza sua 14ª edição nesta Quarta-feira de Cinzas (5/3), sendo a oitava em um parque da cidade. O bloco começou a concentração às 8h20, na Praça Luiz Rodrigues Pereira, seguindo em direção ao Parque Jacques Cousteau, onde parte do trajeto ocorre dentro da área verde.

Criado em 2011, durante a retomada do Carnaval de BH, o bloco se consolidou como um dos principais cortejos do dia que marca o encerramento da folia na capital mineira.

Além da defesa da legalização da maconha, o Manjericão reforça a importância da preservação ambiental. No último ano, o cortejo reuniu cerca de três mil foliões no Parque das Águas, no Barreiro.

A bateria, formada por aproximadamente 70 integrantes, conduz o desfile com um repertório que mistura clássicos do carnaval e sucessos atuais.

Entre a música e o ativismo

O ator e diretor Rodolfo Cascão Inácio, que participa do bloco desde sua criação, vê no Manjericão uma plataforma para ampliar o debate sobre a regulamentação da maconha e suas diversas aplicações. Ele destaca que a pauta vai além do uso recreativo.

"A sociedade tende a associar a maconha apenas ao tráfico, mas ela tem um forte potencial medicinal, ajudando no tratamento de doenças como Alzheimer, autismo e outras condições neurodegenerativas. Enquanto o álcool e o cigarro são legalizados, a cannabis ainda enfrenta resistência, muitas vezes por motivos políticos e preconceituosos", afirma.

Sandra Moura, empresária e foliã do bloco há nove anos, também acredita que o Manjericão contribui para a conscientização sobre o tema.

"O debate sobre a maconha cresce a cada ano, e iniciativas como essa ajudam a quebrar preconceitos. Minha mãe, de 84 anos, passou a usar cannabidiol e teve uma melhora significativa no humor e na disposição. Há muito exagero midiático sobre os efeitos da cannabis, enquanto outros produtos, como medicamentos controlados, causam impactos muito mais severos", observa.

Vaquinha garantiu desfile de 2025

A continuidade do bloco esteve ameaçada no início deste ano devido à falta de recursos. Sem participar de editais públicos, como os da Belotur, o Manjericão depende exclusivamente de financiamento coletivo. Para garantir a edição de 2025, o grupo lançou uma vaquinha online com a meta de arrecadar R$ 4,2 mil, atingida com o apoio dos foliões.

Tradição e resistência

O Bloco do Manjericão nasceu inspirado no "Segura a Coisa", de Olinda, que desfila há mais de 40 anos na Quarta-feira de Cinzas. Desde sua criação, já percorreu diferentes regiões de Belo Horizonte, incluindo o Viaduto Santa Tereza, a Serra do Curral, o Parque das Águas e o Parque da Pampulha.

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"Queremos ocupar os parques da cidade e trazer esse debate para as ruas", afirma Janaína Macruz, produtora cultural e co-organizadora do bloco. Além da legalização da maconha, o grupo defende a valorização dos espaços verdes urbanos. "Queremos que a cidade conheça e use seus parques. Precisamos de mais áreas verdes nos centros urbanos", acrescenta.

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