Aposentados do INSS têm direito de pedir a revisão de seu benefício caso considerem que o valor pago está errado ou que algum período de trabalho tenha ficado de fora do cálculo -  (crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Aposentados do INSS eram um dos alvos do grupo criminoso

crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Um trio especializado em aplicar golpes em idosos e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi alvo de uma operação da Polícia Civil (PCMG) na última terça-feira (5/3) em Belo Horizonte. Uma mulher, que era ex-funcionária da empresa, e dois sócios foram presos. Outros três suspeitos estão foragidos.

 

As investigações começaram em 2023, após uma das vítimas, de 70 anos, registrar um Boletim de Ocorrência. Suspeita-se que mais de 100 pessoas foram prejudicadas pelo grupo.

 

 

Os alvos eram pessoas que tinham empréstimos de alto valor em bancos e pensionistas do INSS. Os criminosos tiveram acessos ao banco de dados do INSS após um vazamento e, assim, escolhiam as vítimas, que eram convencidas a irem até a sede da empresa, no Centro de Belo Horizonte, com a promessa de que fechariam um acordo para reduzir as dívidas.

 

Lá, elas eram enganadas. Os suspeitos tinham acesso aos documentos, celulares e até tiravam fotos dos idosos e pensionistas. Eles aproveitavam a situação para realizar empréstimos no nome das vítimas, com os celulares e os dados.

 

“Os suspeitos ligavam para as vítimas e falavam sobre os empréstimos. Eles ofereciam que a pessoa renegociasse a dívida, tendo o valor reduzido após vender para empresa. Pra isso, ele tinha que ir à sede. Um senhor idoso, semianalfabeto e sozinho na empresa. Disseram que ele deveria renegociar com eles e que todos os meses eles depositariam um valor de desconto. Ele era enganado e tinha os dados pegos pelos suspeitos”, disse a delegada Elyenni Celida.

 

O grupo é natural do Rio de Janeiro, onde também aplica golpes semelhantes. Em quatro anos atuando em BH, os suspeitos passaram por quatro endereços diferentes, todos no Centro da cidade. “Fotografavam a vitima, documentos, cartões e, no local, contratavam o empréstimo em nome da vitima. Esperavam o valor cair na conta da vítima e, assim que acontecia, eles sacavam ou emitiam boletos a serem pagos com o dinheiro”, explicou a delegada.

 

“Depois, a vítima ficava sabendo que não tinha quitado seu empréstimo e que tinha contraído ate quatro novos, com todo seu salário”, completou.

 

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Além dos mandados cumpridos, foram bloqueados quase R$ 500 mil dos cofres dos investigados, que serão utilizados para ressarcir as vitimas.

 

Os suspeitos vão responder pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Caso condenados, podem cumprir mais de dez anos de prisão.

 

Polícia pede que vítimas denunciem

 

A Polícia Civil pede para que, caso alguma pessoa perceba um empréstimo indevido na sua conta ou valores diferentes sendo descontados, que procure a delegacia mais próxima e registre uma ocorrência.