
Praça da Estação é reaberta. E "vai dar praia" amanhã
Ligado ao nascimento de BH, espaço público passou por reforma, que incluiu do piso às fontes de água, e já espera "banhistas" ligados a movimento popular que vi
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Siga noA Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte, foi reaberta ontem (26/9) após quase um ano fechada para reformas realizadas pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Entre as obras concluídas estão a instalação de delimitadores de tráfego e reconstrução das fontes de água. Nesse cenário, uma ação marcante na história da capital mineira será revivida neste sábado: a Praia da Estação.
A reforma da Praça Rui Barbosa, como é oficialmente registrada, incluiu a manutenção das fontes luminosas interativas, renovação do paisagismo, troca de pisos, canaletas e grelhas danificadas. Além disso, bancos e lixeiras foram recuperados e instalados, de acordo com a PBH.
As fontes de água características da praça foram reconstruídas com dois tipos de aspersores: um de névoa, para avisar quem estiver em cima da fonte que em seguida virá o segundo tipo, o jato de água. Para coibir o acesso de veículos, como caminhões, guindastes e viaturas, foram instaladas balizas de concreto revestidas em aço inox no interior da praça. No total, os investimentos somam R$ 8,1 milhões.
As intervenções fazem parte do Programa de Requalificação do Centro de Belo Horizonte “Centro de Todo Mundo”. A iniciativa tem como objetivo qualificar a região central da capital e “oportunizar mais atividades de lazer, turismo, comércio e moradias”, como explica Beatriz Góes, subsecretária de Relações Intragovernamentais da Prefeitura de Belo Horizonte, presente na reabertura da praça.
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Os trabalhos de requalificação seguem em outros pontos do Centro, como na reforma das praças Rio Branco, conhecida como Praça da Rodoviária, e do Papa, no Bairro Mangabeiras, e na reconstrução da Praça da Independência, entre os edifícios Sulacap e Sulamérica.
Com a reabertura da praça, um movimento que já dura 14 anos volta ao espaço público. Amanhã (28/9) o Praia da Estação, criado em 2010, será reeditado, com a proposta de levar, como de costume, banhistas para se refrescarem nas fontes da praça.
O movimento Praia da Estação surgiu em 2010 em protesto ao Decreto 13.798, de 9 de dezembro de 2009, assinado pelo ex-prefeito Márcio Lacerda – gestor da cidade de 2009 a 2017 –, que proibia a realização de eventos de qualquer natureza na Rui Barbosa. Na época, os belo-horizontinos reivindicaram o espaço com direito a roupa de banho e cadeiras de praia. O evento, que se tornou anual, incentivou o surgimento de blocos carnavalescos e celebrações nas ruas da capital mineira.
Amanhã, a praça vira praia a partir das 9h. Sem horário para terminar, o evento está sendo organizado pelo Carnaval de Rua BH, Amor e Luta, movimento que se autodetermina como “sem líderes, libertário, antifascista, antirracista, inclusivo, de valorização da cultura e dos movimentos sociais que potencializaram o que conhecemos hoje como Carnaval de Rua de BH”.
Carem Abreu, integrante do movimento, explica que o objetivo da ação amanhã é “enfrentar a realidade política do nosso país e, principalmente, da nossa cidade, já que as eleições de BH estão indicando um avanço da direita”. A jornalista e cineasta afirma que, com a praia, o movimento quer mostrar que “nessas eleições municipais temos opções de candidatos progressistas”.
PORTA DE ENTRADA
A Praça da Estação foi concebida no planejamento da capital mineira, sob responsabilidade do urbanista Aarão Reis (1853-1936). O espaço era porta de entrada da matéria-prima usada na construção de BH. Em 1898, como forma de marcar o novo ritmo da capital que crescia, o primeiro relógio público da cidade foi instalado no alto da torre do prédio que, nos primórdios da cidade, abrigou a estação ferroviária. Aprovada pelo governo de Minas Gerais em 15 de abril de 1895, teve o nome definido como Christiano Otoni em 1914.
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Em 1923, passou a se chamar Rui Barbosa em homenagem ao jurista e político que havia morrido em março daquele ano. Apesar dessas denominações oficiais, o espaço público sempre foi conhecido pela população como Praça da Estação.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Rachel Botelho