
Após condenação por estupro contra recepcionista, vereador é cassado
Jhonathan Lavador (Republicanos) negou o crime e disse ter sofrido perseguição política
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Siga noO vereador de Frutal, no Triângulo Mineiro, Jhonathan Martins Siqueira (Republicanos), conhecido como Jhonathan Lavador, foi cassado pela Câmara Municipal na noite dessa segunda-feira (17/6), após ter sido condenado por estupro, em segunda instância. O crime foi cometido contra uma recepcionista de um curso, em um hotel de Brasília (DF), em 2021. Na época, o vereador ocupava o cargo há apenas 55 dias, sendo que a viagem e o curso foram custeados pela Câmara Municipal de Frutal.
O julgamento que ocasionou a perda do primeiro mandato de Jhonatan como vereador aconteceu entre 9h e 21h. Por 12 votos favoráveis em dois quesitos apresentados pela Comissão Processante de Investigação (CPI), os vereadores concordaram, por unanimidade, que Jhonatan cometeu quebra de decoro parlamentar e foi contra os princípios éticos do legislativo frutalense.
Dos 15 vereadores de Frutal, 14 deles estiveram presentes no julgamento, sendo que 13 votaram pela cassação. Apesar de votar a favor, o voto do vereador Antônio Joaquim da Silva, conhecido como Tõe da Véia, foi anulado porque ele foi testemunha do processo que Jhonathan responde em Brasília (DF). O vereador Edivalder Cheiroso não esteve presente.
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Jhonathan Lavador foi condenado pela Justiça do Distrito Federal (DF) pelo crime de estupro após acusação da recepcionista. Segundo ela, o crime aconteceu em fevereiro de 2021, dentro do hotel e durante o período de um curso.
Em 13 de novembro do ano passado, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) disponibilizou o documento completo da sentença criminal contra o vereador. Ele foi condenado pelo crime de estupro, mas conseguiu o direito de recorrer em liberdade devido a "primariedade".
Conforme o documento da sentença criminal do TJDF, ao final do curso, todos os participantes foram embora, exceto o denunciado. Ele teria falado para a vítima que ela era bonita e perguntou se tinha namorado. A moça respondeu que sim. Em seguida, a vítima disse que ele deveria ir embora, pois ela iria fechar o auditório e o vereador disse que a ajudaria.
Quando a vítima foi pegar a chave do auditório, o denunciado se adiantou, pegou a chave e trancou a porta; depois disso ele teria empurrado a vítima contra a parede e a beijado na boca, à força, tendo a vítima tentado se desvencilhar, mas o denunciado novamente a beijou contra a vontade dela, além de segurar os dois braços da mulher tentando encostar seu pênis nela.
Após a cassação do mandato do vereador Jhonathan Lavador, quem vai assumir o lugar dele na Câmara de Frutal é o mecânico Nauro Angelino (Naurão da Oficina). Ainda não foi divulgada a data sua posse.
Posicionamento de Jhonathan
Em sua defesa, Jhonathan, acompanhado do seu advogado Vitor Londe dos Santos, negam acusação de estupro e dizem que não houve quebra de decoro parlamentar.
"Ficou comprovado que isso foi uma tremenda perseguição política; eu respondo um processo que ainda cabe recurso com grandes chances de a gente reverter isso, conseguindo até mesmo ser absolvido", destacou Jhonathan.
O ex-vereador ressaltou também que não há provas de crime sexual dele contra a recepcionista. "Tem a palavra de uma menina que de certa forma o pai dela deixou claro que ela tinha um certo problema psicológico e ela falou que eu tentei beijar ela e segurar os braços dela, à força, e isso configurou como estupro e sem provas".
Jhonathan ainda considera que a divulgação do seu processo foi feita de forma irregular. "Porque ele segue em segredo de Justiça (...) como se uma pessoa tivesse ido lá (Brasília) e pedido para movimentar (o processo); então ficou nítido essa armação e perseguição política contra minha pessoa. Mas eu e meu advogado vamos recorrer a este processo para ver se a gente consegue voltar", finalizou.