O evento contou com a presença do vice-governador, Mateus Simões, e da secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Marília Melo -  (crédito: Gladyston Rodrigues)

O evento contou com a presença do vice-governador, Mateus Simões, e da secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Marília Melo

crédito: Gladyston Rodrigues

 

Minas Gerais terá Salas de Inteligência e de Situação de Combate ao Desmatamento. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (3/6), durante a abertura da Semana do Meio Ambiente 2024. O evento contou com a presença do vice-governador, Mateus Simões, e da secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Marília Melo.

 

Segundo o governo do estado, os equipamentos irão reunir dados de ocorrência de desmatamento, alterações na cobertura da vegetação nativa e gerar informações indicativas das áreas sob pressão de desmatamento ilegal.

 

“A Sala de Situação terá uma equipe dedicada de monitoramento 24 horas. Com isso, teremos uma detecção em tempo real, inclusive com ferramentas de embargo remoto no caso do desmatamento ilegal”, declarou Melo.

 

A meta do governo estadual é reduzir o desmatamento ilegal em Minas Gerais até 2030. "É um grande desafio. Também vamos perseguir o desmatamento ilegal zero no estado” afirmou Marília Melo.

 

 

O evento também contou com a assinatura do Tratado da Mata Atlântica, que prevê o plantio de 7 milhões de mudas de espécies nativas do bioma no território mineiro até o final de 2026. Proposto pelo Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), a meta é que sejam plantadas, ao todo, 100 milhões de mudas em todo o território dos estados participantes.

 

“Fico feliz de perceber que, nacionalmente, a floresta plantada, passa a ser reconhecida como mecanismo de compensação importante, porque tem capacidade de neutralizar as edições de outros setores. E assim vamos caminhando de uma forma tecnicamente mais alinhada”, afirmou o vice-governador, Mateus Simões.

 

O plantio das mudas poderá ser acompanhado por toda a população por meio do painel de acompanhamento do Tratado da Mata Atlântica, lançado esta tarde durante o evento.

Emissão de gases

 

Durante o evento, também foi assinado o Acordo de Cooperação Técnica com o Laboratório Observatório do Clima pela Semad. O termo confirma a adesão de Minas à plataforma Sistema de Estimativa de Emissões de Gases (SEEG) para a automatização do inventário de emissões e remoções antrópicas do estado, fundamental para o avanço das ações rumo à neutralidade de emissões de carbono.

 

Foi realizada ainda a assinatura de um protocolo voltado para cães e gatos domésticos, com apresentação do Programa Conheça seu Amigo, entre o governo de Minas e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O objetivo é criar esforços conjuntos entre as instituições visando o apoio aos municípios na realização do manejo ético populacional de cães e gatos previsto na lei estadual número 21.970 de 15 de janeiro de 2016.

 

O Protocolo também prevê a entrega de 25 mil microchips de identificação animal ao MPMG, por meio de sua coordenadoria de defesa dos animais, para encaminhamento aos municípios, consórcios ou associações de municípios no estado, que realizam ações de controle populacional de cães e gatos no âmbito do programa Prodevida.

 

 

Vice-governador cobra investimentos

 

Sobre as mudanças climáticas, um dos temas apresentados foi o aumento do volume de chuva no Brasil, e consequentemente, a destruição causada pela força das águas das enchentes. A recente crise enfrentada pelo Rio Grande do Sul com a enchente do Rio Guaíba foi citada como exemplo.


O vice-governador Matheus Simões alertou que várias cidades de Minas Gerais, inclusive Belo Horizonte, têm problemas muito sérios de drenagem. Segundo ele, isso mostra a falta de resiliência e de capacidade adaptativa para o fenômeno da mudança climática.

 

“Eu acho que nós, moradores de zonas tropicais, e no caso de Minas Gerais talvez ainda mais grave, temos desprezado a necessidade de políticas de resiliência ao longo de algumas décadas. Nós nos acostumamos e naturalizamos, por exemplo, a situação de enchentes em determinados lugares”, declarou Simões.

 

 

Ele ainda criticou a falta de resolução dos problemas com enchentes urbanas, que muitas vezes se resumem a uma placa de aviso para não passar em determinado local em caso de chuva forte. Simões alertou ainda para os riscos de alagamento em cidades do interior.

 

“E aí eu faço a pergunta: onde estão os nossos investimentos para que nós não sejamos vítima do mesmo fenômeno? Dificilmente acontecerá em Minas Gerais algo da proporção que aconteceu no Rio Grande do Sul, dadas as nossas condições geográficas, mas nós temos municípios que correm risco semelhante a municípios isolados do Rio Grande do Sul. Esses municípios estão prontos para desaparecer?”, questionou o vice-governador.