
Chacina de Unaí: STJ mantém prisão de empresário que delatou esquema
Crime no Noroeste de Minas Gerais aconteceu em 28 de janeiro de 2004; funcionários do Ministério do Trabalho, que apuravam denúncias, foram mortos
compartilhe
Siga noA Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve execução provisória da pena do empresário Hugo Alves Pimenta, condenado a 27 anos de prisão pela participação na “Chacina de Unaí”, informou nesta quarta-feira (19/6) a assessoria do STJ. O crime aconteceu na zona rural da cidade localizada no Noroeste de Minas Gerais.
A decisão da Corte decorre de um “recurso extraordinário” apresentado pela defesa com a intenção de reverter decisão monocrática do vice-presidente do tribunal, ministro Og Fernandes. Os advogados do empresário, em síntese, pleiteavam a execução de pena somente após transcorrido o prazo para apresentação de recursos.
19/06/2024 - 19:35 Justiça proíbe ex-prefeito de Baldim de ir ao casamento da filha 19/06/2024 - 21:47 Dupla é presa por morte de adolescente; ossada foi encontrada em cisterna 19/06/2024 - 22:09 Idoso filma o próprio rosto ao estuprar criança de 6 anos e é preso em MG
Hugo Alves Pimenta está preso desde 13 de fevereiro, quando a Polícia Federal (PF) o localizou na cidade de Campo Grande (MS). Na ocasião, ele estava com um passaporte falso.
O empresário é o delator da trama que resultou, em 28 de janeiro de 2004, nos assassinatos dos auditores fiscais do trabalho Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, além do motorista Ailton Pereira de Oliveira.
Eles foram mortos a tiros em uma estrada rural durante uma fiscalização a fazendas no município de Unaí, no Noroeste de Minas, a 600 quilômetros de Belo Horizonte. Os auditores trabalhavam na apuração de denúncias de más condições de trabalho de empregados em plantações de feijão na região.
Os irmãos e fazendeiros Antério e Norberto Mânica foram condenados como mandantes do crime. Antério, ex-prefeito de Unaí, está preso na cidade do Noroeste mineiro desde setembro de 2023. Ele foi condenado a 89 anos de prisão. Norberto, que recebeu pena de 100 anos, segue foragido.
Também foram condenados por participação nos assassinatos: José Alberto de Castro, Erinaldo Silva, William Gomes de Miranda e Rogério Alan Rocha — este último preso em 28 de maio em Sergipe. Rogério Alan (que pegou 94 anos de detenção); Erinaldo Silva (76 anos); e William Gomes (condenado a 56 anos de cadeia) ficaram responsáveis pelas execuções.
Por causa da chacina de Unaí, o Ministério do Trabalho estabeleceu 28 de janeiro como Dia do Auditor Fiscal do Trabalho e Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.