Laryssa Fanny Galantini Pires, conhecida como Lary, era ambientalista e educadora ambiental com atuações em projetos socioambientais de proteção e conservação da biodiversidade do Cerrado -  (crédito: Redes Sociais/Divulgação)

Laryssa Fanny Galantini Pires, conhecida como Lary, era ambientalista e educadora ambiental com atuações em projetos socioambientais de proteção e conservação da biodiversidade do Cerrado

crédito: Redes Sociais/Divulgação

 A bióloga, ambientalista e educadora, Laryssa Fanny Galantini Pires, de 35 anos, foi enterrada na tarde desta segunda-feira (1/1) no Cemitério das Paineiras, em Araxá, no Triângulo Mineiro. Ela foi uma das duas vítimas que morreram em acidente entre duas lanchas, ocorrido na Ilha de Boipeba, sul da Bahia, na última sexta-feira (29/12). O acidente também causou a morte do advogado Mário André Machado Cabral, 34 anos, de Alagoas.

Laryssa morreu no local do acidente. O corpo dela foi velado nesta segunda de 8h às 12h no cemitério onde foi enterrada. A bióloga é natural de Araxá, mas residia em Alto Paraíso de Goiás (GO).



Segundo informações divulgadas pelo delegado José Raimundo Nery Pinto, titular da 5ª Coordenadoria Regional de Polícia Civil da Bahia, o piloto da lancha que bateu contra a embarcação onde estavam as vítimas, apresentava sinais de embriaguez no momento da prisão em flagrante e é reincidente no crime. Ele está detido na Cadeia de Valença (BA), aguardando audiência de custódia.

Conforme a PCBA, o suspeito foi autuado pelo crime de “expor ao perigo embarcação própria ou alheia, causando naufrágio”, com o agravante de essa atitude ter causado morte e lesão corporal.

A embarcação das duas vítimas que morreram transportava outros dez passageiros. Outra mulher, também de São Paulo, chegou a ficar desaparecida, mas foi encontrada e encaminhada ao Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus e, segundo a PCBA, não corre risco de vida.

Legado

Graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC – Campinas) e mestre pela Universidade de Campinas (Unicamp), Laryssa era ambientalista e educadora com atuações em projetos socioambientais de proteção e conservação da biodiversidade do Cerrado.

A mestre em biologia tinha experiência na área de biodiversidade marinha. Atualmente, ela se dedicava à conservação do Cerrado e era colaboradora em projetos voltados para a preservação da vida silvestre na Chapada dos Veadeiros. Além disso, atualmente, Lary trabalhava no Instituto de Pesquisa, Ensino e Extensão em Arte/Educação e Tecnologias Sustentáveis (IpeArtes).

O Instituto Biorregional do Cerrado (IBC) emitiu nota lamentando a morte de Laryssa. “Lary faleceu aos 35 anos, deixando um grande legado para a Chapada dos Veadeiros e para todo o Brasil. Laryssa era uma educadora atuante e carismática. Participava de inúmeros projetos educacionais e socioambientais, sempre com o objetivo de promover a regeneração, resiliência e conservação do Cerrado (...) Laryssa foi vítima de um ‘acidente’ náutico na Bahia (Ilha de Boipeba) causado pela imprudência de um homem alcoolizado em uma lancha em alta velocidade”, finalizou a nota.

Postagem do marido

O marido de Lary, o advogado e músico João Yuji, publicou por meio de suas redes sociais uma emocionante postagem de despedida.

“Com apenas 3 horas de sono desde o dia 29, finalmente consegui parar para escrever minha homenagem à minha metade, aqui vai. Quem era boa em fazer este tipo de texto era a Lary, eu não tenho a habilidade dela para isso.

Tive muitos sonhos na vida, e também o privilégio de já ter realizado todos. O último sonho realizado foi o casamento, que foi a melhor coisa que já fiz”, diz trecho do relato.